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PAINEL DO LEITOR
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Cielo de ouro
"Não consigo lembrar a última
vez em que um atleta brasileiro demonstrou intensa emoção ao ouvir
o hino de seu país. Em meio a corrupções políticas e improbidades
cada vez mais freqüentes, César
Cielo conseguiu provar que o amor
à pátria ainda existe. Talvez seja isso que falte a alguns de nossos governantes. Espero que o esforço, a
luta e as lágrimas de Cielo sirvam de
exemplo."
EDUARDO LACATIVA (São Paulo, SP)
"A medalha de César Cielo reflete
duas realidades ambíguas do esporte brasileiro. Por um lado, mostra o
descaso com que são tratados nossos atletas, a necessidade de trocar
de país para obtenção de resultados
expressivos. Na outra extremidade,
a vontade, a garra e a superação que
fazem de nossos atletas (exceção
óbvia aos do futebol) verdadeiros
campeões: além de brigarem com
os limites das condições físicas, enfrentam um mar de adversidades.
O pior é que esse retrato não é exclusivo da área esportiva: estamos
perdendo grandes talentos em diversas áreas.
Nossos governantes deveriam focar na administração de nossos recursos, principalmente os recursos
humanos, pois, se conseguimos
conquistar façanhas em áreas diversas sem incentivo, onde estaríamos se pudéssemos contar com a
"benevolência" do Estado?
Parabéns, César Cielo, você é
uma inspiração para todos!"
FLÁVIO DE FIGUEIREDO NUNES (São Carlos, SP)
Justiça desigual
"Decisão judicial determinou o
pagamento retroativo de auxílio-moradia a todos os juízes federais
do país, da ativa ou aposentados, ao
custo de mais de R$ 1 bilhão. Enquanto isso, 60 milhões de brasileiros com renda mensal inferior a R$
120 lutam pelo direito de receber o
Bolsa Família. Nossa capacidade de
superar os limites é incomparável.
Medalha de ouro para o Brasil!"
ALFREDO CASEIRO (São Paulo, SP)
"Uma vergonha a decisão do Conselho da Justiça Federal. Os juízes
estão entre os que têm os maiores
salários neste país. Não entendo
por que eles têm um tratamento diferenciado. Quando um professor
assume uma escola em outra cidade, ele tem que se mudar, mas, no
caso dos nobres juízes, não, eles
têm auxílio, mesmo com o já polpudo salário que recebem."
LUIZ GILBERTO DE O. MESSIAS (Campinas, SP)
"Gostaria de sugerir ao Conselho
da Justiça Federal que baixe um ato
administrativo obrigando todo e
qualquer integrante do Judiciário
-e, forçando um pouco a barra, integrantes do Legislativo e do Executivo- a viver pelo menos uma semana por mês nas mesmas condições salariais em que nós, pessoas
comuns, vivemos.
Aliás, proporcionar um "cursinho
de férias" obrigatório a essas pessoas, abordando o tema: como é suprido o manancial que sustenta as
torneiras abertas pelos seus atos legais e também os imorais."
JOSÉ CASSIANO DOS SANTOS (Presidente
Venceslau, SP)
João Gilberto
"Uma hora e meia de atraso para
o início do show de João Gilberto
em São Paulo! Uma hora e meia de
silêncio total, sem a mínima reclamação, sem assobios, gritos e palmas de insatisfação. Que público é
esse? Não é o mesmo público que
não admite um minuto de atraso no
cinema, no teatro, no concerto?
Sim, mas é João Gilberto o ator
principal, que tudo pode, até faltar
ao espetáculo ou se atrasar, em atitude de total desrespeito, embora
para ele haja perdão, paciência,
anistia. Por tudo isso, dou uma vaia
para João Gilberto."
ANTONIO CLARET MACIEL SANTOS (São Paulo, SP)
"Parabéns, Agnaldo Timóteo, por
dizer ("Painel do Leitor", ontem) o
que muitos gostariam de dizer.
Chega de enaltecer alguém que não
tem consideração com o público
brasileiro."
DOLORES FARIA SABURI (Santo André, SP)
Defensoria
"É sabido que é obrigação do Estado prestar assistência judiciária
aos necessitados, sendo também do
conhecimento de todos o desinteresse dos governantes em estruturar uma Defensoria que atenda aos
reclamos da população. O presidente da OAB-SP, Luiz Flávio Borges
D'Urso, diante da ausência do Estado, está correto ao exigir um tratamento digno aos advogados paulistas, pois prestar um serviço -que
não é nosso- e ainda receber valores aviltantes ofende em muito a
dignidade do advogado."
MARCO ANTÔNIO JUNGER , presidente da subseção
de Guanambi da OAB (Guanambi, BA)
Algemas
"Agora que o principal e urgente
problema do preso do Brasil -o uso
desnecessário de algemas- foi resolvido, podia-se pensar em solucionar problemas menores, acessórios, tais como a superlotação nas
celas, as prisões além do tempo previsto. Ah, mas isso fere a dignidade
de alguém? Não! Isso é sociologismo rastaqüera..."
FLAVIO SUELIO A. SANTOS (João Pessoa, PB)
Zé do Caixão
"Quem leu a entrevista do ultrapassado José Mojica Marins, o Zé
do Caixão, em uma revista semanal,
com certeza ficou revoltado com o
descaso com que é tratado o dinheiro público neste país. Diz ele, orgulhoso, que conseguiu terminar sua
trilogia graças às doações do ex-governador de São Paulo, Alckmin
(R$ 500 mil), e do presidente Lula
(R$ 1 milhão). Ao ser indagado se o
filme ficou bom, disse que o importante era ter realizado seu sonho.
Como é duro ver um país com
uma população tão carente das necessidades mais básicas e um governo jogando dinheiro no lixo com
projetos descabidos como esse.
Já passou da hora dos governantes pararem de enganar o povo com
essa conversa para boi dormir de
que cinema é cultura. Pode até ser
cultura, mas é um investimento comercial como qualquer outro."
GILBERTO RIBEIRO DA SILVA (Carapicuíba, SP)
Walter Ceneviva
"Walter Ceneviva é "o" jornalista
do direito brasileiro, sem dúvida.
Conquistou seu lugar de destaque
nos meios jornalístico e jurídico
brasileiros, nestes seus 30 anos de
coluna na Folha. Walter tem um
estilo próprio e, a par de seu preparo e brilhantismo, comunica-se
com imensa facilidade com um público não necessariamente especializado, o que o torna um privilegiado advogado e mestre do direito
que se tornou um excelente jornalista. Coisa difícil no nosso meio.
Parabéns à Folha e ao Walter Ceneviva e nosso agradecimento a ele
pela inestimável contribuição que
tem prestado ao mundo jurídico
nacional."
ORDÉLIO AZEVEDO SETTE , sócio da Azevedo Sette
Advogados (Belo Horizonte, MG)
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