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Painel do leitor
Invasões do MST
"Tenho acompanhado o noticiário
da Folha a respeito das atividades dos
sem-terra e afins. Acredito que os
sem-terra estão ficando muito atrevidos devido à inércia e à omissão, para
não dizer conivência, das autoridades
competentes. O governo sabia da organização desses invasores!
Chegamos a ter saudade do tempo da
ditadura, quando a polícia chegava e
quebrava o pau, mas restabelecia a ordem. Hoje polícia só presta para multar
pobres motoristas que praticam pequenas infrações de trânsito. Cadê a polícia?"
Márcio V. Conde (São Paulo, SP)
"Não posso deixar de externar minha
alegria a propósito das invasões dos
prédios públicos pelo Movimento dos
Trabalhadores Sem Terra terem sido
reconhecidas por Fernando Henrique
Cardoso como uma ação "com fins eleitoreiros'.
Manifesto aqui, o meu contentamento pelo fato de que movimentos como o
MST estejam organizados e politizados.
Contudo, justifica-se a preocupação
de FHC. Já imaginou quantos cabelos
brancos ganharia nosso presidente caso
o MST atingisse seus "fins eleitoreiros'?"
Maria Paula Carlini Macedo (São
Paulo, SP)
Desmoronamento
"Afoitos, os deputados federais se
apressam com "severas' providências
para expulsar do clã (ou soaria melhor
gangue?) aquele que se descuidou e
exagerou nos abusos a que se permitem
contra o povo e contra o país: o deputado Sérgio Naya, dono da construtora
Sersan, responsabilizada pelo desmoronamento do edifício Palace 2. E se
apressam apenas por nos encontrarmos em período pré-eleitoral."
Geraldo Sérgio Gonçalves (Belo Horizonte, MG)
Réplica
"O meu artigo "Fidel para senador',
publicado na pág. 1-3 (Opinião), em
12/3, foi bastante claro e somente fanatizados, como a sra. Berta Janette Rosas
Morales, em carta publicada no "Painel
do Leitor', em 18/3, podem tomá-lo (ou
fingir que o tomam) por uma apologia
do general Pinochet, ao qual o texto se
refere, literalmente, como "assassino de
3.000 chilenos'. Em todo caso, não custa repetir: castristas e comunistas
-apóstolos da ideologia que matou
mais gente do que duas guerras mundiais somadas a todas as epidemias e
terremotos do século- não têm moral
nenhuma para falar de Pinochet ou de
quem quer que seja. Quanto mais se o
fazem para ocultar 10 mil cadáveres cubanos sob 3.000 cadáveres chilenos.
Quanto à choradeira econômica,
lembro a d. Berta que os exilados cubanos, em vez de ficar apenas denunciando a miséria de sua pátria, enviam milhões de dólares anualmente para socorrê-la. E não consta que algum chileno viva hoje da caridade das Bertas Morales espalhadas pelo mundo.
Em tempo: "fascista' é a mãe."
Olavo de Carvalho (Rio de Janeiro,
RJ)
Quem dá menos
"Telebrás registra lucro de R$ 3,9 bi
em 97 (Folha, 24/1). No Rio Grande do
Sul, a Corsan (Companhia Rio-grandense de Saneamento) deu um lucro de
R$ 128 milhões. Estão no ponto para
serem vendidas a preço de banana."
Jacy Waldyr Fischer (Porto Alegre,
RS)
Pouca ação
"Como professor universitário
-que pesquisa e ministra mais de 6
horas aulas/semana, como quer o
MEC-, fiquei indignado com o artigo
do ministro da Educação, Paulo Renato Souza, publicado em 18/3, na pág.
1-3 (Opinião), falando dos investimentos nas universidades federais.
O fato é que este governo até agora
vem anunciando uma série de programas que na verdade não se concretizam. Não vi até hoje aquele "um bilhão
de reais para as universidades', anunciado há mais de um ano pelo governo
e estampado na primeira página da Folha. Nem mesmo as recentes bolsas de
incentivo à graduação alardeadas pelo
senhor ministro. Como o ministro tem
a coragem de dizer que houve aumento
no número de bolsas se o Brasil inteiro
sabe dos cortes do ano passado? O que
temos realmente visto nos últimos anos
é um descaso com a escola pública, salários aviltantes para os docentes -o
salário inicial está na faixa de R$ 300-
e falta de condições mínimas de trabalho."
Cid Aimbiré de Moraes Santos (Curitiba, PR)
TV paga
" A reportagem "TV paga cresce e
traz febre de seriados', na pág. 4-10
(Ilustrada), de 20/2, apresentou um
ranking já superado dos canais por assinatura e de seus assinantes.
Realmente, há um ano, o canal Sony
Entertainment Television encontrava-se na sétima colocação, com a Fox
liderando o ranking, como afirma a reportagem. Porém chamamos a atenção
para o fato de que o repórter poderia
ter recorrido a dados mais recentes,
publicados pelo mesmo Pay-TV Survey, que, em outubro do ano passado,
apontava uma mudança no panorama
dos canais, com o canal Sony Entertainment Television em quarto lugar
na classificação geral e em primeiro em
seu gênero (seriados), com 1.961.835
assinantes, e a Fox em sexto, com
1.955.500. A nova pesquisa referia-se
aos meses de junho e julho de 97."
Christina Johansson, diretora de
marketing da HBO Brasil (São Paulo,
SP)
Genocídio armênio
"A comunidade armênia do Brasil
não poderia se manter indiferente à
carta enviada pelo embaixador turco,
publicada em 28/2, na Folha, na qual
pretende negar os fatos narrados por
Robert Fisk, em seu artigo de 17/1: "País
faz lobby para apagar genocídio armênio'.
As afirmações do embaixador são absolutamente inaceitáveis, pois os fatos
históricos podem ser interpretados,
mas não podem ser modificados, mormente quando documentados e testemunhados. O genocídio armênio é reconhecido por todo o mundo civilizado, de tal forma que existem inúmeras
manifestações de condenação por países, entidades e autoridades.
A imprensa mundial publica, amiúde, notícias de que o governo turco
desrespeita os direitos humanos de seu
próprio povo e das minorias contidas
em seu território. Portanto a história é
antiga e continua se repetindo, apesar
de estarmos no limiar do terceiro milênio.
O senhor embaixador, caso deseje
resgatar a imagem do seu país, deveria
dar ouvidos ao clamor universal e pleitear junto ao seu governo que, num ato
de superação, reconhecesse de vez o
genocídio armênio, desculpando-se
por aqueles crimes e apagando, assim,
a mácula que o estigmatiza. A morte de
tantos seres inocentes, sem a devida reparação moral e material, ofendeu não
só o povo armênio, mas toda humanidade civilizada."
Varujan Burmaian, presidente do
Conselho Central da Igreja Apostólica
Armênia do Brasil, seguem-se mais 12
assinaturas (São Paulo, SP)
Efeitos benéficos
"A nova regulamentação do trânsito
de veículos no Brasil vai mudar a sua
vida. Além de mexer nos bolsos das
pessoas (motoristas e pedestres) e de
engordar mais os cofres municipais,
estaduais e da União, vai aliviar sensivelmente o problemático trânsito das
cidades, frear o ímpeto das pessoas e
contribuir para uma sensível melhora
da qualidade do ar."
Hely Adalberto Hernandes (Taboão
da Serra, SP)
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