São Paulo, quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Editoriais

editoriais@uol.com.br

Argentinos e brasileiros

BARREIRAS tarifárias têm sido usadas recorrentemente ao longo da história. Fizeram parte da estratégia de desenvolvimento de praticamente todos os países que obtiveram algum sucesso na industrialização.
A experiência e a teoria mostram, contudo, que a manutenção indefinida do protecionismo acaba numa distribuição geral de prejuízos. Dessa percepção nasceram o sistema global de comércio, hoje a OMC, e os acordos de livre intercâmbio, como a União Europeia e o Mercosul.
Se até governos europeus, atiçados pela crise, trocam ameaças protecionistas, não é de estranhar que algo parecido ocorra no Cone Sul. Nas últimas semanas, a Argentina criou uma série de embaraços adicionais à entrada de produtos brasileiros.
Uma ala do empresariado brasileiro defendia que o governo reagisse na mesma linguagem: uma retaliação comercial contra produtos argentinos. Mas o endurecimento imediato, dado o contexto global e o nível já razoável de interdependência entre as duas economias, seria uma medida precipitada e perigosa.
O governo Lula acertou, portanto, ao apostar numa nova rodada de negociações com o argentino. Buenos Aires tem razão ao reclamar do déficit comercial crônico que mantém com o Brasil. Brasília, por seu turno, precisa sustentar que barreiras ao comércio não são um meio inteligente de resolver esse desnível.
A solução, sempre adiada, é encontrar fórmulas de ampliar os investimentos produtivos no lado argentino da fronteira.


Texto Anterior: Editoriais: Quebrar a letargia
Próximo Texto: São Paulo - Clóvis Rossi: Nem fingir eles fingem
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.