São Paulo, sexta-feira, 16 de dezembro de 2005

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PAINEL DO LEITOR @ - leitor@uol.com.br


Luta política
"Que beleza o texto "Definição (ao completar 98 anos de idade)", de Oscar Niemeyer, publicado ontem na seção "Tendências/Debates" (pág. A3). Que emoção que desperta e se renova. Nem tudo está perdido em um país quando um artista como esse, com uma experiência de vida que marcou um século, aponta com muita lucidez o que vale para uma vida toda, além da coerência de princípios e um desapego aos bens materiais e ao poder. Infeliz o país que precisa de heróis, dizia Brecht. Feliz o país que tem pessoas como Oscar Niemeyer. É até possível que seu discurso seja tachado de ingênuo por mensageiros do império, mas estes não contam. O que conta é o que Niemeyer aponta: a dignidade e a solidariedade exigida pela própria vida. Parabéns à Folha pela publicação. Parabéns ao arquiteto-poeta pelos 98 anos bem vividos."
Martin Cezar Feijó, professor universitário na Faap e no Mackenzie (São Paulo, SP)

 

"Em respeito à idade e às realizações de Oscar Niemeyer, não vou levar em consideração o artigo que ele escreveu ontem. É de se dizer, ainda, que ele é um homem bom, de boa índole, bem intencionado. Infelizmente, incide no mesmo erro de muitos: achar que o comunismo é ou foi solução para alguma coisa -apenas proporcionou a morte de milhares de pessoas mundo afora através de regimes totalitários."
Adonias Ribeiro de Carvalho Neto (São Paulo, SP)

Deus supremo
"Rápida, certeira e brilhante a charge de Angeli publicada na edição de ontem (Opinião, pág. A2). Em mais uma demonstração de visão crítica, mostra o que passa pela cabeça das pessoas que pensam um pouco: essa dívida, para não ser diferente de todas as outras, foi paga com o sacrifício da saúde, do emprego, da escola e até da vida de muitos brasileiros. Tudo para agradar o deus supremo: o mercado. Terrível."
Vera Lucia Cordeiro Abram (Curitiba, PR)

Filtragem
"Em relação ao editorial "Censura municipal" (Opinião, 14/12), gostaria de esclarecer alguns pontos. Para preservar a formação das crianças, elaborei a lei 14.098/05, que instala a tecnologia de filtragem nos computadores das escolas municipais, nos CEUs, nas bibliotecas e nos telecentros. Os filtros vão bloquear o acesso a sites que tenham conteúdo de drogas, pornografia, pedofilia, sexo, racismo, violência e armamentos. Não há nenhuma censura. Caso um estudante ou um adulto queira utilizar a internet para pesquisar assuntos relacionados a esses temas, é só pedir autorização ao monitor ou professor para desbloquear determinada página eletrônica. Assim, alunos de medicina poderão entrar normalmente em sites de urologia (sexo) ou de farmacologia (drogas), sem censura. A própria Folha publicou no dia 10/12 a reportagem "Educadores consideram a medida positiva", que trazia várias opiniões favoráveis a instalação de filtros. Tenho a certeza que a sociedade também apoiará essa medida."
Domingos Dissei, vereador, líder do PFL e vice-líder do governo Serra (São Paulo, SP)

Reitoria da USP
"Sem duvida, é ótima nova uma reitora na USP. Uma barreira foi rompida. Em sua entrevista ("Metade dos alunos da USP deve ser de escola pública, diz reitora", Entrevista da 2ª, 12/12), a preocupação com a diversidade socioeconômica é patente: faltam egressos de escola pública na USP. Há até uma meta: 50% em dez anos. Pontos extras para quem vem da escola pública, como na Unicamp, seria uma proposta. Mas na Unicamp também há pontos extras para negros e índios. Por outro lado, péssima notícia para quem pensa em igualdade racial. Não existem as palavras negro ou índio na entrevista da reitora Suely Vilela. Parece que não é importante ter estudantes negros e nem devemos falar disso. Essa omissão é grave conivência com a "branquitude" da USP: apenas 8% dos alunos e menos de 1% dos professores são negros. Parece que a USP diz: mulheres, sim; escola pública, sim; negros e índios, não. Esse silêncio revelaria uma face do racismo cordial uspiano?"
Marcelo Henrique Romano Tragtenberg, departamento de Física da UFSC (Florianópolis, SC)

Unesp
"No artigo "Educação e prática de cidadania" (Equilíbrio, 24/11), a psicóloga Rosely Sayão opina sobre o protesto realizado no dia 2 de agosto na Unesp de Franca. O argumento da primariedade não é meu, mas de meu advogado. Se o argumento não é válido para a psicóloga, é muito válido dentro dos tribunais. Parece também que a psicóloga desconhece algumas teorias da antropologia do século passado. Como tachar nosso comportamento de civilizado ou não? É outra cultura, é contracultura, é de enfrentamento com a cultura dominante, que integra essa democracia defunta. Tachar o que seja "civilizado" é ressuscitar um famoso discurso que reina até hoje, pelo qual o homem civilizado tem o direito e o dever de civilizar os não-civilizados. É um discurso chamado de imperialismo, muito utilizado pelos EUA e pelos europeus, que resolveram civilizar o resto do mundo. Aqui passamos pelo mesmo processo: a universidade vai nos civilizar punindo. Claro que a intervenção, que gostamos de chamar de terrorismo poético, graças a seu embasamento teórico, é estranha à cultura dominante, mas é essa justamente a sua proposta. Chamar a intervenção artística do dia 2 de agosto de desrespeito é compreensível, pois uma vaca andando no Louvre também não entenderia nada e, como psicóloga, especialista, ao que parece, em educação sexual e familiar, não deve entender muito de arte. E, se entende, entende da arte barroca ou medieval, e não das tendências atuais ou até mesmo antigas da arte, como o dadaísmo ou o surrealismo."
Felipe Luiz, um dos estudantes expulsos pela Unesp (Franca, SP)

Boas-festas
"A Folha agradece e retribui os votos de boas-festas recebidos de: Peter Athanasiadis, cônsul comercial da Áustria em São Paulo (São Paulo, SP); Rona Kotler Ben Aroya, chefe do Escritório Econômico de Israel no Brasil (São Paulo, SP); Thami Vallihu, Consulado Geral da África do Sul (São Paulo, SP); Edson Aparecido, deputado estadual pelo PSDB-SP (São Paulo, SP); Acesita S.A. (São Paulo, SP); Corretora Souza Barros Câmbio e Títulos S.A. (São Paulo, SP); Vera Moreira Comunicação (São Paulo, SP); Gaudêncio Torquato e Equipe da GT Marketing e Comunicação (São Paulo, SP); Alcides Lopes Tápias, Aggrego Consultores (São Paulo, SP).


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