São Paulo, quarta-feira, 17 de novembro de 2010

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PAINEL DO LEITOR

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Nordeste
Brilhante o artigo "Nordeste is beautiful" (Mercado, ontem), assinado por Nizan Guanaes. Não há como erradicar o racismo, o bairrismo ou similares organizados por meio de leis ou de medidas radicais. Menos ainda o desorganizado, que grassa em todas as partes do mundo. Quem está em São Paulo há mais de cinco décadas viveu um racismo exacerbado contra os nordestinos, rotulados na época como "baianos". Hoje, as manifestações desse tipo limitam-se a novos ricos, cuja educação não acompanhou a ascensão social.
CARLOS GONÇALVES DE FARIA (São Paulo, SP)

Quando crescer
Sobre a coluna de ontem de Fernando de Barros e Silva ("O que vai ser quando crescer?", Opinião): "Dito, como é que a gente sabe certo como não deve de fazer alguma coisa, mesmo os outros não estando vendo? Vaqueiro Jé: Malfeito como é, que a gente se sabe?". O que Guimarães Rosa nos brindou por intermédio do menino Miguilim é a chave da questão formulada pelo colunista.
Entregou na estrutura cognitiva e emocional de um menino de oito anos de idade questões essenciais do desenvolvimento psicossocial do ser humano: é na primeira infância que atuam os determinantes mais fundamentais de nossa capacidade de partilha, convivência, responsabilidade, empatia e respeito ao outro.
Ensinar senso moral a garotos adolescentes é redefinir valores familiares (e societários) para evitar vitórias contínuas da barbárie. Uma boa pedida: o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) traduziu o texto "Prevenir a Violência pelo Aprendizado na Primeira Infância", do Centro de Excelência para o Desenvolvimento da Primeira Infância (Universidade de Montreal, Canadá).
ÁLVARO JORGE MADEIRO LEITE, professor de pediatria e humanidades médicas da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (Fortaleza, CE)

Belo Monte
Faz 20 anos que a usina de Belo Monte está no projeto. Insistir num projeto que todos dizem inviável, tanto econômica como ecologicamente, mostra a falta de sensatez de nossos governantes. Vamos aguardar o resultado dessa obra.
MILTON FERREIRA (Limeira, SP)

Violência
Um tenente da Polícia Militar de apenas 24 anos foi barbaramente assassinado no ABC paulista pelo simples fato de ser policial. O jornal televisivo de maior audiência do país gastou alguns minutos falando sobre uma piscina aquecida. Sobre a morte do policial, nada! Na mídia escrita nenhuma linha.
O motivo é simples: o policial é visto pela sociedade como cidadão de segunda classe. É como se o policial fosse pago para morrer. Nenhuma indignação, nenhum padre, nenhum defensor público, nenhuma ONG de direitos humanos... Bem diferente dos EUA, onde o governador vai a todos os funerais de policiais. Realmente, nosso povo tem a polícia que merece.
REGINALDO SALOMÃO (Ribas do Rio Pardo, MS)

História 1
Parabéns à Folha pela compra do passe de Vladimir Safatle. Entre outras (boas) coisas, é uma constatação prática de que a história não acabou.
LEOVEGILDO PEREIRA LEAL (Belo Horizonte, MG)

História 2
Parabenizo a Folha por ter noticiado uma ótima pesquisa em história ("Pesquisa mostra vingança de escravo no Brasil Império", Ciência, ontem). Espero que as pesquisas históricas tenham mais espaço e divulgação.
LÉLIO OLIVEIRA (Franca, SP)

Atitudes
Incrível a diferença de atitudes. Enquanto no Sesc Pinheiros a direção da casa se apressa em arrancar de seu auditório uma fileira de cadeiras para acomodar melhor a maca da advogada e poeta Leide Moreira, por uma única noite, para que assista ao show de Ney Matogrosso ("Que olhos os teus", Cotidiano, ontem), em Brasília, no Congresso e no Palácio do Planalto, reformas para garantir acesso a pessoas com deficiência, previstas em lei desde 2006, ainda não saíram do papel ("Degraus desafiam deputados cadeirantes", Poder, ontem).
Pior: agora, com três deputados cadeirantes eleitos, os responsáveis pela infraestrutura dos prédios preveem o final da obra apenas para o final de 2011!
Sem falar na falta de preparo dos funcionários, que ignoravam a localização dos (raros e longínquos) banheiros acessíveis. Eleitos, esses deputados não poderão exercer plenamente seus mandatos: votar é impossível, chegar à Mesa Diretora também. No Brasil, 1 em cada 8 pessoas tem algum tipo de deficiência crônica. Se, para atender à necessidade básica dos frequentadores da Casa a boa vontade vai nessa toada, me arrepio ao pensar no tempo que se perde para discutir outros aspectos importantes da vida da população brasileira que estão distantes e fora das vistas da ilha da fantasia brasiliense.
CLAUDIA MATARAZZO, jornalista, autora de, entre outros livros, "Vai Encarar? - a Nação (quase) Invisível de Pessoas com Deficiência" (São Paulo, SP)

"Crioulinha"
A respeito do artigo "Crioulinha" (Cotidiano, ontem), de Rubem Alves, é importante lembrar que textos consagrados de Monteiro Lobato, Machado de Assis e talvez o do próprio Rubem Alves, entre muitos outros, carecem de "purificação", sim. Tratar o negro de forma pejorativa já foi prática comum, considerada natural e inofensiva. Hoje sabemos que ela é nociva e perpetuadora do preconceito. O CNE não propõe que esses escritores sejam impedidos de frequentar as escolas. Propõe que a obra só deva ser usada "quando o professor tiver a compreensão dos processos históricos que geram o racismo no Brasil".
MARCO AURÉLIO CAPITÃO (Campinas, SP)

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