São Paulo, terça-feira, 20 de abril de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAINEL DO LEITOR

Mínimo
"Falta sensibilidade aos nossos governantes e parlamentares quando fingem ignorar que o valor do salário mínimo está acima da capacidade de pagamento de nossa economia. A maioria dos salários pagos no interior do país e nas periferias das grandes cidades não atinge nem sequer 50% do valor do salário mínimo, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. Quanto maior for o seu reajuste, maior será o fechamento de postos de trabalho oferecidos pelas micro e pequenas empresas, justamente os postos de trabalhadores menos qualificados e mais necessitados, que serão jogados na vala comum da informalidade e, obviamente, irão contribuir para o aumento do déficit da Previdência Social. Não existe outra maneira de obter ganho real de salário a não ser pela via do desenvolvimento econômico. O resto é bravata e demagogia irresponsável."
Sérgio Villaça (Recife, PE)

Política e participantes
"Quem não leu a Folha de domingo passado perdeu a oportunidade de, ao mesmo tempo, divertir-se e sentir como funciona nossa política e seus participantes, Isso foi retratado fielmente nas colunas de Elio Gaspari e de Josias de Souza. Os dois jornalistas serviram-se, na maior parte dos textos, de uma fina ironia e até de um certo sarcasmo para tratar de políticos que de tão demagogos só trazem prejuízos ao nosso país. Não merecem outro tratamento."
Laércio Zanini (Garça, SP)

Tudo errado
"Na reportagem "Polícia prende ator Marcelo Anthony comprando maconha", publicada domingo na Folha, foi descrita uma suposta alegação do ator de que ele estaria "no lugar errado, na hora errada". A meu ver, acho que ele esqueceu-se de um detalhe importante. Na verdade, ele estava "no lugar errado, na hora errada e fazendo a coisa errada"."
Ricardo Gonzaga Rossi (São Paulo, SP)

Desejo e necessidade
"Na abertura da 18ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, como comentou Gilberto Dimenstein no artigo "Repetência é coisa de pobre" (Cotidiano, 18/ 4), Lula demonstrou total desconhecimento da política educacional implantada por seu próprio partido. As avaliações externas, adequadas ou não, já existem e têm sido aplicadas há anos. A capacitação para todos os professores é imprescindível, assim como salários dignos e investimento em material didático -livros para o ensino médio, mais computadores etc. Para que o estudante se torne um leitor habitual e para que São Paulo se torne um "Estado de leitores", é preciso inicialmente que as escolas públicas mantenham abertas suas bibliotecas, todos os dias, em todos os turnos, com profissionais preparados, "saudáveis" e com boa vontade para atender à comunidade escolar. É o desejo e a necessidade de alunos, de mestres e de pais."
Maria Emília Galvão de Almeida Alves, professora, jornalista, diretora da Associação de Professores e Servidores Públicos do Estado de São Paulo (São José dos Campos, SP)

Teatro Oficina
"Como assinante de longa data da Folha, não poderia deixar de felicitar o jornal pela feliz reportagem "Silvio Santos encontra Zé Celso no Oficina" (Cotidiano, 19/4). Muito justo o destaque na Primeira Página, com foto e tudo. Mesmo sendo do interior de São Paulo, tenho acompanhado de perto a questão do teatro Oficina e continuo torcendo para que seja dada a solução mais sensata possível ao problema. A expansão do teatro Oficina não será um ganho somente para o bairro do Bexiga ou para a cidade de São Paulo. Toda a cultura brasileira ganhará com isso. Parabéns a Silvio Santos e a Zé Celso pela iniciativa, coragem e ousadia."
Marco Antonio Modesto (Lençóis Paulista, SP)

 

"Contardo Calligaris, em sua coluna da última quinta-feira ("Carta aberta a Silvio Santos", Ilustrada), ao propor o encontro entre Silvio Santos e José Celso Martinez, deu um exemplo do papel social que o jornal deve ter: informou o leitor e criou um momento construtivo para a sociedade e para a cultura brasileira."
Ademar Bueno (São Paulo, SP)

Terra e índios
"Quando um índio matar um sem-terra, de que lado ficará o governo?"
Luiz Groff (Curitiba, PR)

TV Cultura
"Exemplares as condutas dos senhores Jorge da Cunha Lima e Marcos Mendonça no episódio da sucessão presidencial na TV Cultura. Abriram mão de uma disputa menor pelo poder em prol do bem maior do público telespectador. Tendo tido o privilégio de colaborar como membro e presidente das comissões de teatro nas gestões de ambos à frente da Secretária Estadual de Cultura, não me surpreenderam a dignidade e o desprendimento dessa atitude. Em favor de uma alternância na gestão executiva, havia eu já manifestado, em 2/4, apoio à candidatura de Marcos Mendonça."
Ilka Marinho Zanotto, crítica de teatro e ex-presidente da Associação Paulista de Críticos de Arte -Apca (São Paulo, SP)

Ordem versus progresso
"Qualquer um que estudar razoavelmente a história do Brasil descobrirá as raízes históricas da escandalosa desigualdade social que vitima e já vitimou milhões de brasileiros. A camada social dominante e a mídia em geral são praticamente unânimes em condenar essa desigualdade e a catástrofe social decorrente dela. No entanto, quando são propostas mudanças profundas, que realmente surtiriam efeitos contra a velha concentração de renda, defendem com unhas e dentes (e às vezes com armas e propaganda) a velha ordem senhorial que os privilegia há cerca de 500 anos. É o caso das ações dos trabalhadores sem-terra, que são classificadas pela chamada grande mídia como atos fora da lei e de baderna. Que lei sagrada é essa que permite que 1% dos proprietários detenham 46% de toda a terra do Brasil enquanto 56 milhões de brasileiros vivem na miséria? Parece-me que, para muitos, a participação ativa do povo na democracia, organizando-se e pressionando, é sinônimo de bagunça e de terrorismo. Alguém que questionasse a legalidade da escravidão há pouco mais de cem anos muito provavelmente também seria tachado de fora-da-lei, de baderneiro e de uma ameaça à ordem legal."
Murilo Furlan Mellio (Curitiba, PR)

Condicional
"Parabenizo o professor Emir Sader pelo artigo "Reforma política e democracia" (Opinião, 19/4), em que mostrou vários instrumentos para atingir tal objetivo, entre os quais o "voto condicionado", pelo qual o descumprimento de promessas de campanha dos eleitos resultaria em sua destituição do cargo. Isso é essencial para uma sociedade que realmente deve decidir sobre o destino dos tributos que paga ao Estado."
Rosmary Pace (São Paulo, SP)

Editora Brasiliense
"Gostaria de parabenizar o repórter Luiz Caversan pelo texto "Campanha teve como símbolo a cor amarela" (Brasil, 16/4). Aproveito para informar que Caio Graco Prado não era dono da editora Brasiliense, mas, sim, presidente e um dos sócios desta casa. Essa correção se faz necessária diante das implicações legais que essa afirmação acarreta à atual estrutura da editora."
Yolanda Cerquinho da Silva Prado, sócia-diretora e presidente, e Maria Teresa Batista de Lima, sócia-diretora e vice-presidente da editora Brasiliense (São Paulo, SP)

Texto Anterior: Guilherme Afif Domingos: A quem interessa?
Próximo Texto: Erramos
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.