São Paulo, segunda, 20 de julho de 1998

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PAINEL DO LEITOR

"Parâmetros Curriculares'
"Gostaria de fazer veicular resposta à sra. Tânia M.F. Solla, de Bataguassu (MS), que protestou contra a forma de distribuição dos kits dos "Parâmetros Curriculares Nacionais' ("Painel do Leitor' de 13 de julho).
O MEC, prioritariamente, distribuiu gratuitamente às escolas públicas de ensino fundamental de todo o país e a seus professores 700 mil kits dos "Parâmetros'. No momento, estão em fase de elaboração de licitação os procedimentos necessários à venda desses kits no mercado consumidor.
A despeito dessa iniciativa, queremos informar à sra. Tânia e aos demais leitores que o MEC já disponibilizou pela Internet os dez volumes que compõem os kits, por meio do endereço http://www.mec.gov.br/."
Iara Glória Areias Prado, secretária de Educação Fundamental do Ministério da Educação (Brasília, DF)

Eleições e propaganda
"Outro dia, reparei numa mensagem colada no vidro do carro que estava à minha frente: "Vote no PT e defenda o trabalhador brasileiro'. Até aí, tudo bem. Só que era um carrão importado, daqueles caros, espalhafatosos e desnecessários que por aí circulam.
Fiquei pensando: será que esse proprietário de veículo não entende que está dando trabalho a operários estrangeiros e tirando o pão de muitas famílias de trabalhadores brasileiros, que poderiam estar empregados nas montadoras, nas autopeças etc.? Como é possível uma tal falta de lógica?"
Cassiano Bessa (Cotia, SP)

"Em 17/7, tivemos a oportunidade de ver nesse jornal (Brasil) o que significa falta de assunto numa redação: um quarto de página tratando da cor que será utilizada nos materiais de campanha do presidenciável Lula.
Não sabemos até que ponto isso pode interferir na conjuntura nacional ou no teor das propostas do candidato. Seria bem mais interessante se a Folha, que se apresenta como veículo democrático, fizesse, por meio de seu renomado corpo jornalístico, uma pesquisa para saber quantas famílias poderiam ser alimentadas com o dinheiro gasto por FHC para mudar a "cor' das moedas."
Paulo Fiorilo e Tadeu Dias Pais (São Paulo, SP)

"Há unanimidade (pelo menos aparente) entre os jornalistas da Folha de que o processo eleitoral para a escolha do futuro presidente é algo monótono, pois FHC já estaria eleito.
Não para equilibrar, mas para pelo menos disfarçar o apoio que o jornal empresta a essa candidatura (a julgar pelo caráter laudatório dos textos publicados), por que não reduzir em 10% o espaço de fotos, "feitos' e fatos que a redação lhe dedica diariamente?
Há casos em que até mesmo as críticas funcionam como cabo eleitoral. Tentem disfarçar. Os leitores ficarão agradecidos."
Fernando Trípoli Melo (Porto Alegre, RS)

"Filhotes' do regime militar
"Um dos argumentos sistematicamente apresentados hoje em dia contra a "ditadura militar' é o de que ela castrou a formação de lideranças políticas.
Ora, falando de vivos ou mortos, Ulysses, Prestes, Tancredo, João Amazonas, Brizola, Arraes, Almino Affonso, Sarney e Montoro, entre muitos, são anteriores à "ditadura'; portanto, já estavam "formados'. Outros, como Maluf, Itamar, Lula, Dirceu, Quércia, Fernando Henrique, Covas, Maciel, Suplicy, Serra, Freire, Genoino, Ciro e ACM, só "despontaram' mesmo durante o regime militar.
Com as raras, costumeiras e nobres exceções, todos utilizaram a "ditadura', cada um a seu modo. Com a aproximação da campanha eleitoral, já se pode sentir a mixórdia que falsos líderes e falsos estadistas estão fazendo da política brasileira."
Aimar Baptista da Silva (Campinas, SP)

Covas e segurança pública
"O ex-ministro Bresser Pereira (Opinião, pág. 1-3, 17/7), em artigo sob o título "Os frutos do governo Covas', referiu-se à indignação do governador acerca das intenções de voto que lhe são desfavoráveis, sem a preocupação de se aprofundar numa das questões mais importantes dentre as que contribuem para isso: a segurança pública.
Os índices alarmantes de criminalidade, que levam o desespero aos segmentos sociais, refletem em grande parte a equivocada e tendenciosa política de segurança pública empreendida no Estado, cuja essência deixa transparecer claramente uma verdadeira conspiração contra a Polícia Militar, briosa instituição policial preventiva."
José R. Zanni (São Paulo, SP)

Telenovelas
"Quero parabenizar a Folha pelo editorial veiculado ontem ("Novela, TV e vida real', Opinião, pág. 1-2), que tão bem soube expressar a verdade. A mesmice imperou soberanamente sobre a tentativa de fazer refletir os verdadeiros problemas sociais. O "ibope' interferiu, como sempre, e o rechaço por parte dos que se dizem tradicionalistas e moralistas venceu. Vivemos numa democracia (ao menos é o que parece); mas esse ato, com certeza, ressuscitou uma forma de censura."
Wagner Couto dos Santos (Campinas, SP)

"A sociedade civil começa a se organizar, pressionando o poder constituído e os donos de emissoras de televisão para exigir um basta aos excessos de violência e erotização na TV.
Já está sendo preparado no Senado um projeto que visa instituir um "conselho comunitário', que cuidará de estabelecer critérios para os programas televisivos dentro de padrões éticos que tenham em vista a dignidade da vida humana, em todos os aspectos.
Queremos uma televisão com qualidade, que respeite o ser humano, que valorize a vida e motive as pessoas a viver com dignidade. A sociedade precisa pressionar e dizer um não a tudo isso."
Valmor Bolan (Guarulhos, SP)

Teoria da conspiração
"Todas as versões apresentadas até agora sobre Ronaldinho estão erradas. Na verdade, o jogador morreu após a saída de seus colegas do quarto. Foi substituído por um clone, feito em laboratório norte-americano (por isso não jogou bola), num plano mirabolante da CIA, com a participação do médico Lídio Toledo.
O clone foi a campo contra a França para não dar na vista. Os restos do verdadeiro Ronaldo foram levados para testes de combinações mutantes com seres do espaço, capturados e nunca revelados ao mundo. Os agentes Scully e Mulder (da série de TV "Arquivo X') já estão na pista da ação secreta."
Anízio Bragança Júnior (Uberaba, MG)

Privatização da Fepasa
"A Folha tem veiculado informações sobre a possível privatização da Fepasa. Em boa hora vem a notícia. Não surtiram o efeito desejado a desapropriação e a encampação promovidas pelo Estado de São Paulo, há cerca de 30 anos. Os serviços da ferrovia passaram a ser conduzidos de forma lamentável, certamente com prejuízo.
Todos os que moram ou moraram na região servida pela antiga Paulista haverão de lembrar que, até então, os seus serviços ferroviários eram muito bons e as pessoas até tinham o provinciano hábito de "acertar o relógio' pela chegada dos trens de passageiros.
Além disso, coincidência ou não, todos puderam acompanhar uma certa estagnação nos índices econômicos e produtivos da região, especialmente a da Alta Paulista, incluindo cidades como Marília, Garça, Tupã, Lucélia e outras -o que demonstra a importância que a Paulista tinha."
Antonio Herci Ferreira (São Paulo, SP)




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