São Paulo, terça-feira, 18 de novembro de 2008

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Editoriais

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Recordes nos transportes

OS NÚMEROS do último bimestre mostram que o transporte público em São Paulo continua a bater recordes de ocupação. Ônibus, metrô e trens da CPTM nunca deslocaram tantos passageiros.
A soma das viagens de usuários de ônibus atingiu 260,9 milhões em outubro, cifra inédita para um único mês. No metrô, de janeiro a outubro, a média para dias úteis chegou a 3,2 milhões, alta de 8,6% em relação ao ano passado inteiro. Na CPTM, o volume transportado até outubro se aproximou do total de 2007. Os três meios registraram 400,8 milhões de viagens em outubro, 4% a mais que em setembro.
A rápida expansão é explicada pelo crescimento econômico, pela implantação do bilhete único e pelo avanço na integração entre ônibus e trens. Em comparação com 2004, os dados mostram uma mudança significativa. Houve grande crescimento de usuários em ônibus na média mensal (32,3%). Considerando a média de uso em dias úteis, também há taxas expressivas de acréscimo no metrô (33,2%) e nos trens da CPTM (48,8%).
Para impedir que o avanço se dê à custa da degradação na qualidade do serviço, é essencial manter a expansão. Preocupa a informação de que o metrô paulistano ficou de fora do Orçamento da União de 2009, como esta Folha noticiou no sábado.
Na esfera municipal, o secretário dos Transportes, Alexandre de Moraes, afirmou que a política de subsídios vai permanecer. Para manter a atual tarifa -congelada desde 2006-, a gestão Gilberto Kassab deverá gastar R$ 1,2 bilhão em dois anos.
Quanto maior o subsídio, menos dinheiro sobra para investir na infra-estrutura. No metrô, a prefeitura deve injetar R$ 250 milhões em 2009, contra R$ 1 bilhão em 2008. São dados que frustram a expectativa de um aumento da oferta de transporte a um ritmo capaz de acompanhar o impulso da demanda.


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