São Paulo, sexta-feira, 19 de maio de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

A EMPRESA E A TÉCNICA

O progresso tecnológico é fator basilar para que as empresas brasileiras possam contribuir para a retomada do desenvolvimento sustentável. O Brasil vive um momento de transformação em sua estrutura produtiva. Para se atualizar tecnologicamente, as empresas instaladas no país têm optado, na grande maioria dos casos, pela importação de tecnologia.
Esse é um estágio normal quando um país inicia uma fase de renovação tecnológica. Entretanto, ao aplicar a tecnologia importada, é importante que haja também um processo de aprendizado que capacite a própria empresa a inovar a partir da tecnologia comprada. É claro que, em países subdesenvolvidos como o Brasil, há carência de recursos para investimentos em diferentes setores, entre eles o de ciência e tecnologia. Reconhecida a importância dessa limitação, é fundamental debater saídas para tal situação.
As universidades públicas, por exemplo, têm formado bons profissionais e, ainda, realizado pesquisas que geram capacidade de absorver e criar tecnologia. No entanto, para que essa estrutura seja aproveitada em todo o seu potencial, obviamente seria necessário que houvesse empresas desenvolvendo as inovações em sua atividade produtiva.
Exemplo de tal deficiência é o cartão magnético para telefone público, tecnologia brasileira. No setor, seria possível desenvolver um pacote de produtos para venda internacional -cartão, telefone e software. O país limita-se, entretanto, a receber royalties pela invenção.
Decerto falta crédito barato para que esses saltos mais ousados ocorram, o que não se deve apenas aos juros altos, mas também à carência de fundos específicos de financiamento. Nesse sentido, surgem em boa hora alguns fundos setoriais que pretendem reforçar a ligação entre pesquisa e desenvolvimento tecnológico e o setor privado.
É preciso aproveitar a reestruturação produtiva em curso para desenvolver capacidade própria de inovação. Senão, em alguns anos, o surgimento de novas tecnologias acarretará outro atraso para superar.


Texto Anterior: Editorial: A PENA QUE FALTAVA
Próximo Texto: São Paulo - Clóvis Rossi: Menos mal, mas muito longe
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.