São Paulo, quarta-feira, 18 de janeiro de 2006

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PAINEL DO LEITOR @ - leitor@uol.com.br


Transgênicos
"A soja transgênica entrou no Brasil por contrabando e seu cultivo se expandiu no Rio Grande do Sul mesmo sendo proibido à época. Depois foi a vez de o algodão transgênico também entrar no país por meio de contrabando. Hoje, há plantio ilegal de milho transgênico no RS -também contrabandeado. Têm que ser muito ingênuo para acreditar que as zonas de exclusão para o algodão transgênico criadas pelo Ministério da Agricultura serão respeitadas e fiscalizadas."
Milton Krieger (Piracicaba, SP)

Chile
"A conquista da igualdade entre homens e mulheres na política respira novos ares com a vitória de Michelle Bachelet, a primeira mulher eleita para a Presidência do Chile. Esse momento é um marco para muitos que sonham com a democracia. Viva a igualdade de gênero!"
Muna Zeyn, vice-presidente do Conselho Estadual da Condição Feminina (São Paulo, SP)

Preço da entrada
"Apontar a meia-entrada para estudantes como a vilã do aumento do preço dos ingressos acima dos índices da inflação tem sido a cortina de fumaça dos empresários da cultura ("O preço da cultura", Ilustrada, 15/1). É o mesmo que atribuir responsabilidade à gestante, atendida prioritariamente, pelo tamanho da fila no banco. Cabe-nos lembrar que tal expediente, ao mesmo tempo em que oculta os motivos reais dos aumentos abusivos, presta um desserviço à educação. Em vez de um privilégio, a meia-entrada é um direito legítimo e constitucional que se fundamenta no entendimento de que, por meio do acesso diferenciado à cultura, ao esporte e ao lazer, o jovem pode ampliar e fortalecer a sua formação. A meia-entrada, portanto, cumpre o papel de complementação à formação acadêmica dos estudantes, dialogando com o conhecimento adquirido em sala de aula."
Vinícius Resende, assessor de imprensa da União Nacional dos Estudantes (São Paulo, SP)

Ira e indignação
"É um desperdício a Folha não oferecer uma coluna permanente a Vinicius Torres Freire. O texto de ontem ("Congresso vadio ou baldio?", Opinião, pág. A2) é um primor! Ele faz uma análise profunda, isenta e sem meias palavras do nosso cotidiano, das nossas autoridades e das nossas instituições (parece agressivo, mas não é). Provoca em nós ira e indignação quando o lemos. Faz um bem..."
Antônio José Grimaldi (Salvador, BA)

U2
"O vocalista do U2, Bono Vox, um dos roqueiros mais engajados, sempre preocupado com as questões sociais do planeta, deveria ser informado sobre o caos que se instalou na venda dos ingressos para o show da banda irlandesa a ser realizado em fevereiro em São Paulo. Afinal de contas, esses fãs que passam por esse martírio todo são os que ajudam a aumentar a sua milionária conta bancária (se bem que nenhum integrante do U2 tem culpa, pois essa falta de organização e jogo de empurra-empurra dos organizadores do show são coisas típicas do Brasil). Vivemos (há tempos) mesmo uma espécie de cultura da fila, com o que as pessoas parecem não se importar. Pelo menos não para um jogo da seleção brasileira ou um mega-show de rock."
Mateus Beleza Rocha (Belo Horizonte, MG)

STF
"A sabatina mais rigorosa no Senado dos indicados pelo presidente da República ao STF é o melhor caminho para o aperfeiçoamento daquela Corte. Existem propostas de transformar o Tribunal num mosaico de classes jurídicas, com juízes, Ministério Público e OAB indicando seus ocupantes, o que não é uma boa idéia. Haveria exacerbação de corporativismos bem como o afastamento da Corte dos interesses gerais da sociedade, que não se confundem com os interesses dos operadores do direito. O atual sistema é mais democrático, pois o presidente da República e os senadores são eleitos pelo voto direto. Já os advogados, promotores e juízes não têm mandato popular para decidir o futuro do país. Basta comparar a qualidade do STF com a dos demais tribunais, inclusive os compostos por listas preparadas por entidades jurídicas, e é fácil concluir que tal sistema não funciona bem."
Gustavo Coube de Carvalho (São Paulo, SP)

Terras
"O senhor José Rainha Júnior erra deliberadamente o alvo ao cobrar reforma agrária do governador Geraldo Alckmin ("Rainha critica Alckmin e diz que governador deveria ter saído antes", Brasil, 16/1). A reforma agrária é uma atribuição da União. Apesar de saber disso, Rainha poupa o governo federal e afirma que há falta de vontade política por parte do governo do Estado de São Paulo. Nossa vontade política se expressa nos 126 assentamentos estaduais, de um total de 186 assentamentos em São Paulo, e no atendimento a mais de 10.000 famílias, entre assentamentos estaduais e federais, mesmo não sendo a reforma agrária nossa responsabilidade. Desde que Alckmin assumiu o posto de governador, em 2001, já assentamos 1.023 famílias no Estado e 900 no Pontal do Paranapanema. E só não fizemos mais por não contarmos com terras disponíveis como contávamos na década de 90, quando havia um grande estoque de áreas já julgadas devolutas. Neste ano, pretendemos arrecadar 27 mil hectares na região do Pontal do Paranapanema por meio de acordos com agropecuaristas. Não é, portanto, com ações intempestivas que pretendemos resolver os conflitos fundiários na região do Pontal, mas, sim, com políticas públicas sérias. Do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra esperamos críticas, sim, como é o papel da sociedade civil organizada, mas não provocações."
Jonas Villas Bôas, diretor-executivo da Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo - Itesp (São Paulo, SP)

Álcool
"Nosso país é pioneiro na produção de álcool combustível extraído da cana-de-açúcar, mas vemos preços cada vez menos competitivos em comparação com a gasolina pelo simples fato de que ainda só é compensador em poucos Estados da federação devido à ganância de maus empresários do ramo. Quando houve sobra do produto, os usineiros fizeram de tudo para o governo adicionar álcool à gasolina, sendo que essa proporção hoje é de 25%. Agora, com a famigerada "entressafra", os mesmos usineiros se dão ao luxo de aumentar o preço do álcool."
Jarbas de Souza Júnior (Assis, SP)


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