São Paulo, sábado, 16 de maio de 2009 |
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CESAR MAIA Floriano Peixoto e SP
170 ANOS do nascimento de
Floriano Peixoto (30/4). Presidente de novembro de 1891
a 1894. Único oficial que participou
do primeiro ao último dia da Guerra do Paraguai. Dirigente maior do
Exército, em 89, manteve uma postura profissional na conspiração
que levou à República. Informado
na última hora, foi neutralizado.
A habilidade dos líderes políticos
de São Paulo, no início da República, e a aliança com Floriano Peixoto explicam a hegemonia política
que São Paulo (não tendo no Império) conquistou.
Compartilhou com Campos Sales o ministério no governo provisório e se aproximou do grupo paulista -Prudente de Moraes, Campos Sales e Rodrigues Alves. Promulgada a Constituição, o Congresso elegeu os primeiros presidente e vice da República. Formou
na chapa Prudente de Moraes/Floriano Peixoto. Venceu Deodoro
com 129 votos, contra 97 de Prudente. Floriano, com 153 votos,
derrotou o almirante Wandenkolk,
57 votos, republicano de primeira
hora.
Inconformado, Prudente de Moraes inicia uma obstrução parlamentar de forma a inviabilizar o
governo de Deodoro. Este, sem vocação política, vai perdendo base
parlamentar. Dissolve o Congresso
em 3/11/1891 num golpe de Estado.
O Congresso e a Marinha reagem e
dão um ultimato a Deodoro, que
renuncia. Floriano assume. Abre-se um debate constitucional sobre
se cabe ou não nova eleição. O relator é Campos Sales, que entende
que Floriano é o presidente até o final do mandato de Deodoro.
O Congresso ratifica. Floriano
assume com seu estilo frio, sóbrio,
impessoal. Em seu primeiro ministério, Rodrigues Alves é o ministro
da Fazenda.
Os primeiros motins são sufocados. O Senado, sob a liderança de
Campos Sales, apoia Floriano.
Em 31/3/1892, 13 generais, Wandenkolk à frente, lançam um manifesto exigindo a renúncia de Floriano. São presos, reformados e,
com líderes civis, desterrados. O
processo não para. Articula-se uma
revolta com parte da Marinha, liderada pelo almirante e ministro
Custódio de Melo. Prudente de
Moraes vacila, e Campos Sales contata o almirante. Leva-se ao ministério a proposta.
Rodrigues Alves vota por nova
eleição, fica isolado, acata e, junto
ao grupo paulista, dá sustentação
parlamentar a Floriano. A Revolta
da Armada -setembro de 1893- é
respondida pelo Congresso, que
autoriza Floriano a decretar estado
de sítio quando precisar. Com tal
apoio, Floriano reprime a rebelião
até eliminá-la, em março de 1894,
mês da eleição presidencial. Vence
Prudente de Moraes.
Os próximos presidentes após
ele serão Campos Sales e Rodrigues Alves, abrindo o ciclo republicano de hegemonia paulista. Floriano morre em 1895, com 56 anos. cesar.maia@uol.com.br
CESAR MAIA escreve aos sábados nesta coluna. Texto Anterior: Rio de Janeiro - Ruy Castro: Prisão perpétua Próximo Texto: Frases Índice |
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