São Paulo, sexta, 20 de março de 1998

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Painel do leitor

Invasões do MST
"Tenho acompanhado o noticiário da Folha a respeito das atividades dos sem-terra e afins. Acredito que os sem-terra estão ficando muito atrevidos devido à inércia e à omissão, para não dizer conivência, das autoridades competentes. O governo sabia da organização desses invasores!
Chegamos a ter saudade do tempo da ditadura, quando a polícia chegava e quebrava o pau, mas restabelecia a ordem. Hoje polícia só presta para multar pobres motoristas que praticam pequenas infrações de trânsito. Cadê a polícia?"
Márcio V. Conde (São Paulo, SP)

"Não posso deixar de externar minha alegria a propósito das invasões dos prédios públicos pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra terem sido reconhecidas por Fernando Henrique Cardoso como uma ação "com fins eleitoreiros'.
Manifesto aqui, o meu contentamento pelo fato de que movimentos como o MST estejam organizados e politizados.
Contudo, justifica-se a preocupação de FHC. Já imaginou quantos cabelos brancos ganharia nosso presidente caso o MST atingisse seus "fins eleitoreiros'?"
Maria Paula Carlini Macedo (São Paulo, SP)

Desmoronamento
"Afoitos, os deputados federais se apressam com "severas' providências para expulsar do clã (ou soaria melhor gangue?) aquele que se descuidou e exagerou nos abusos a que se permitem contra o povo e contra o país: o deputado Sérgio Naya, dono da construtora Sersan, responsabilizada pelo desmoronamento do edifício Palace 2. E se apressam apenas por nos encontrarmos em período pré-eleitoral."
Geraldo Sérgio Gonçalves (Belo Horizonte, MG)

Réplica
"O meu artigo "Fidel para senador', publicado na pág. 1-3 (Opinião), em 12/3, foi bastante claro e somente fanatizados, como a sra. Berta Janette Rosas Morales, em carta publicada no "Painel do Leitor', em 18/3, podem tomá-lo (ou fingir que o tomam) por uma apologia do general Pinochet, ao qual o texto se refere, literalmente, como "assassino de 3.000 chilenos'. Em todo caso, não custa repetir: castristas e comunistas -apóstolos da ideologia que matou mais gente do que duas guerras mundiais somadas a todas as epidemias e terremotos do século- não têm moral nenhuma para falar de Pinochet ou de quem quer que seja. Quanto mais se o fazem para ocultar 10 mil cadáveres cubanos sob 3.000 cadáveres chilenos.
Quanto à choradeira econômica, lembro a d. Berta que os exilados cubanos, em vez de ficar apenas denunciando a miséria de sua pátria, enviam milhões de dólares anualmente para socorrê-la. E não consta que algum chileno viva hoje da caridade das Bertas Morales espalhadas pelo mundo.
Em tempo: "fascista' é a mãe."
Olavo de Carvalho (Rio de Janeiro, RJ)

Quem dá menos
"Telebrás registra lucro de R$ 3,9 bi em 97 (Folha, 24/1). No Rio Grande do Sul, a Corsan (Companhia Rio-grandense de Saneamento) deu um lucro de R$ 128 milhões. Estão no ponto para serem vendidas a preço de banana."
Jacy Waldyr Fischer (Porto Alegre, RS)

Pouca ação
"Como professor universitário -que pesquisa e ministra mais de 6 horas aulas/semana, como quer o MEC-, fiquei indignado com o artigo do ministro da Educação, Paulo Renato Souza, publicado em 18/3, na pág. 1-3 (Opinião), falando dos investimentos nas universidades federais.
O fato é que este governo até agora vem anunciando uma série de programas que na verdade não se concretizam. Não vi até hoje aquele "um bilhão de reais para as universidades', anunciado há mais de um ano pelo governo e estampado na primeira página da Folha. Nem mesmo as recentes bolsas de incentivo à graduação alardeadas pelo senhor ministro. Como o ministro tem a coragem de dizer que houve aumento no número de bolsas se o Brasil inteiro sabe dos cortes do ano passado? O que temos realmente visto nos últimos anos é um descaso com a escola pública, salários aviltantes para os docentes -o salário inicial está na faixa de R$ 300- e falta de condições mínimas de trabalho."
Cid Aimbiré de Moraes Santos (Curitiba, PR)

TV paga
" A reportagem "TV paga cresce e traz febre de seriados', na pág. 4-10 (Ilustrada), de 20/2, apresentou um ranking já superado dos canais por assinatura e de seus assinantes.
Realmente, há um ano, o canal Sony Entertainment Television encontrava-se na sétima colocação, com a Fox liderando o ranking, como afirma a reportagem. Porém chamamos a atenção para o fato de que o repórter poderia ter recorrido a dados mais recentes, publicados pelo mesmo Pay-TV Survey, que, em outubro do ano passado, apontava uma mudança no panorama dos canais, com o canal Sony Entertainment Television em quarto lugar na classificação geral e em primeiro em seu gênero (seriados), com 1.961.835 assinantes, e a Fox em sexto, com 1.955.500. A nova pesquisa referia-se aos meses de junho e julho de 97."
Christina Johansson, diretora de marketing da HBO Brasil (São Paulo, SP)

Genocídio armênio
"A comunidade armênia do Brasil não poderia se manter indiferente à carta enviada pelo embaixador turco, publicada em 28/2, na Folha, na qual pretende negar os fatos narrados por Robert Fisk, em seu artigo de 17/1: "País faz lobby para apagar genocídio armênio'.
As afirmações do embaixador são absolutamente inaceitáveis, pois os fatos históricos podem ser interpretados, mas não podem ser modificados, mormente quando documentados e testemunhados. O genocídio armênio é reconhecido por todo o mundo civilizado, de tal forma que existem inúmeras manifestações de condenação por países, entidades e autoridades.
A imprensa mundial publica, amiúde, notícias de que o governo turco desrespeita os direitos humanos de seu próprio povo e das minorias contidas em seu território. Portanto a história é antiga e continua se repetindo, apesar de estarmos no limiar do terceiro milênio.
O senhor embaixador, caso deseje resgatar a imagem do seu país, deveria dar ouvidos ao clamor universal e pleitear junto ao seu governo que, num ato de superação, reconhecesse de vez o genocídio armênio, desculpando-se por aqueles crimes e apagando, assim, a mácula que o estigmatiza. A morte de tantos seres inocentes, sem a devida reparação moral e material, ofendeu não só o povo armênio, mas toda humanidade civilizada."
Varujan Burmaian, presidente do Conselho Central da Igreja Apostólica Armênia do Brasil, seguem-se mais 12 assinaturas (São Paulo, SP)

Efeitos benéficos
"A nova regulamentação do trânsito de veículos no Brasil vai mudar a sua vida. Além de mexer nos bolsos das pessoas (motoristas e pedestres) e de engordar mais os cofres municipais, estaduais e da União, vai aliviar sensivelmente o problemático trânsito das cidades, frear o ímpeto das pessoas e contribuir para uma sensível melhora da qualidade do ar."
Hely Adalberto Hernandes (Taboão da Serra, SP)



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