UOL




São Paulo, sábado, 16 de agosto de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAINEL DO LEITOR

Blecaute
"De repente, acabou a luz e, durante muitas horas, mais de 50 milhões de pessoas ficaram sem saber o que fazer. E aí cabe uma pergunta: será possível que um país que gasta bilhões de dólares no Iraque e no Afeganistão para tentar capturar Saddam Hussein e Bin Laden não consegue resolver um problema de geração de energia de emergência e deixa todo um povo na maior vulnerabilidade?"
Humberto Mendes (São Paulo, SP)

Armas
"Tenho observado no "Painel do Leitor" certa tendência de, quando se refere ao Estatuto do Desarmamento, selecionar para publicação quase exclusivamente as manifestações dos leitores favoráveis à proibição da comercialização de armas no país. Tal comportamento tendencioso (possivelmente motivado por alguma ingênua esperança de que se possa acabar com a violência por intermédio das fúrias legiferantes) vem desequilibrando o debate democrático sobre a questão e transmitindo uma falsa impressão de que há unanimidade no apoio à proposta em discussão no Congresso, o que está muito longe de refletir uma verdade. Essa unanimidade não existe. Pelo menos aqui no Rio Grande do Sul, onde há uma inequívoca maioria contrária ao cínico projeto dos congressistas -fruto de uma mescla do oportunismo simplificador (as armas matam, logo acabemos com as armas!) com o gosto pela manipulação de políticos arredios ao bom senso!"
Luiz Carlos da Cunha Carneiro (Porto Alegre, RS)

Reformas
"Precisamos de reformas, sim! Então, por que os mais de "300 picaretas" (e não fui eu quem assim os definiu no passado) não aproveitam o momento e acabam com suas vergonhosas aposentadorias, obtidas com apenas oito anos de serviço público -privilégio jamais visto em outras categorias profissionais em qualquer lugar do mundo-, com o recesso parlamentar e com os indecorosos pagamentos (feitos por nós) pelas convocações extraordinárias?"
Maria Eulália Meirelles Buzaglo (São Paulo, SP)

Juros
"Esta Folha anunciou que 43% da inflação é provocada pelas tarifas e pelos preços públicos. Aí o governo, para combatê-la, aumenta os juros. Parece cachorro correndo atrás do próprio rabo."
Armando Navarro de Andrade (Santos, SP)

Saúde
"A questão apontada pelo dr. Alberto Kanamura em artigo publicado na pág. A3 ("Tendências/Debates') em 10/7 e debatida na mesma seção pelo presidente da Associação dos Portadores de Doença de Gaucher em 13/8 mostra a importância de se começar a travar debate sobre tema tão importante como: "quanto a sociedade está disposta a gastar de recursos públicos para a área de assistência à saúde? E em que setores?". Por exemplo: hoje se gasta muito dinheiro no atendimento em UTIs a pacientes portadores de quadros clínicos irreversíveis. Antigamente, pessoas nessa situação morriam dignamente em suas residências, rodeados de seus familiares mais próximos. Vamos discutir essa questão abertamente com todos os envolvidos?"
Luiz Fernando Nicz, médico, profissional da área de administração em saúde (Curitiba, PR)

Transgênicos
"Em relação à reportagem "Governo quer urgência para transgênicos" (Dinheiro, pág. B16, 12/8), que afirma que, com a liberação dos transgênicos, "a Monsanto, tendo a patente do gene que resiste ao herbicida Roundup Ready, monopolizaria a comercialização", gostaríamos de esclarecer alguns pontos. A soja transgênica Roundup Ready é tolerante ao glifosato, princípio ativo dos herbicidas da família Roundup. A Monsanto não detém o monopólio de mercado de herbicidas à base de glifosato. No Brasil, existem mais de 15 empresas nacionais e estrangeiras que fabricam e distribuem produtos à base dessa substância para combater plantas daninhas -isso, além de produtos importados. A reportagem também diz que, na Europa, há resistência do mercado aos transgênicos. Essa informação não está correta. Segundo a consultoria Sparks Companies Inc., as exportações de soja da Argentina para a Europa cresceram 125% nos últimos três anos. A Argentina é a segunda maior produtora de soja transgênica do mundo -e 99% do plantio de soja é transgênico. Os produtos transgênicos hoje no mercado já receberam o aval de entidades científicas e regulatórias de diversas partes do mundo, como a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) no Brasil, o EPA (Agência de Proteção Ambiental) dos EUA, a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), no âmbito da ONU."
Lúcio Pedro Mocsányi, diretor de Comunicação da Monsanto (São Paulo, SP)

Cigarros
"Em relação à reportagem "Cigarro caseiro ocupa espaço de falsificado" (Cotidiano, 11/8), gostaria de dizer que a empresa Alfredo Fantini e os cigarros que fabrica estão em conformidade com todas as normas de vigilância sanitária -como resultado da opção da empresa em investir na melhoria dos processos produtivos e da qualidade dos seus produtos. Da mesma forma, a empresa cumpre todas as exigências fiscais sobre os seus produtos. A reportagem pode levar o leitor a concluir, erroneamente, que a Alfredo Fantini e seus produtos estão necessariamente irregulares perante a Anvisa e a Secretaria da Receita Federal pelo fato de a empresa estar em operação amparada em uma decisão judicial. A própria reportagem reconhece que essa é a situação de metade das pequenas empresas do setor, o que somente atesta a incompatibilidade entre o direito constitucional da livre iniciativa e as atuais normas tributárias, de efeito anticoncorrencial e perpetuadoras do modelo concentrador que beneficia somente duas grandes multinacionais."
Altamir Lourenço de Oliveira, Alfredo Fantini Indústria e Comércio Ltda. (São Paulo, SP)

Vínculo
"Em razão da reportagem "Cataguazes é acusada de não cumprir acordo" (Cotidiano, 9/8), esclareço que Kleber da Silva Campos não possui nenhum vínculo societário com as empresas Iberpar Empreendimentos e Participações Ltda., Florestal Cataguazes Ltda. e Indústria Cataguazes de Papel Ltda. Também não possui nenhum envolvimento ou responsabilidade pelo acidente ambiental noticiado. O senhor Campos apenas firmou os compromissos referentes à recuperação do dano ambiental como mero procurador."
Antonio Fernando Pinheiro Pedro, Pinheiro Pedro Advogados (São Paulo, SP)

São Paulo
"A cobertura que a Folha faz da administração de São Paulo contribui cada vez menos para que se compreenda como se realizam as políticas públicas. A reportagem "Marta vai comprar e reformar o São Vito" (Cotidiano, 13/8) beira o ridículo. Expressa a idéia de que, por vontade própria e com dinheiro próprio, essa senhora resolveu comprar o prédio e reformá-lo para depois nele residir. Mas estamos falando de política pública. O título citado acima não é caso único. "Escolões de Marta, "Transporte de Marta" etc. tornaram-se bastante comuns nas páginas do jornal. A atitude do jornal tem efeito bastante negativo para a percepção da gestão da coisa pública. O jornal não incentiva o olhar do cidadão para a questão institucional e trata a administração como resultado de uma vontade pessoal. Convenhamos, por mais críticos que formos quanto à atual gestão, não podemos dizer que se trata de orientação pessoal."

São Paulo
"A cobertura que a Folha faz da administração de São Paulo contribui cada vez menos para que se compreenda como se realizam as políticas públicas. A reportagem "Marta vai comprar e reformar o São Vito" (Cotidiano, 13/8) beira o ridículo. Expressa a idéia de que, por vontade própria e com dinheiro próprio, essa senhora resolveu comprar o prédio e reformá-lo para depois nele residir. Mas estamos falando de política pública. O título citado acima não é caso único. "Escolões de Marta, "Transporte de Marta" etc. tornaram-se bastante comuns nas páginas do jornal. A atitude do jornal tem efeito bastante negativo para a percepção da gestão da coisa pública. O jornal não incentiva o olhar do cidadão para a questão institucional e trata a administração como resultado de uma vontade pessoal. Convenhamos, por mais críticos que formos quanto à atual gestão, não podemos dizer que se trata de orientação pessoal."
Vitor Emanuel M. Ferraz Júnior, cientista político pela PUC-SP (São paulo, SP)


Texto Anterior: Não - Ivan Valente: Reforma para que e para quem?

Próximo Texto: Erramos
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.