|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Editoriais
editoriais@uol.com.br
Longe da excelência
Não causa surpresa o ranking
das 200 melhores universidades
do mundo, elaborado pela prestigiosa Times Higher Education.
As universidades americanas
têm a reputação de excelência
confirmada com a presença de nada menos que 72 instituições entre
as 200 mais bem colocadas no
mundo, incluindo 15 entre as 20
primeiras. O país que mais se
aproxima dos EUA, o Reino Unido, tem 29 universidades na lista.
O ranking é baseado em consultas com a comunidade acadêmica
internacional e leva em conta 13
indicadores de performance, sobretudo o ensino, a pesquisa e a
transferência de conhecimento.
A explicação para o domínio
americano é simples. O país investe 3,1% do seu PIB em educação
superior, contra uma média de
1,5% dos demais países da OCDE
(sigla que reúne os países mais desenvolvidos do mundo). Essa discrepância se torna ainda maior se
considerado que o PIB americano,
de US$ 14 trilhões, é pelo menos
duas vezes superior ao de qualquer outro país.
O fato de a líder do ranking ser a
Universidade Harvard, fundada
em 1636, mostra que não é da noite para o dia que se constrói um
ensino de qualidade.
Nesse sentido, o Brasil, onde o
investimento federal no ensino
superior não chega a 1% do PIB,
não tem o que comemorar no ranking. Diferentemente de outros
países emergentes, como China,
África do Sul e Turquia, o país não
teve nenhuma universidade incluída entre as 200 melhores.
A USP, que tem o mérito de ser a
mais bem colocada entre as instituições latino-americanas, aparece na 232ª posição, 16 postos à
frente da Unicamp, única outra
escola brasileira na lista.
Se não sofre mazelas tão graves
quanto as do ensino básico, a educação superior brasileira, tanto
dentro das salas de aula quanto
nos laboratórios de pesquisa, ainda está longe do nível de excelência necessário para alavancar o
crescimento do país. Investimento
público mais robusto e mais bem
direcionado é um passo indispensável para sanar essa deficiência.
Texto Anterior: Editoriais: Oposições no governo Próximo Texto: São Paulo - Fernando de Barros e Silva: Painel do Leitor Índice | Comunicar Erros
|