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Nordeste
Brilhante o artigo "Nordeste is
beautiful" (Mercado, ontem), assinado por Nizan Guanaes.
Não há como erradicar o racismo, o bairrismo ou similares organizados por meio de leis ou de medidas radicais. Menos ainda o desorganizado, que grassa em todas
as partes do mundo.
Quem está em São Paulo há
mais de cinco décadas viveu um
racismo exacerbado contra os nordestinos, rotulados na época como "baianos". Hoje, as manifestações desse tipo limitam-se a novos
ricos, cuja educação não acompanhou a ascensão social.
CARLOS GONÇALVES DE FARIA (São Paulo, SP)
Quando crescer
Sobre a coluna de ontem de
Fernando de Barros e Silva ("O
que vai ser quando crescer?",
Opinião): "Dito, como é que a
gente sabe certo como não deve
de fazer alguma coisa, mesmo os
outros não estando vendo? Vaqueiro Jé: Malfeito como é, que a
gente se sabe?".
O que Guimarães Rosa nos
brindou por intermédio do menino Miguilim é a chave da questão
formulada pelo colunista.
Entregou na estrutura cognitiva e emocional de um menino de
oito anos de idade questões essenciais do desenvolvimento psicossocial do ser humano: é na primeira infância que atuam os determinantes mais fundamentais
de nossa capacidade de partilha,
convivência, responsabilidade,
empatia e respeito ao outro.
Ensinar senso moral a garotos
adolescentes é redefinir valores
familiares (e societários) para evitar vitórias contínuas da barbárie.
Uma boa pedida: o Conselho
Nacional de Secretários de Saúde
(Conass) traduziu o texto "Prevenir a Violência pelo Aprendizado
na Primeira Infância", do Centro
de Excelência para o Desenvolvimento da Primeira Infância (Universidade de Montreal, Canadá).
ÁLVARO JORGE MADEIRO LEITE, professor de pediatria e humanidades médicas da Faculdade de
Medicina da Universidade Federal do Ceará (Fortaleza, CE)
Belo Monte
Faz 20 anos que a usina de Belo Monte está no projeto.
Insistir num projeto que todos
dizem inviável, tanto econômica
como ecologicamente, mostra a
falta de sensatez de nossos governantes. Vamos aguardar o resultado dessa obra.
MILTON FERREIRA (Limeira, SP)
Violência
Um tenente da Polícia Militar
de apenas 24 anos foi barbaramente assassinado no ABC paulista pelo simples fato de ser policial. O jornal televisivo de
maior audiência do país gastou
alguns minutos falando sobre
uma piscina aquecida. Sobre a
morte do policial, nada! Na mídia escrita nenhuma linha.
O motivo é simples: o policial
é visto pela sociedade como cidadão de segunda classe. É como se o policial fosse pago para
morrer. Nenhuma indignação,
nenhum padre, nenhum defensor público, nenhuma ONG de
direitos humanos... Bem diferente dos EUA, onde o governador
vai a todos os funerais de policiais. Realmente, nosso povo
tem a polícia que merece.
REGINALDO SALOMÃO (Ribas do Rio Pardo, MS)
História 1
Parabéns à Folha pela compra
do passe de Vladimir Safatle.
Entre outras (boas) coisas, é
uma constatação prática de que a
história não acabou.
LEOVEGILDO PEREIRA LEAL (Belo Horizonte, MG)
História 2
Parabenizo a Folha por ter noticiado uma ótima pesquisa em
história ("Pesquisa mostra vingança de escravo no Brasil Império", Ciência, ontem). Espero que
as pesquisas históricas tenham mais espaço e divulgação.
LÉLIO OLIVEIRA (Franca, SP)
Atitudes
Incrível a diferença de atitudes. Enquanto no Sesc Pinheiros
a direção da casa se apressa em
arrancar de seu auditório uma fileira de cadeiras para acomodar
melhor a maca da advogada e
poeta Leide Moreira, por uma
única noite, para que assista ao
show de Ney Matogrosso ("Que
olhos os teus", Cotidiano, ontem), em Brasília, no Congresso e
no Palácio do Planalto, reformas
para garantir acesso a pessoas
com deficiência, previstas em lei
desde 2006, ainda não saíram do
papel ("Degraus desafiam deputados cadeirantes", Poder, ontem).
Pior: agora, com três deputados
cadeirantes eleitos, os responsáveis pela infraestrutura dos prédios preveem o final da obra apenas para o final de 2011!
Sem falar na falta de preparo
dos funcionários, que ignoravam
a localização dos (raros e longínquos) banheiros acessíveis.
Eleitos, esses deputados não
poderão exercer plenamente seus
mandatos: votar é impossível,
chegar à Mesa Diretora também.
No Brasil, 1 em cada 8 pessoas
tem algum tipo de deficiência crônica. Se, para atender à necessidade básica dos frequentadores da
Casa a boa vontade vai nessa toada, me arrepio ao pensar no tempo
que se perde para discutir outros
aspectos importantes da vida da
população brasileira que estão
distantes e fora das vistas da ilha
da fantasia brasiliense.
CLAUDIA MATARAZZO, jornalista, autora de, entre
outros livros, "Vai Encarar? - a Nação (quase) Invisível de Pessoas com Deficiência" (São Paulo, SP)
"Crioulinha"
A respeito do artigo "Crioulinha" (Cotidiano, ontem), de Rubem Alves, é importante lembrar
que textos consagrados de Monteiro Lobato, Machado de Assis e
talvez o do próprio Rubem Alves,
entre muitos outros, carecem de
"purificação", sim.
Tratar o negro de forma pejorativa já foi prática comum, considerada natural e inofensiva. Hoje sabemos que ela é nociva e perpetuadora do preconceito.
O CNE não propõe que esses escritores sejam impedidos de frequentar as escolas. Propõe que a
obra só deva ser usada "quando o
professor tiver a compreensão dos
processos históricos que geram o
racismo no Brasil".
MARCO AURÉLIO CAPITÃO (Campinas, SP)
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