São Paulo, sexta-feira, 20 de agosto de 2004 |
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TENDÊNCIAS/DEBATES Fundo de combate à pobreza e à fome
MARÍA SOLEDAD ALVEAR VALENZUELA
O objetivo é avançar em direção à meta de reduzir para a metade, até 2015, o número de pessoas atingidas pela pobreza extrema e desnutrição -meta essa acordada na Cúpula do Milênio das Nações Unidas- e em direção ao cumprimento dos desafios fixados na Conferência de Monterrey e na Cúpula de Joanesburgo sobre o desenvolvimento sustentável. A lista de mecanismos propostos não é completa nem final. Ela incorpora mecanismos voluntários e outros obrigatórios, com prazos de vencimento e níveis de cobertura diversos. Trata-se, antes de mais nada, de propor um cardápio de opções que permita abrir e promover um debate internacional a respeito do problema, ativando um processo de maior compromisso político com as Metas do Milênio. Com relação a isso, o presidente Lula convidou os líderes mundiais para um encontro no dia 20 de setembro, em Nova York, na véspera da sessão de abertura da 59ª Assembléia Geral das Nações Unidas, com o objetivo de discutir as conclusões do grupo técnico. O objetivo do encontro é conseguir apoio político para a implementação de mecanismos financeiros viáveis que favoreçam a implementação efetiva das Metas do Milênio entre hoje e o ano 2015. O governo do presidente Lagos participou dessa iniciativa desde o início, somando-se ao esforço conjunto com o Brasil, a França, a Espanha e o secretário-geral da ONU. Como o Brasil, o Chile vê a campanha contra a pobreza não como um fim em si mesma nem como medida paliativa, e sim como parte de um processo integrado de desenvolvimento que deve incluir esforços no sentido de um sistema multilateral de comércio justo e eqüitativo, de aumento de fluxos de inversão e da criação de esquemas adequados de sustentabilidade da dívida externa entre os países altamente endividados. No centro desse processo está a necessidade de identificar mecanismos financeiros inovadores para promover o desenvolvimento e libertar o mundo da fome. Com entusiasmo, o Chile promete se esforçar para fazer com que o encontro de 20 de setembro fortaleça uma associação que, obedecendo ao espírito da Declaração do Milênio e da Cúpula de Monterrey, mobilize governos, o sistema da ONU, instituições regionais e internacionais, o setor privado e organizações não-governamentais a fim de adotar acordos concretos para o alívio da fome e da pobreza, por meio de um processo de desenvolvimento que assegure o crescimento econômico sustentável nos países em desenvolvimento. María Soledad Alvear Valenzuela, 49, advogada, é ministra das Relações Exteriores do Chile. Foi ministra-diretora do Serviço Nacional da Mulher (governo Patricio Alwyn) e ministra da Justiça (governo Eduardo Frei). Tradução de Clara Allain Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Roberto Romano: Covardias Índice |
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