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Editoriais
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Argentinos e brasileiros
BARREIRAS tarifárias têm sido usadas recorrentemente ao longo da história. Fizeram parte da estratégia de desenvolvimento de praticamente
todos os países que obtiveram algum sucesso na industrialização.
A experiência e a teoria mostram, contudo, que a manutenção indefinida do protecionismo
acaba numa distribuição geral de
prejuízos. Dessa percepção nasceram o sistema global de comércio, hoje a OMC, e os acordos
de livre intercâmbio, como a
União Europeia e o Mercosul.
Se até governos europeus, atiçados pela crise, trocam ameaças
protecionistas, não é de estranhar que algo parecido ocorra no
Cone Sul. Nas últimas semanas,
a Argentina criou uma série de
embaraços adicionais à entrada
de produtos brasileiros.
Uma ala do empresariado brasileiro defendia que o governo
reagisse na mesma linguagem:
uma retaliação comercial contra
produtos argentinos. Mas o endurecimento imediato, dado o
contexto global e o nível já razoável de interdependência entre as
duas economias, seria uma medida precipitada e perigosa.
O governo Lula acertou, portanto, ao apostar numa nova rodada de negociações com o argentino. Buenos Aires tem razão
ao reclamar do déficit comercial
crônico que mantém com o Brasil. Brasília, por seu turno, precisa sustentar que barreiras ao comércio não são um meio inteligente de resolver esse desnível.
A solução, sempre adiada, é encontrar fórmulas de ampliar os
investimentos produtivos no lado argentino da fronteira.
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