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OPERAÇÃO RESGATE GLOBAL
As taxas de juros foram reduzidas
ontem nos Estados Unidos, numa
decisão emergencial que tenta impedir um agravamento ainda maior da
instabilidade financeira sobretudo
nos EUA, mas também global. Numa
bem-vinda coincidência, também
ontem o presidente Clinton e os líderes republicanos chegaram a um
acordo que permitirá uma injeção de
US$ 18 bilhões no capital do FMI.
Tais decisões contribuem para uma
diminuição da tensão nos mercados
financeiros internacionais. Ontem
mesmo as Bolsas de Valores ainda
abertas reagiram com euforia.
O banco central norte-americano tinha promovido uma redução de um
quarto de ponto percentual no dia 29
de setembro. Uma nova reunião do
seu comitê de política monetária
ocorreria apenas em novembro.
Ao que parece devido à frustração
com que foi recebida aquela redução
de juros, as autoridades monetárias
dos Estados Unidos, além de agora
reduzirem em mais um quarto a taxa
básica da economia, também promoveram outro corte, de um quarto
de porcentagem, na taxa de redesconto (cobrada sobre os empréstimos de emergência a bancos comerciais). Essa taxa estava inalterada
desde janeiro de 1996.
Embora a decisão tenha como pano
de fundo a crise que afeta alguns dos
principais mercados emergentes, a
causa mais imediata da iniciativa é a
intranquilidade que se abateu sobre
os mercados de Nova York depois da
ameaçadora quebra de um importante fundo de investimento.
As perdas alastraram-se pelo mercado mundial e a oferta de crédito sofreu retração. Se o Fed não reduzisse
o custo do dinheiro, tal contração do
crédito poderia vitimar outras instituições financeiras. Corria-se o risco
de uma reação em cadeia.
Juros menores nos EUA e um FMI
com mais recursos (embora impondo condições ainda mais duras aos
países sob seu monitoramento) são
condições necessárias para o surgimento de um novo cenário na economia mundial. Serão suficientes?
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