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São Paulo, terça-feira, 17 de junho de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Câmara
"Em nome do presidente da República, quero esclarecer que, em reportagem publicada no sábado, 14 de junho, sob o título "Lula pede a ministros que defendam a gestão Palocci" (Brasil, pág. A4), foi-lhe atribuída uma série de referências ao presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha, que ele nunca fez. O presidente da República está seguro de que a eleição de João Paulo, com o apoio do PT, para presidir aquela Casa do Congresso foi uma grande vitória dos que desejam ver o Brasil no rumo das mudanças. Entende, no entanto, que João Paulo deva dirigir a Câmara com a absoluta independência que a separação de Poderes exige e que ele tem sabido manter."
André Singer , porta-voz da Presidência da República (Brasília, DF)

Resposta do jornalista Kennedy Alencar - A pelo menos dois auxiliares diretos o presidente queixou-se de atitudes de independência do presidente da Câmara, julgando um erro tê-lo ajudado a obter o posto.


Trabalhando para o Estado
"O aumento de preços das tarifas públicas tem convertido a classe média em carne e em massa para alimentar o mero artefato e máquina que é o Estado. Com o desemprego, esses aumentos refletem a condição geral da sociedade brasileira. Aos poucos, têm sido esmagadas a independência e a livre iniciativa tanto dos indivíduos como dos grupo. Corremos o risco de extinguir definitivamente o porvir? Os brasileiros, ou seja, a mão-de-obra produtiva e os empreendedores estão sendo obrigados a trabalhar para o Estado. O trabalhador trabalha para a máquina do governo, que, para subvencionar as suas necessidades, força cada vez mais a burocratização da existência humana -com a aplicação de pesados tributos. O governo não pode continuar voltado para si mesmo. Mandar não é só arrebatar o poder, mas lutar, em primeiro lugar e sempre, pelo bem comum."
Edilberto Ferrarini (São Paulo, SP)

Provérbios
"A Folha publicou em 13/6, no caderno Dinheiro, dois artigos que alertavam o governo de Lula sobre a armadilha que lhe foi deixada. Um era de Luís Nassif ("A crise anunciada'). O outro, de Luiz Carlos Mendonça de Barros ("O governo Lula e a lengalenga de Malan'). Espero que esses alertas sejam ouvidos antes que seja tarde demais. Afinal, de provérbio em provérbio, o Brasil poderá ir para o abismo."
Jasson de Oliveira Andrade (Mogi-Guaçu, SP)

Vice e juiz
"Já que o presidente Lula adora fazer comparações entre governo e futebol, está passando da hora de chamar o seu vice e dizer: "Companheiro Zé Alencar, vice é igual a juiz de futebol: quando ninguém nota a sua presença, é porque ele está indo bem"."
Josué Luiz Hentz (São João da Boa Vista, SP)

20 anos
"Durante 20 anos, votei em Lula -desde 1982, quando se candidatou ao governo de São Paulo. Perplexidade é pouco para dizer o que estou sentindo. Parece que Lula ganhou não uma eleição, mas uma loteria acumulada durante 20 anos. Sem saber o que fazer, segui o conselho da professora Marilena Chaui: gritei, berrei, esperneei, urrei. E nada. Estou completamente perdida. Acho que só falta zurrar."
Kátia Diniz (Santo André, SP)

Juros
"Gostaria de expor uma idéia quanto às taxas de juros hoje praticadas no país. Não tenho procuração do governo para defendê-lo nem morro de amores pelo presidente do Banco Central, mas, se bem me lembro, durante a campanha eleitoral do ano passado, a imprensa, vários empresários e o candidato do governo, José Serra, venderam a idéia de que, com Lula no poder, o Brasil seria um caos econômico, perderíamos credibilidade internacional, a inflação voltaria, não cumpriríamos contratos etc. etc. etc. Hoje, estamos pagando caro pela irresponsabilidade dos acima citados do ano passado por suas suposições absurdas e jogos de interesse. Os juros vão continuar altos para a alegria dos banqueiros e, principalmente, para contentar o FMI e organismos internacionais. Será assim que manteremos um mínimo de estabilidade econômica e o governo terá dinheiro em caixa. Quem sabe a gente tenha aprendido uma lição."
André L. O. Coutinho (Campinas, SP)

Privatizações
"Em que se usou a montanha de dinheiro obtido nas privatizações do período FHC? Tudo consumido para pagar o déficit da Previdência pública durante sua gestão. Ora, o déficit residual da Previdência pública durante a administração Lula -mesmo se aprovadas na íntegra as reformas propostas por seu governo-, ainda será enorme. E de onde virá a nova montanha de dinheiro? Que tal se o nosso presidente reativasse o programa de privatizações?"
Jorge A. Nurkin (São Paulo, SP)

Dicionário ambiental
"As comemorações da Semana do Meio Ambiente foram feitas na Universidade de São Paulo com a presença de dezenas de representantes indígenas xavantes. Durante o evento, foram relatadas as pressões sofridas pelos índios xavantes devido ao avanço da soja e do algodão em toda a região Centro-Oeste. A "atual prosperidade do agronegócio brasileiro" significa o desmatamento do cerrado e uma irresponsabilidade ambiental. Ao vocabulário "dos reis do agronegócio" deveria ser acrescentada a palavra limite."
Glaucia Padilha Moreno (São Paulo, SP)

Tabagismo
"É pura demagogia essa campanha contra o tabagismo patrocinada pelo governo (Ministério da Saúde), que, afinal, autoriza e permite a fabricação de cigarros e -cúmulo do cinismo!- fatura milhões com os impostos. Qual a diferença entre um laboratório que lança no mercado medicamentos impróprios e/ou contaminados -e por isso é fechado- e uma fábrica de cigarros, que produz e distribui veneno sem nenhum impedimento? Essas ridículas ações indenizatórias contra os fabricantes deveriam ser propostas contra o Estado, que continua autorizando a fabricação e faturando por conta."
Urbano Alberto A. S. Barreto (São Paulo, SP)

Celobar
"Estou chocado com os resultados das investigações feitas no laboratório Enila, responsável pelo "remédio experimental" Celobar. Fraudes, falsificações, decreto de falência para evitar cobranças judiciais e, principalmente, experimentos absurdos transformaram o laboratório Enila numa verdadeira fábrica de monstros."
Ricardo Bertini Filho (São Paulo, SP)


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