São Paulo, Terça-feira, 17 de Agosto de 1999
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PAINEL DO LEITOR

Novo imposto

"Em razão da recente boa vontade da classe política pela erradicação da pobreza, sugiro um imposto mensal, descontado diretamente do contracheque de todo político brasileiro (do vereador ao presidente), relativo a um dia de serviço, convertido em verba para a aquisição de cestas básicas.
Gostaria também que a Folha fizesse uma reportagem sobre impostos criados até hoje no Brasil com finalidades sociais, tais como Finsocial, Cofins, entre outros, e os resultados alcançados pelos mesmos."
Mário Luiz Muraca (Ribeirão Preto, SP)

Mais visibilidade

"As instituições de amparo social precisam que a imprensa valorize e cobre um diagnóstico atualizado do monitoramento real do mundo do trabalho e de como de fato as instituições e os governos têm buscado caminhos para a geração de empregos e renda para a população, sem que os mais desinformados dos seus direitos de cidadania sejam explorados, servindo apenas de iscas para a formação de novas fortunas ou de desperdício do dinheiro público."
Lourdes Correia de Almeida Neves (São Paulo, SP)

Planejamento errado

"A paralisação no abastecimento por caminhões ocorrida há pouco ilustra os graves erros na política de transporte em nosso país. Em primeiro lugar, a adoção do modelo rodoviário em um país com os vastos recursos hídricos de que dispomos foi uma opção desastrosa, sob a influência de poderosos interesses privados. Em segundo lugar, privatizar as rodovias foi outro erro, em um país onde os interesses privados facilmente se sobrepõem à vigilância pública. Caímos assim no paradoxo de vermos um caminhão que vai de São Paulo para o Rio gastando com pedágios na via Dutra quase o mesmo que gasta com óleo diesel. Para caminhoneiros que por vários anos não pagaram pedágio naquela via, o choque é realmente insuportável, e a consequência do aumento no custo do frete quem irá sofrer será a população."
Elias da Costa Ramos (São Paulo, SP)

Fartura

"Causou-me tremenda repulsa o título estampado no dia 8 de agosto (Brasil) "Pobreza cresce em Fartura", com referências comparativas e principalmente tendenciosas desabonando totalmente e inveridicamente a situação de minha cidade.
Acolhi a repórter e durante cerca de três horas coloquei-me totalmente à sua disposição. Apresentei-lhe todos os dados do município, levei-a a campo e mostrei toda a cidade, as vilas e a periferia, inclusive apresentei-lhe todo o trabalho social e de saúde que é fornecido à nossa população, projetos desenvolvidos com recursos municipais, estaduais e federais, enfocando a queda do índice de mortalidade infantil (1997, 32/1000; 1998, 16/ 1000; e nosso desafio 1999, 8/ 1000).
Com relação ao programa Comunidade Solidária, não está aqui só para ser um repasse de alimentos nem tampouco um trabalho paternalista. O objetivo principal é atrair as famílias para projetos mais amplos: programas de prevenção do câncer para mulher, grupos de terceira idade, atendimento a hipertensos e Programa Estadual de Carência Nutricional. A reportagem não determina a quantia de cestas por município. Em Fartura são distribuídas a 479 famílias.
A repórter teve tempo para analisar os índices favoráveis tanto quanto os contrários. Faltou-lhe ética e senso crítico de análise para reportar a verdadeira realização e não o retratado. Se seu objetivo era usar o nome Fartura para evidenciar miséria, faltou-lhe a seriedade que sempre foi característica da Folha."
Maira Regiane Dognani, assistente social (Fartura, SP)
Resposta da jornalista Patrícia Andrade - Segundo o programa Comunidade Solidária, há em Fartura 21% de famílias indigentes e foi com essas famílias que a reportagem conversou. Para elas, o programa se restringe à distribuição de cestas básicas. Apesar disso, a reportagem ressaltou que existem em Fartura outros projetos coordenados pelo Comunidade.

Campeã de violência

"Em relação à reportagem "Diadema é a cidade mais violenta do país" (Cotidiano, 15/8), considero necessário esclarecer alguns pontos.
Primeiro: por sua localização geográfica, Diadema torna-se "palco" para abandono de cadáveres, vítimas de homicídios em geral e chacinas. Na maioria das vezes, esses crimes são cometidos na zona sul de São Paulo e em outras cidades do ABC.
Outro aspecto importante, e que não foi citado na reportagem, reside no fato de que Diadema tem uma das melhores estruturas na área de saúde da região metropolitana e, por isso, vítimas de chacinas, feridos, baleados, esfaqueados, são levados a essas unidades de saúde recebendo atendimento de alto nível. É comum, na ocorrência de crimes em cidades próximas, que as vítimas sejam levadas por policiais para as unidades de saúde de Diadema.
Todos esses fatores somados levam a essa triste realidade. É preciso ressaltar que Diadema não produz toda essa violência, mas sim sofre efeitos de acontecimentos externos."
José Augusto, deputado estadual e ex-prefeito de Diadema (São Paulo, SP)

CPI

"Na reportagem "Investigação ameaça marca Faria Lima" (Cotidiano, 15/8), figura a afirmação: "...Convenceu a colega de bancada Miriam Athiê a apresentar um pedido de CPI apenas com a intenção de atrapalhar a oposição, que também quer uma comissão de inquérito".
Esclareço que em nenhum momento foi aventado que a CPI por mim proposta fosse colocada a serviço para qualquer acobertamento relativo a denúncias envolvendo vereadores desta Casa. Meu intuito ao propor a CPI só tem por único objetivo passar a limpo a administração pública municipal e a Câmara de São Paulo."
Miriam Athiê, vereadora pelo PMDB de São Paulo (São Paulo, SP)
Resposta do jornalista Otávio Cabral - Conforme apurado com vereadores do bloco governista, a CPI apresentada por Miriam Athiê faz parte de uma estratégia elaborada pelo vereador Paulo Roberto Faria Lima, colega de partido da parlamentar, para salvar seu mandato.

Teatro no Carandiru

"Não tive a oportunidade de assistir a peça "O Auto da Compadecida" encenada por alguns detentos do Carandiru, mas cá onde estou me emocionei com a carta que esses nobres atores enviaram ao autor do texto, Ariano Suassuna. Só me resta aplaudir de pé a coragem desses atores. Valorosos homens que são. Só um texto de Suassuna, tão popular, tão nosso, para dar vida a quem achava já não tê-la.
Bravo, Suassuna, bravo!"
Clodoaldo Moreira (Marília, SP)


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