|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TERMINAR O FURA-FILA
Lançado como um factóide na
campanha eleitoral do ex-prefeito Celso Pitta, o Fura-Fila já trouxe
muitos prejuízos para São Paulo.
Concebido como Veículo Leve sobre
Trilhos (VLT) em via segregada, com
apenas oito quilômetros, ele foi uma
invenção de marketing e, como modo de transporte, não estava vinculado a nenhuma estratégia para equacionar de forma mais geral o problema de mobilidade na cidade.
Obra inacabada que se arrasta há
três administrações, deixando esqueletos de concreto armado em estado de deterioração espalhados pelo
vale do Tamanduateí, o Fura-Fila já
consumiu cerca de R$ 320 milhões e
ainda está longe de ser concluído. É
uma expressão da falta de planejamento e do desperdício de recursos
públicos que têm sangrado as finanças municipais.
Nesse quadro, é muito bem-vinda a
proposta da administração Serra de
utilizar as vias elevadas já construídas como parte de um corredor de
ônibus até a Cidade Tiradentes, no
total de 27 quilômetros, e de operá-lo
através de veículos convencionais.
A opção apresentada, que prioriza
o sistema estrutural de transporte coletivo, mostra a intenção do secretário de transportes Frederico Bussinger de dar continuidade à implantação de vias exclusivas -Passa Rápido-, um dos programas mais importantes de Marta Suplicy. É um sinal de maturidade administrativa,
traço que tem sido raro na conturbada transição do poder municipal.
Embora a idéia original de ampliar
o trajeto do Fura-Fila seja do governo
passado, a obra não recebeu prioridade e quatro anos se passaram sem
que fosse concluída. Espera-se agora
que Serra leve até o fim o projeto, colocando um ponto final nesta triste
manifestação de atraso político que
representou a novela do Fura-Fila.
Texto Anterior: Editoriais: REMÉDIOS FRACIONADOS Próximo Texto: São Paulo - Vinicius Torres Freire: Grafite e 6B Índice
|