São Paulo, sexta, 16 de outubro de 1998

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OPERAÇÃO RESGATE GLOBAL

As taxas de juros foram reduzidas ontem nos Estados Unidos, numa decisão emergencial que tenta impedir um agravamento ainda maior da instabilidade financeira sobretudo nos EUA, mas também global. Numa bem-vinda coincidência, também ontem o presidente Clinton e os líderes republicanos chegaram a um acordo que permitirá uma injeção de US$ 18 bilhões no capital do FMI.
Tais decisões contribuem para uma diminuição da tensão nos mercados financeiros internacionais. Ontem mesmo as Bolsas de Valores ainda abertas reagiram com euforia.
O banco central norte-americano tinha promovido uma redução de um quarto de ponto percentual no dia 29 de setembro. Uma nova reunião do seu comitê de política monetária ocorreria apenas em novembro.
Ao que parece devido à frustração com que foi recebida aquela redução de juros, as autoridades monetárias dos Estados Unidos, além de agora reduzirem em mais um quarto a taxa básica da economia, também promoveram outro corte, de um quarto de porcentagem, na taxa de redesconto (cobrada sobre os empréstimos de emergência a bancos comerciais). Essa taxa estava inalterada desde janeiro de 1996.
Embora a decisão tenha como pano de fundo a crise que afeta alguns dos principais mercados emergentes, a causa mais imediata da iniciativa é a intranquilidade que se abateu sobre os mercados de Nova York depois da ameaçadora quebra de um importante fundo de investimento.
As perdas alastraram-se pelo mercado mundial e a oferta de crédito sofreu retração. Se o Fed não reduzisse o custo do dinheiro, tal contração do crédito poderia vitimar outras instituições financeiras. Corria-se o risco de uma reação em cadeia.
Juros menores nos EUA e um FMI com mais recursos (embora impondo condições ainda mais duras aos países sob seu monitoramento) são condições necessárias para o surgimento de um novo cenário na economia mundial. Serão suficientes?



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