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A EMPRESA E A TÉCNICA
O progresso tecnológico é fator basilar para que as empresas brasileiras possam contribuir para a retomada do desenvolvimento
sustentável. O Brasil vive um momento de transformação em sua estrutura produtiva. Para se atualizar
tecnologicamente, as empresas instaladas no país têm optado, na grande maioria dos casos, pela importação de tecnologia.
Esse é um estágio normal quando
um país inicia uma fase de renovação
tecnológica. Entretanto, ao aplicar a
tecnologia importada, é importante
que haja também um processo de
aprendizado que capacite a própria
empresa a inovar a partir da tecnologia comprada. É claro que, em países
subdesenvolvidos como o Brasil, há
carência de recursos para investimentos em diferentes setores, entre
eles o de ciência e tecnologia. Reconhecida a importância dessa limitação, é fundamental debater saídas
para tal situação.
As universidades públicas, por
exemplo, têm formado bons profissionais e, ainda, realizado pesquisas
que geram capacidade de absorver e
criar tecnologia. No entanto, para
que essa estrutura seja aproveitada
em todo o seu potencial, obviamente
seria necessário que houvesse empresas desenvolvendo as inovações
em sua atividade produtiva.
Exemplo de tal deficiência é o cartão magnético para telefone público,
tecnologia brasileira. No setor, seria
possível desenvolver um pacote de
produtos para venda internacional
-cartão, telefone e software. O país
limita-se, entretanto, a receber royalties pela invenção.
Decerto falta crédito barato para
que esses saltos mais ousados ocorram, o que não se deve apenas aos juros altos, mas também à carência de
fundos específicos de financiamento. Nesse sentido, surgem em boa
hora alguns fundos setoriais que
pretendem reforçar a ligação entre
pesquisa e desenvolvimento tecnológico e o setor privado.
É preciso aproveitar a reestruturação produtiva em curso para desenvolver capacidade própria de inovação. Senão, em alguns anos, o surgimento de novas tecnologias acarretará outro atraso para superar.
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