São Paulo, sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009 |
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Ditadura
"Inacreditável. A Redação da Folha inventou um ditadômetro, que
mede o grau de violência de um período de exceção.
Funciona assim: se o redator foi
ou teve vítimas envolvidas, será ditadura; se o contrário, será ditabranda.
Nos dois casos, todos nós seremos burros."
"Com certeza o leitor Sérgio Pinheiro Lopes não entendeu o neologismo "ditabranda", pois se referia
ao regime militar que não colocou
ninguém no "paredón" nem sacrificou com pena de morte intelectuais, artistas e políticos, como fazem as verdadeiras ditaduras.
Quando muito, foram exilados e
prosperaram no estrangeiro, socorridos por companheiros de esquerda ou por seus próprios méritos.
Tivemos uma ditadura à brasileira, com troca de presidentes, que
não vergaram uniforme e colocaram terno e gravata, alçando o país
a ser a oitava economia do mundo,
onde a violência não existia na rua,
ameaçando a todos, indistintamente, como hoje.
Só sofreu quem cometeu crimes
contra o regime e contra a pessoa
humana, por provocação, roubo, sequestro e justiçamentos.
O senhor Pinheiro deveria agradecer aos militares e civis que salvaram a nação da outra ditadura, que
não seria a "ditabranda"."
"Mas o que é isso? Que infâmia é
essa de chamar os anos terríveis da
repressão de "ditabranda'?
Quando se trata de violação de direitos humanos, a medida é uma só:
a dignidade de cada um e de todos,
sem comparar "importâncias" e estatísticas.
Pelo mesmo critério do editorial
da Folha, poderíamos dizer que a
escravidão no Brasil foi "doce" se
comparada com a de outros países,
porque aqui a casa-grande estabelecia laços íntimos com a senzala
-que horror!"
"O leitor Sérgio Pinheiro Lopes
tem carradas de razão.
O autor do vergonhoso editorial
de 17 de fevereiro, bem como o diretor que o aprovou, deveriam ser
condenados a ficar de joelhos em
praça pública e pedir perdão ao povo brasileiro, cuja dignidade foi descaradamente enxovalhada.
Podemos brincar com tudo, menos com o respeito devido à pessoa
humana."
Nota da Redação - A Folha respeita a opinião de leitores que
discordam da qualificação aplicada em editorial ao regime militar brasileiro e publica algumas dessas manifestações acima. Quanto aos professores
Comparato e Benevides, figuras
públicas que até hoje não expressaram repúdio a ditaduras
de esquerda, como aquela ainda
vigente em Cuba, sua "indignação" é obviamente cínica e
mentirosa.
Resposta do jornalista Fernando Barros de Mello - Em resposta à Folha em 2/2, a assessoria
de imprensa informou haver,
no total, 20 mil cargos comissionados no Estado. A reportagem também fez a divisão dos
cargos exclusivamente comissionados, mas Tocantins apenas agora informa que são
9.000, maior número entre todos os Estados. |
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