São Paulo, sábado, 18 de setembro de 2010

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Longe da excelência

Não causa surpresa o ranking das 200 melhores universidades do mundo, elaborado pela prestigiosa Times Higher Education.
As universidades americanas têm a reputação de excelência confirmada com a presença de nada menos que 72 instituições entre as 200 mais bem colocadas no mundo, incluindo 15 entre as 20 primeiras. O país que mais se aproxima dos EUA, o Reino Unido, tem 29 universidades na lista.
O ranking é baseado em consultas com a comunidade acadêmica internacional e leva em conta 13 indicadores de performance, sobretudo o ensino, a pesquisa e a transferência de conhecimento.
A explicação para o domínio americano é simples. O país investe 3,1% do seu PIB em educação superior, contra uma média de 1,5% dos demais países da OCDE (sigla que reúne os países mais desenvolvidos do mundo). Essa discrepância se torna ainda maior se considerado que o PIB americano, de US$ 14 trilhões, é pelo menos duas vezes superior ao de qualquer outro país.
O fato de a líder do ranking ser a Universidade Harvard, fundada em 1636, mostra que não é da noite para o dia que se constrói um ensino de qualidade.
Nesse sentido, o Brasil, onde o investimento federal no ensino superior não chega a 1% do PIB, não tem o que comemorar no ranking. Diferentemente de outros países emergentes, como China, África do Sul e Turquia, o país não teve nenhuma universidade incluída entre as 200 melhores.
A USP, que tem o mérito de ser a mais bem colocada entre as instituições latino-americanas, aparece na 232ª posição, 16 postos à frente da Unicamp, única outra escola brasileira na lista.
Se não sofre mazelas tão graves quanto as do ensino básico, a educação superior brasileira, tanto dentro das salas de aula quanto nos laboratórios de pesquisa, ainda está longe do nível de excelência necessário para alavancar o crescimento do país. Investimento público mais robusto e mais bem direcionado é um passo indispensável para sanar essa deficiência.


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