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FERNANDO RODRIGUES
Lula ainda mais forte
BRASÍLIA - Lula foi reeleito em
29 de outubro do ano passado. Mais
de quatro meses e meio depois, está
apenas finalizando sua reforma ministerial. Deve concluí-la antes do
feriado de Páscoa.
Nesse período, o petista aproveitou para demonstrar desprezo por
muitos partidos da coalizão governista. Eis uma breve lista:
1) PT - Marta Suplicy foi fritada
em público. Deve ficar com uma
pasta de segunda linha, o Turismo.
Nenhum petista foi escolhido para
cargos de liderança no Congresso
nem para a articulação política dentro do Planalto;
2) PMDB do Senado - Renan Calheiros foi humilhado. Lula não o
atendeu por telefone. O Planalto
destruiu a pretensão de Nelson Jobim de comandar a legenda;
3) PMDB da Câmara - pensa ter
recebido dois ministérios. Só um
está confirmado, e veio pela cota do
governador da Bahia, Jaques Wagner -como recompensa ao aliado
local, Geddel Vieira Lima. A outra
pasta ainda é uma incógnita;
4) PSB e Ciro Gomes - ficaram à
míngua. Lula queria Ciro ministro.
Ciro não quis. O PSB perdeu a Integração Nacional.
Essa desenvoltura de Lula é incomum para presidentes em segundo
mandato. Em geral, depois da reeleição, os políticos se fragilizam. Param de exalar perspectiva de poder.
Com o petista ocorre o oposto: parece hoje mais à vontade e forte do
que em 2003, quando tomou posse
pela primeira vez.
Há duas possíveis razões para esse fato. A primeira e mais óbvia é o
estado da economia. Se os PIBs de
Lula e FHC apenas se equiparam, é
nítido o aquecimento atual na comparação com anos recentes.
A segunda explicação é a incapacidade de articulação da oposição. A
esse respeito, Lula pode afirmar
com toda a segurança: "Nunca neste país a oposição foi tão fraca".
frodriguesbsb@uol.com.br
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