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FERNANDO RODRIGUES
Oposição fora do lugar
BRASÍLIA - O tempo e as pesquisas dirão se o estilo arranca-toco
imposto pelo binômio Tasso-PFL
renderá lucros a Geraldo Alckmin
na disputa presidencial.
Para quem olha a política de perto, fica a impressão de que o discurso da oposição está fora do lugar.
Por dois motivos. Primeiro, porque
a percepção dos eleitores (55%) é de
que o governo Lula é melhor do que
o de FHC. Segundo, porque, no
campo ético e moral, o PSDB e o
PFL não passam no teste básico de
memória.
Quando PSDB e PFL xingam Lula e o governo do PT de corruptos, o
eleitor olha de lado e pensa: "Eu sei
o que vocês fizeram nos verões passados". Nesse jogo de acusação, a
reputação do mensageiro é tão importante como o conteúdo da mensagem. Com a obscura "lista de Furnas" pipocando, e o Ministério Público pronto para indiciar uma penca de tucanos por uso de dinheiro
irregular em outras eleições, a estratégia alckmista tem chance real
de fracassar.
É curioso que os marqueteiros e
políticos tucanos e pefelês não tenham estudado a fórmula clássica
de campanhas reeleitorais. Quando
o poder incumbente está fortalecido, a saída possível -e difícil- é
procurar um discurso que conduza
o eleitor a raciocinar da seguinte
forma: "Acho que hoje eu estou melhor do que há quatro anos. Mas eu
poderia estar melhor ainda, e a saída é votar na oposição".
Atacar um político no poder bem
avaliado equivale a classificar de
idiota o simpatizante desse governante. O PFL fez isso anteontem na
TV. Chamou indiretamente o telespectador de ignorante.
É claro que a cabeça do eleitor
brasileiro é sempre indecifrável. De
repente, a massa resolve mudar de
lado. Mas, até onde a vista alcança,
tucanos e pefelês não poderiam ter
escolhido caminho mais errado.
@ - frodriguesbsb@uol.com.br
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