São Paulo, segunda-feira, 16 de dezembro de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Princípios
"É vergonhoso ver como o PT traiu os princípios partidários. Enquanto a senadora Heloisa Helena tem coragem para demonstrar o descontentamento e a decepção com o loteamento dos ministérios, o ex-presidente do partido José Dirceu já mostra cartão amarelo para a parlamentar, que conta com o apoio de milhares de militantes petistas e de boa parte da sociedade civil. Será que a senadora só serve ao partido quando ela comunga com os interesses da cúpula?"
Luisa Fernanda Patrícia Silveira (Campo Grande, MS)


"Eu acredito no Lula, e mais ainda no PT. Acho que o que deve ser criticado não pode dar lugar à bajulação insana. Muita gente já se diz arrependida de ter votado no PT, porque acha que foi enganada. Todo mundo quer saber: por que, quando o PT estava fora do governo, dizia, cobrava uma coisa e agora faz exatamente o que criticava (sem exceção)? Apesar da grande esperança pelo PT, muitos estão com um pé atrás. Podemos dizer que o PT, fora do governo, só queria tumultuar, ao criticar a situação, mas, na verdade, sempre concordou com tudo?"
Franz Josef Hildinger (Praia Grande, SP)

Ministérios
"Todos os ministeriáveis escolhidos pelo presidente eleito sr. Lula, além de técnicos experientes, são competentes, pois não só foram delicadamente escolhidos pessoalmente por ele, como em breve irão ocupar cargos estratégicos -os quais requerem absoluto conhecimento, responsabilidade e estreita afinidade. A montagem do Ministério, feita pelo presidente eleito, é digna de aplausos, por colocar as pessoas certas nos cargos exatos."
Luciano De Paoli (São Paulo, SP)

Mercado enjoado
"Enfim parece que o mercado financeiro, mesmo a contragosto, engoliu Meirelles para o BC. Nós, leigos no assunto, não entendemos o por que da má vontade com o nome do indicado, visto seu currículo mostrar ser ele competente ao ponto de chegar ao topo gerencial em um dos maiores bancos do mundo. Achar que ele não é um "especialista" é bobagem, pois quem tinha um cargo do tamanho do dele não sabe como funciona um mercado de câmbio? O cordial Armínio é um "especialista" e deixou o dólar subir até o patamar dos R$ 4."
Laércio Zanini (Garça, SP)

Parceiros
"Qualquer empresário sabe que uma empresa não pode depender unicamente de um fornecedor ou de um cliente. Quanto maior a carteira, menores as chances de ser pego por algum problema que os parceiros comerciais possam ter. Assim, não consigo entender a necessidade da maior parte das autoridades do país, reiterada pelo artigo do deputado Aloizio Mercadante, publicado nesta Folha ontem ("As relações comerciais Brasil-EUA", pág. B2), de que fiquemos mais dependentes dos EUA comercialmente. É óbvio que a balança comercial deve ficar equilibrada, mas por que não buscando parceiros menos predatórios do que os americanos?"
Ingo Wahnfried (São Paulo, SP)

Lágrimas
"Que povo feliz é o brasileiro! Depois de tantos presidentes donos do mundo, poliglotas, atletas, rígidos, impolutos, eis que temos um presidente que chora. Um presidente que, emocionado, tropeça nos degraus, preocupa-se em alisar o terno, enxuga as lágrimas na manga do paletó, cumprimenta o garçom que lhe serve água."
Isa Musa de Noronha (Belo Horizonte, MG)

"O presidente chorou... Por quê? Durante os 20 anos que ele só foi sindicalista, recebeu gordo salário do PT. Milhões de pessoas com uma renda infinitamente menor conseguiram seu diploma. O sr. Lula não conseguiu porque não quis. Ele deveria chorar por ter jogado fora a oportunidade de estudar. Dinheiro para isso e muito mais não faltou."
Maria Eloiza Rocha Saez (Curitiba, PR)

Foro privilegiado
"Brilhante o artigo do dr. Marrey sobre o foro privilegiado ("Os novos fidalgos", pág. A3, 14/12). Nada a acrescentar ao elenco dos corretíssimos argumentos por ele utilizados para se posicionar contra a aprovação do projeto de lei que (re)cria o foro privilegiado. Já o artigo do senador Romero Jucá ("O foro não é privilégio", pág. A3, 14/12)... O silogismo sobre a isenção dos ministros do STJ, que não foram nomeados pelos governadores, é indigno do nome. Se concordássemos com o senador, teríamos que admitir que os ministros do STF, indicados pelo presidente (indicação essa referendada, posteriormente, pelo Senado), não poderiam julgá-lo, já que não são "isentos"."
Vitor André Monteiro Vieira (Rio de Janeiro, RJ)

Mudanças
"O momento político permite o surgimento de propostas para mudanças e avanços sociais, principalmente pelos péssimos indicadores de Terceiro Mundo com os quais ainda convivemos. Relato alguns assuntos que precisam ser revistos. O primeiro ponto é a questão dos hospitais militares, que deveriam servir a qualquer cidadão, ou seja, deviam ser públicos, e não exclusivos para militares, afinal de contas, os recursos foram de origem pública. Outro item que gostaria de evidenciar para uma reflexão visando a geração de empregos é darmos ênfase ao atendimento aos idosos, aposentados e demais cidadãs, eliminando as filas bancárias. Mais um item danoso para um avanço social mais equilibrado é a atual legislação trabalhista, decadente, elaborada há mais de meio século, no segundo mandato do presidente Vargas. Seus itens não representam mais nenhuma conquista, senão vejamos a massa de desempregados -que deverá aumentar cada vez mais se não mudarmos a legislação."
Luiz Carlos Santiago Valença (Salvador, BA)

Natalidade
"Parabéns ao dr. Drauzio Varella pela clareza e objetividade de seu artigo "O silêncio diante da explosão demográfica" (Ilustrada, pág. E16, 14/12). Há tempos venho discutindo esse tema com amigos, enfatizando a surpresa por não ver o planejamento familiar contemplado em nenhum dos programas dos candidatos à Presidência da República. A natalidade no Brasil está caindo, sim, mas entre as famílias que têm acesso a alguns anos de educação formal e que não querem depender do Estado para criar seus filhos, por isso planejam cuidadosamente o número de filhos que terão, de acordo com a possibilidade de criá-los dignamente. Mas não é o que se vê na população de baixa renda."
Eva Stal (São Paulo, SP)

Prostituição
"Pobre país, cujas crianças e adolescentes se prostituem por R$ 5, para fazer uso de drogas, comprar roupas novas ou sustentar uma "família sobrante" e já castigada pela exclusão. Que país é este, onde são investidos R$ 7.000 por criança ou adolescente infrator em regime de internato, com resultados pouco satisfatórios? Quanto custaria ao Estado uma rede de proteção social a essas famílias desamparadas, vítimas de uma lógica econômica perversa, cuja ênfase especulativa negou-lhes o direito a uma autonomia cidadã e direitos de pessoas humanas?"
Ângela Luiza Bonacci (Pindamonhangaba, SP)

Boas-festas

A Folha agradece e retribui os votos de boas-festas recebidos de: Eduardo José Farah, presidente da Federação Paulista de Futebol (São Paulo, SP); Apase - Sindicato de Supervisores do Magistério no Estado de São Paulo (São Paulo, SP); Transportadora Falcão Ltda. (Londrina, PR); Maria Consuelo A. J. Paulini (Ouro Fino, MG); Affabb (Tupã, SP); Luiz Lopes Advogados Associados (Santos, SP); Aldo Roselli (São Paulo, SP); Crowley (Rio de Janeiro, RJ); Apae - Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Patrocínio, MG); Jair F. de Toledo (Santo André, SP); Amaury Fonseca de Almeida (Rio de Janeiro, RJ); Ruth E. Surkau, cônsul da República Federal da Alemanha (São Paulo, SP).


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