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PAINEL DO LEITOR
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Privatização
"Incompleta a análise do doutor
Alexandre Schwartsman sobre os
efeitos da privatização das estatais
brasileiras no artigo "Privatização
"marvada" (Dinheiro, 15/11).
Diz Schwartsman que a dívida
pública seria maior hoje caso não
tivesse ocorrido o processo de desestatização.
O economista se esqueceu de que
um dos motivos de a dívida pública
ter aumentado tanto no governo de
Fernando Henrique Cardoso foi
justamente o fato de o governo ter
assumido os gastos com encargos e
aposentadorias dos demitidos das
estatais?
Esqueceu-se também de que a
maioria (se não todas elas) das empresas foi vendida em várias parcelas? Isso derruba a tese de que o dinheiro teria servido para abater a
dívida.
Depois ele ainda pergunta por
que os tucanos não defenderam a
privatização durante a campanha.
Eles devem saber o que o doutor
parece ter esquecido."
GEORGE ARAVANIS (Hortolândia, SP)
Ensino religioso
"A leitora Anete Araújo Guedes
manifestou neste periódico ("Painel
do Leitor", pág. A3, 16/11) a sua posição contrária ao ensino religioso
nas escolas públicas alegando que a
religião é algo "de foro íntimo, que
deve permanecer restrita aos lares
e às igrejas".
Essa opinião, muito freqüente,
ignora que a grande maioria da população brasileira é muito religiosa
e que o Estado laico não é aquele
que fecha os olhos para o fenômeno
religioso.
É triste verificar que, na sociedade atual, em nome do Estado laico,
muitos meios de comunicação permitem que, nos temas polêmicos
(ensino religioso, aborto, casamento gay etc.), todos opinem, menos as
igrejas, cujas convicções devem ficar encurraladas nos lares e nas
igrejas.
Isso é pluralismo?"
ROBERTO VIDAL DA SILVA MARTINS (São Paulo, SP)
Mundo fashion
"Casos como o da modelo Ana
Carolina Reston (Cotidiano, 15/11)
vêm nos mostrar a realidade do tal
"mundinho fashion': anorexia, hipocrisia e neurose."
LUIZ CLÁUDIO BRAIT (Americana, SP)
Cracolândia
"Seria interessante saber o que o
plano de Jaime Lerner para o bairro
da Luz, qualificado por Gilberto Dimenstein como "uma maravilhosa
agulhada na "cracolândia" (Cotidiano, 15/11), contempla para a recuperação dos usuários de crack.
Ainda que não seja responsabilidade do brilhante arquiteto, como
não foi a declaração da área como
de utilidade pública e a sua transformação em um miniparaíso fiscal
para quem quer investir e pagar
menos imposto, inaceitável é que
um empreendimento que gerará
milhões em benefícios seja incapaz
de recuperar centenas de cidadãos.
Espero que, em relação a estes,
seja feito algo além de tornar-lhes
impossível ali permanecer."
ANTONIO BARRETTO DOS SANTOS
(Rio de Janeiro, RJ)
Lista da OAB
"Em relação à reportagem "OAB
inclui mais nomes na lista de "personae non gratae" (Cotidiano,
16/11), a OAB-SP esclarece que não
houve exclusão de nomes que figuravam na primeira relação.
Na verdade, houve a baixa de um
nome devido a morte e, na consolidação do cadastro, realizado na sexta-feira passada, todas as datas de
publicação de desagravos e moções
no "Diário Oficial" do Estado foram
checadas. No caso de dúvidas, o
processo foi desarquivado. Assim
sendo, alguns nomes passaram por
verificação e foram novamente incluídos.
Também é necessário esclarecer
que os nomes das autoridades que
violaram as prerrogativas de advogados vêm sendo divulgados no link
da Comissão de Direitos e Prerrogativas, no site da OAB-SP, desde o
início desta gestão (2004).
Quanto aos acréscimos de novos
nomes, devem-se a dois fatores:
1 - Foram incluídos os casos de
reincidência, que não constavam da
versão anterior;
2 - Desde a primeira publicação
da relação foram realizadas novas
sessões do Conselho de Prerrogativas da OAB-SP, havendo, por conseguinte, o deferimento de novos
desagravos e moções de repúdios."
MÁRCIA REGINA MACHADO MELARÉ, presidente em
exercício da OAB-SP (São Paulo, SP)
Nota da Redação - A informação
de que a lista passou a ser divulgada recentemente no site da
OAB-SP foi dada em 8 de novembro pelo presidente da Comissão de Direitos e Prerrogativas da OAB-SP, Mário de Oliveira Filho.
Paz
"O texto de Ives Gandra de 15/11
("O avanço do terrorismo", "Tendências/Debates'), lúcido e corajoso,
verbera a insana obsessão do senhor Bush, fabricante de mártires.
Razão tem o respeitável autor: só
o diálogo adulto contribuirá para
resgatar a paz entre os povos."
JOSÉ FERNANDES FILHO, presidente da comissão
executiva do Colégio Permanente de Presidentes
de Tribunais de Justiça (Belo Horizonte, MG)
Povinho
"Em reportagem publicada ontem ("Gastos com servidores e INSS
barram alta do investimento", Dinheiro), o jornalista Gustavo Patu
confirma a tese preferida da elite
brasileira: o povo atrapalha o país.
Não fossem os funcionários públicos (burocratas, médicos, cientistas, fiscais, professores e toda essa multidão que dificulta o investimento público), e ainda os aproveitadores das régias benesses do
INSS, sobraria farto volume de recursos para facilitar a ação dos angelicais e patrióticos banqueiros,
através do Proer e de outras medidas, para promover o espetáculo do
desenvolvimento -ou ainda para
que os sacrificados empresários
conseguissem empréstimos a juros
negativos no BNDES, claro, para
realizar investimentos cujos lucros
reverteriam para a felicidade geral.
O país dos banqueiros e industriais é bom; o povinho é que atrapalha."
DÉCIO EDUARDO VALADARES (Belo Horizonte, MG)
Partido
"Como levar a sério as instituições partidárias no Brasil?
O mestre "Houaiss" ensina que
"partido" é "a organização social espontânea que se fundamenta numa
concepção política ou em interesses políticos e sociais comuns e que
se propõe alcançar o poder". De um
lado, temos um PMDB que caminha célere para garantir seu quinhão na máquina administrativa do
mandato do presidente Lula. De outro lado, temos o próprio presidente do partido, Michel Temer, declarando posição de independência
absoluta em relação à presença do
PMDB no próximo governo.
Que interesses comuns movem o
PMDB? Fragmentado do jeito que
está, quando o partido irá conquistar o poder central?"
SINVALDO DO NASCIMENTO SOUZA
(Rio de Janeiro, RJ)
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