São Paulo, segunda-feira, 18 de julho de 2005

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PAINEL DO LEITOR

Operação Uruguai
"A armação que Delúbio Soares e Marcos Valério estão tentando para poupar petistas e, quem sabe, até Lula, está sendo chamada de nova Operação Uruguai. Mas é pouco. Pelo volume dos valores envolvidos, o que o tesoureiro licenciado do PT e o avalista tentam montar deveria ser chamado de Operação Mercosul."
Simão Pedro Marinho (Belo Horizonte, MG)

Daslu
"Lendo as repercussões neste painel sobre o caso Daslu, gostaria de lembrar aos leitores que enviaram mensagens aprovando a ação cinematográfica, tendenciosa e ideológica (ricos também vão para a cadeia!) da Polícia Federal que, apesar de todos sermos favoráveis ao cumprimento das leis indiferentemente de sua classe social, os empresários como a dona da Daslu criam empregos diretos e indiretos, ajudam na formação da riqueza e do crescimento do país. Mas o que não se pode aceitar é a forma como a operação foi realizada. Os empresários não oferecem perigo à sociedade, não estavam armados nem resistiram a prisão, diferentemente dos facínoras criminosos que aterrorizam as populações dos morros, favelas e cidades inteiras e são considerados por muitos "vítimas da sociedade" e, portanto, não devem ser tocados."
Humberto Giovine (Santos, SP)

"Por que a elite em geral ficou tão indignada com essa ação da PF? Será por que são estes os que mais ganham com a sonegação de impostos e lavagem de dinheiro? Pois eu não me lembro de toda essa gente ter se levantado para reclamar quando policiais chacinaram 30 pessoas em Nova Iguaçu e Queimados no RJ, um dos crimes mais bárbaros da história desse país. Pela reação da elite, de alguns partidos políticos e de alguns colunistas da Folha, entendemos por que o Brasil, apesar de todas as riquezas, ainda é um dos países mais desiguais do mundo. Nossa elite é hipócrita a ponto de querer que a Justiça se aplique apenas aos mais pobres."
Cristiano Rezende Penha (Campinas, SP)

"Somando-se à minha indignação frente ao protecionismo de alguns políticos, Fiesp e parte da elite de nossa sociedade para com os donos da Daslu, havia também a frustração por saber ser improvável manifestar meus sentimentos de forma pública e abrangente. Minha indignação tomou voz através dos excelentes jornalistas da Folha Elio Gaspari e Clovis Rossi. Sempre muito lúcidos e objetivos, superaram-se em seus artigos do ultimo domingo. São de tirar o chapéu. Parabéns!"
Glauco Venicius Dultra Padula(São Paulo, SP)

"A se confirmar o ato de apoio da Fiesp à dona da Daslu, sugiro que a mesma entidade reserve dois minutinhos para manifestar repúdio à prisão, por mais de um ano e sem julgamento, daquela mulher que roubou um frasco de xampu."
Carlos Bruni Fernandes (São Paulo, SP)

Financiamento de campanha
"Sabe-se que uma campanha eleitoral, principalmente quando se ganha uma eleição, custa muito dinheiro. Isso não é novidade. Sabe-se também que existem meios escusos para conseguir esse dinheiro. O que não dá para entender é a alienação do sr. presidente e a proteção que se formou em torno dele. Seria muito mais ético se ele assumisse que sabe das coisas e que, como governante, vai tomar uma atitude. Assim como está, é revoltante. É humilhar o povo brasileiro, principalmente quem confiou e votou nele. Eu, particularmente, não tenho esse pecado."
Maria Aparecida Marques (Jaú, SP)

Não sobra um
"Concordo com a jornalista Eliane Cantanhêde quando diz que "não sobra um, meu irmão". A confusão é total no meio desta baderna acusatória que acontece nas várias CPIs instaladas. A grande verdade é que deveriam ter criado somente uma CPI com o nome genérico de "CPI das Roubalheiras"."
Wilson Gordon Parker (Nova Friburgo, RJ)

Cultura clássica
"Pelo que se leu e se viu no noticiário, foi excelente a qualidade dos eventos brasileiros em Paris, no quadro das comemorações do Ano do Brasil na França. Pena que, devido à orientação atual do Ministério da Cultura, que só favorece e prioriza a cultura popular, os franceses não tenham tido a chance de ver que a cultura clássica também tem um lugar entre nós, mesmo apertadinho. É imperdoável que não se tenha pensado até agora em fazer um grande concerto, por exemplo, no Champ de Mars ou no Palais de Chaillot, com a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, hoje reconhecida como uma das melhores do mundo."
Elias da Costa Lima (São Paulo, SP)

Quebra de patente
"Sobre a matéria da Folha "Robert Gallo questiona quebra de patente" (Ciência, pág. A15, 16/7), com chamada na primeira página "Descobridor do HIV sugere ao país cautela com patentes", é importante lembrar que, conforme ficou estabelecido pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos em 12 de julho de 1994, os cientistas do laboratório de Gallo usaram o vírus do Instituto Pasteur de Paris para reivindicar a descoberta que serviu para obter patentes de testes e remédios contra o HIV. Esse reconhecimento oficial ocorreu depois de uma longa batalha na Justiça desde 1983, quando foi anunciada a descoberta do HIV simultaneamente pelo grupo de Luc Montagnier, no Instituto Pasteur da França, e de Robert Gallo, no Instituto Nacional de Saúde, nos EUA. As investigações na Justiça sobre o caso provaram que Gallo usou amostras do vírus dos franceses, mas não conseguiram provar que ele tenha agido de má-fé em todo o episódio. Isso não impede que Gallo seja reconhecido como um grande pesquisador e contribuído para as descobertas relativas aos retrovírus. As disputas na Justiça sobre a patente do HIV, uma questão que envolveu muito dinheiro, foram divulgadas várias vezes pelos jornais, inclusive pela Folha." Martha San Juan França, vice-presidente da ABJC -Associação Brasileira de
Jornalismo Científico (São Paulo, SP)

Terrorismo x liberdade
"Li com entusiasmo em "Tendências/ Debates" (16/7, p. A3) a lúcida opinião do jurista Dalmo de Abreu Dallari sobre o combate ao terrorismo sem sacrifício da liberdade. O terrorismo de Estado é um tipo de vitória dos protagonistas do mal, contra o povo e a liberdade. Nenhum terror se justifica, e os seus crimes, inclusive os da autoridade, são imprescritíveis. Parabéns ao jornal pela escolha."
José Isaac Pilati (Florianópolis, SC)

Vandalismo
"Há males que vêm para o bem. Com o vandalismo da torcida do São Paulo na avenida Paulista, a prefeitura resolveu fechar o local para eventos. Vale lembrar que há uma dúzia de hospitais nas imediações da av. Paulista, e não faz sentido congestioná-la para comemorações."
Conrado de Paulo (Bragança Paulista , SP)

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