São Paulo, sexta-feira, 17 de novembro de 2000

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PAINEL DO LEITOR

Sobras de campanha
"Como um cidadão comum e um mero eleitor, sinto que a cada dia que passa sou feito de bobo da corte. Quer dizer que o sr. presidente não sabia das sobras de campanha? "Me engana que eu gosto" e estou me acostumando."
Paulo Augusto Nunes Ferreira (São Paulo, SP)

Democracia sob medida
"Uma pergunta ao advogado-geral da União, Gilmar Ferreira Mendes: democracia definitiva se faz com medida provisória?"
Pedro Roberto Carniel (Tietê, SP)

Censura ou não
"As grandes redes de televisão tiveram muitos anos para criar, voluntariamente, uma auto-regulamentação que pusesse fim às barbaridades a que assistimos todos os dias em todos os canais. Diante de sua omissão, era previsível que, cedo ou tarde, tentativas nesse sentido fossem feitas por órgãos públicos e pelo Poder Judiciário, como está ocorrendo agora. Resta esperar que, acuadas por tais decisões judiciais, as emissoras abandonem sua posição de arrogância e reflitam sobre a necessidade de colocarem a ética acima da guerra pela audiência."
Marcelo Dawalibi (São Paulo, SP)

"A proibição de crianças participarem, como atores ou atrizes, das novelas significa o cerceamento à manifestação do talento. Afinal, não se trata, na hipótese, de trabalho (penoso), mas de verdadeira recreação e oportunidade de desenvolver a arte cênica. Aliás, para mim, ainda que fosse um trabalho -esforço que enobrece a alma-, desde que não contrariasse a Constituição, deveria ser permitido. E não concordo com a inserção da proibição de trabalhar antes dos 14 anos, constante na Carta Magna. A preocupação deveria restringir-se ao trabalho incompatível com a faixa etária."
Adauto Quirino Silva (Birigui, SP)

Proibição, só depois
"Frase de Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, advogado, sobre a aplicação da Lei de Responsabilidade Fiscal: "Como poderá ser alguém processado, condenado e preso em razão de um comportamento que não era considerado delituoso?" ("Tendências/Debates", 12/11). Eu só queria entender: será que, desde 1822 até surgir essa lei, era permitido governar irresponsavelmente?"
Alfredo Francisco José Soja (Espírito Santo do Pinhal, SP)

Artigo
"Há muito tempo eu esperava ler um texto como "Sandy & Júnior: a coroação da mediocridade" (Cotidiano, 14/11). A autora foi direto ao assunto, mostrando claramente como subprodutos musicais são consumidos ostensivamente por uma parcela significativa da população, tristemente idiotizada por um sistema mesquinho e extremamente interessado na manutenção dessa mentalidade tacanha no maior número possível de brasileiros. Mas Marilene Felinto pode se preparar para a chuva de vaias, pois a carapuça que ela expôs vai servir em muitas cabeças..."
Flávio Guimarães De Lucca (Limeira, SP)

"É inadmissível que um jornal de primeira linha como a Folha admita a publicação de uma coluna terrivelmente depreciativa como a escrita pela jornalista Marilene Felinto num total desrespeito aos que verdadeiramente adoram a dupla Sandy & Júnior. Sou uma senhora aposentada, possuo nível superior, adoro a dupla e, com certeza, não sou gado. Os inúmeros fãs de Sandy & Júnior também não são gado. Se fossem, estariam no pasto comendo capim. Não alcancei o intuito da articulista. É direito dela não gostar da dupla, mas isso não lhe dá o direito de achincalhar os jovens cantores e muito menos os jovens fãs."
Marylinda Francini Bargero (Santos, SP)

Pesquisa
"Em seu editorial "Elefante espacial" (Opinião, 2/11), a Folha mais uma vez demonstra o descaso injustificado para com a pesquisa científica brasileira e, neste caso em particular, com relação às nossas atividades espaciais. Embora a reportagem traga algumas informações quanto aos possíveis benefícios do empreendimento, ela o faz em tom sarcástico, induzindo o leitor a uma subavaliação de sua importância. Existe margem para o questionamento, mas ele deveria dar-se como jornalismo científico sério, e não no formato de uma coluna de fofocas políticas."
Cesar Boschetti (São José dos Campos, SP)

Universidade
"O artigo do sr. Paulo Costa Lima ("Tendências/Debates", 15/11) toca na ferida da educação e, principalmente, de onde poderiam sair excelentes projetos para uma diminuição da desigualdade social brasileira. Com raríssimos casos, as universidades brasileiras, principalmente as privadas, procuram apenas cumprir o seu papel reservado pelo capitalismo: aumentar lucros! Muitos projetos, quando são elaborados, não passam de material acadêmico, que por algum tempo vão acumular pó nas secretarias das universidades, já que nunca encontrarão caminhos para serem implantados. Que a mensagem do sr. Costa Lima sirva de exemplo para que nossa sociedade busque soluções nessas "fábricas" de conhecimento que são as universidades (ou que, pelo menos, deveriam ser)."
Nivaldo Troiano (São Paulo, SP)

Multas
"A reportagem "Aplicação da verba de multas é investigada" (Cotidiano, 11/11) está completamente equivocada ao querer afirmar que todo o dinheiro arrecadado com as multas de trânsito deve ser repassado à CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). Não existem duas versões para o uso desse dinheiro, nem irregularidades, como quer fazer crer o texto. Deixei bem claro que os recursos são usados, dentro da lei, em engenharia de tráfego e em engenharia de trânsito, portanto, no setor de transportes, conforme prevê o Código de Trânsito Brasileiro. A verba que vai para o tráfego passa pela Secretaria de Transporte, chega à CET, SPTrans etc., e é usada com fardas, marronzinhos, equipamentos e outros itens. A verba do trânsito também vai para a Secretaria das Administrações Regionais, que coordena a operação tapa-buraco, necessária para a manutenção da malha viária da cidade. Parte do dinheiro vai ainda para a Secretaria de Vias Públicas, para obras de pequeno porte -alguma parcela pode ter sido utilizada, sim, no Cebolinha (que, aliás, auxilia muito o trânsito), mas isso é exceção, e não regra."
Antenor Braido, secretário de Comunicação Social da Prefeitura de São Paulo (São Paulo, SP)

Resposta da jornalista Melissa Diniz -
O artigo 320 do Código de Trânsito Brasileiro é claro ao determinar que "a receita arrecadada com a cobrança das multas de trânsito será aplicada, exclusivamente, em sinalização, engenharia de tráfego, de campo, policiamento, fiscalização e educação de trânsito".



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