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BOA NOTÍCIA
Em tempos em que boas notícias rareiam, é alentador constatar que a mortalidade infantil, consideradas crianças de até um ano de
idade, caiu bastante no Estado de São
Paulo. Em 12 anos, a taxa despencou
de 31 para 15 óbitos por mil bebês
nascidos vivos, o que representa uma
redução de 48%.
A Organização Mundial da Saúde
(OMS) admite um índice de até 20
por mil para países em desenvolvimento e de até 10 por mil em nações
do Primeiro Mundo. Por esse critério, no caso, o Estado de São Paulo
está bem no meio do caminho entre
pobres e ricos. O índice para todo o
Brasil fica perto dos 30 por mil.
Infelizmente, até mesmo as boas
notícias possuem aspectos negativos. Nesse sentido, pode-se afirmar
que São Paulo venceu as batalhas
mais fáceis da guerra contra a mortalidade infantil. Avançar a partir de
agora tende a ser mais difícil e a ocorrer em ritmo mais lento.
Com efeito, os progressos verificados até o momento são atribuídos a
melhorias no saneamento básico,
nas condições de moradia e na rede
hospitalar. Isso contribuiu para reduzir as mortes por doenças infecciosas e parasitárias (que hoje são
apenas 5,3% das causas de óbito) e
por moléstias do aparelho respiratório (7,3% do total de mortes).
O maior "vilão" da mortalidade infantil, representando 58,3% dos óbitos, são as chamadas causas perinatais, entre as quais se destacam problemas relacionados ao parto, como
descolamento de placenta, asfixia ao
nascer, prematuridade etc. Não são
questões que se resolvam "no atacado", com obras ou com investimentos de caráter mais geral.
Ao contrário, para prevenir as mortes perinatais (tanto das crianças como das mães) há que se fazer esforços direcionados às mães individualmente. É preciso que elas tenham
acesso a um bom atendimento pré-natal -o que é caro- e que compareçam às consultas.
Constatar que a parte mais difícil
do trabalho ainda está por fazer apenas reforça a necessidade de melhorar o acompanhamento da gestante.
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