CLIFFORD M. SOBEL

Uma palavra em especial, dentro do que já aprendi em português, resume minha visão para o relacionamento entre Brasil e EUA: "parceria"

JÁ FAZ um pouco mais de dois meses que cheguei ao Brasil para representar o povo e o presidente dos Estados Unidos neste maravilhoso país. Desde a minha chegada, concentrei-me em conhecer e aprender com lideranças brasileiras em diversas áreas, da política aos negócios, passando por religião, academia, sociedade civil e imprensa.
Passei a entender melhor um país que enfrenta o desafio de levar os benefícios da democracia e do crescimento econômico a todo o seu povo, mas também um país que conta com tremendos recursos de criatividade e energia para buscar soluções. Uma palavra em especial, dentro do que já aprendi em português, resume minha visão para o relacionamento entre o Brasil e os EUA: "parceria".
EUA e Brasil são países diversos e continentais que compartilham os valores da democracia, desenvolvimento e direitos humanos. Trabalhando juntos, em parceria, com base em valores e interesses comuns, podemos realizar muitas coisas.
Na semana passada, tive o prazer de anunciar os nomes dos participantes do programa Jovens Embaixadores 2007, uma iniciativa da Embaixada dos EUA para promover a educação pública no Brasil. Com a cooperação de organizações públicas e privadas do Brasil e dos EUA, o programa Jovens Embaixadores vai enviar 25 brilhantes jovens do sistema educacional público brasileiro para um intercâmbio cultural de duas semanas nos EUA, em janeiro de 2007.
Tivemos a sorte de poder contar com parcerias com o Ministério da Educação, o Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação) e centros binacionais Brasil-EUA em todo o país, além de contribuições importantes da Fedex, Continental Airlines, Navigant Travel e Merck, Sharpe e Dohme.
Desde o início do programa, em 2003, 77 jovens embaixadores -todos de famílias de baixa renda, mas com forte compromisso acadêmico e de voluntariado- viajaram para Washington e se hospedaram com famílias americanas em outras partes dos EUA para ter aulas em escolas secundárias de lá. Como verdadeiros embaixadores, esses notáveis jovens brasileiros puderam compartilhar com os americanos que encontraram as melhores qualidades e valores do Brasil, tanto quanto puderam aprender mais sobre os EUA.
Ao retornar para casa, muitos jovens embaixadores se dedicaram a importantes iniciativas acadêmicas, profissionais e comunitárias próprias, com grande entusiasmo. Esses são apenas alguns dos jovens líderes com os quais o Brasil vai contar para construir um futuro ainda mais brilhante. O programa Jovens Embaixadores é apenas um exemplo de como os Estados Unidos buscam formas de construir parcerias de responsabilidade social envolvendo o setor privado.
Por meio da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), o governo dos EUA facilita e financia esse tipo de iniciativa no Brasil com impacto significativo em áreas como empregabilidade de jovens, saúde, nutrição e meio ambiente -sempre em cooperação direta com instituições parceiras brasileiras.
Outro exemplo é a cooperação dos centros para controles de doenças dos EUA com parceiros brasileiros para assuntos de HIV/Aids e detecção e tratamento de tuberculose. Em Bonito, Mato Grosso do Sul, a agência de proteção à fauna silvestre dos EUA (a US Fish and Wildlife Agency) compartilha informações sobre as melhores técnicas de combate ao tráfico de animais com a Polícia Federal.
Em tantas áreas, brasileiros e americanos trabalham juntos e aprendem juntos, em parceria. Organizações empresariais podem ter um papel importante em direcionar e melhor enfocar programas de responsabilidade social. São Paulo tem hoje a maior Câmara Americana de Comércio fora dos EUA. Trabalhando em parceria com a Amcham-SP e com outras Câmaras Americanas de Comércio em todo o Brasil, esperamos poder maximizar esse tipo de investimento.
Nesta semana, vou me reunir com algumas das maiores empresas americanas no Brasil para ver como a Embaixada dos EUA pode assistir as empresas que já estão ativamente ajudando as comunidades que servem. Parcerias público-privadas já mostraram ser mecanismos efetivos para resolver problemas sociais. Por isso, acreditamos que esse seja o meio de ajudar a trazer os benefícios da democracia e do crescimento econômico a ambos os nossos povos.
Parceria entre os governos dos EUA e do Brasil, parcerias entre empresas privadas e as comunidades que servem: esse é o meu compromisso como embaixador dos EUA no Brasil.