São Paulo, quinta, 20 de agosto de 1998

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PAINEL DO LEITOR

Correção da manchete
"A Folha marcou um ponto importante quando corrigiu, ontem, a informação inverídica que forneceu a seus leitores na edição de sábado, 15/8, levantando suspeita infundada sobre Luiz Inácio Lula da Silva, candidato a presidente da República pela União do Povo -Muda Brasil.
Não poderia, no entanto, deixar de apontar que as manchetes da Primeira Página e da pág. Especial 3 (Eleições) são insatisfatórias para que se faça justiça a Lula. Não há nelas nenhuma menção a um fato simples: o erro do Detran ou até mesmo o erro do próprio jornal em levar a informação a público sem prévia checagem. Da forma como foram publicadas, as manchetes continuam alimentando suspeitas sobre nosso candidato."
Luiz Gushiken, coordenador da campanha Lula Presidente (São Paulo, SP)

Nota da Redação - A Folha considera que agiu corretamente em relação a seus leitores ao retificar, com amplo destaque, informação errada fornecida pelo Detran. Suspeitas continuam pairando, no entanto, sobre o candidato petista. Cabe à imprensa independente investigá-las e esclarecê-las.

Crítica
"Parabéns à Folha por ter participado da vergonhosa invenção da venda do carro de Lula. E a manchete de ontem, "Lula não vendeu carro a doador', é -a palavra é essa- safada. Não há nem sequer menção ao erro crasso do jornal, tampouco é retratado o prejuízo que a manchete anterior causou.
Nesta eleição de uma única via, a Folha ajuda a construir uma democracia capenga."
João Sette Whitaker Ferreira (São Paulo, SP)

Protesto de Brizola
"A reportagem "Brizola afirma que Rossi não vai pedir votos' (pág. Especial 3, Eleições, ontem) manipula, deforma e deturpa as declarações que dei, entre outros, ao repórter da Folha em minha visita, anteontem, ao comitê de campanha do ex-presidente da OAB dr. Roberto Batocchio.
Disse clara e explicitamente que o candidato do PDT Francisco Rossi tem manifestado seu apoio e seu voto a Lula, mas que não iria contar com ele em seu palanque, pela simples razão de ter o PT candidata própria em São Paulo, assim como no Rio Grande do Sul, onde eu não estarei, no primeiro turno, no palanque de Olívio Dutra (PT), mas no de nossa candidata, Emília Fernandes. Isso não significa hostilidade entre PDT e PT, mas opções locais. Todos, porém, apóiam a candidatura Lula-Brizola. Isso nada tem a ver com o apoio à candidatura Lula, a qual me orgulho de integrara, como candidato a vice-presidente.
Mesmo pequena, a reportagem contém uma enorme carga de intriga, até na escolha das palavras. Quando declarei que não concordava com a idéia de uma eventual renúncia da candidata Marta Suplicy, o repórter emendou um maldoso "mas deixou claro que espera seu fracasso', simplesmente apoiado numa expectativa natural de que estaremos juntos no segundo turno nas eleições para o governo paulista.
O repórter escolheu, em meio ao que disse, aquilo que servia para o que, desde antes, pretendia escrever."
Leonel Brizola (PDT), candidato a vice-presidente na chapa de Lula (Rio de Janeiro, RJ)

Nota da Redação - Em entrevista gravada, Leonel Brizola disse que Francisco Rossi "vai votar no Lula". Perguntado se "votar" seria pedir votos, Brizola disse "que ele (Rossi) não quer constranger o Lula, por isso não está programando uma campanha integrada". Sobre uma eventual renúncia de Marta Suplicy para apoiar Rossi, Brizola disse ser contra, pois isso "vai acontecer naturalmente no segundo turno".

Malha ferroviária
"A propósito de duas notas publicadas no "Painel' (pág. 1-4, Brasil) de 17/8, "Jurisprudência negativa' e "Não deve ser por isso', esclareço o seguinte: não houve análise nem manifestação do comitê em relação aos atos do ministro dos Transportes, Eliseu Padilha, referentes à falta de cumprimento das metas pelos arrendatários da malha ferroviária brasileira.
Aliás, a própria Folha do dia 18/8, baseada em atos publicados no Diário Oficial da União, informa que o ministro Eliseu Padilha puniu, na forma contratual, todos os infratores."
Eduardo Jorge Caldas Pereira, coordenador operacional da campanha Fernando Henrique Presidente (Brasília, DF)

Quem apóia quem
"Depois de ler os textos de Janio de Freitas, Cony, Rossi, Biondi etc., virulentamente contrários a FHC, é dose ter que aturar acusações de sectários de Lula-Brizola condenando a Folha por fazer campanha a favor de FHC. É abusar demais de nossa paciência..."
Honório Botelho (Belo Horizonte, MG)

Homenagem
"A presença do governador licenciado Mário Covas, bem como de qualquer outro candidato que apóie as reformas estruturais e a criação de 1 milhão de empregos, não foi nem seria motivo de constrangimento no evento em homenagem a FHC descrito na reportagem "Empreiteiros querem presidente com Maluf' (pág. Especial 6, Eleições, ontem)."
Paulo Godoy, presidente da Apeop -Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas (São Paulo, SP)

Circo
"Li o artigo de Fernando Gabeira de 17/8 (Ilustrada, pág. 6-6), ponderando sutil e tranquilamente sobre o circo de mau gosto em que se transformou um caso grave como o do motoboy Francisco de Assis Pereira e subentendendo que é dessa forma que são tratados todos os demais assuntos que tenham alguma importância para a sociedade.
É terrível viver os dias da imbecilidade globalizada. Ler Fernando Gabeira, Roberto Mangabeira Unger e poucos outros é tomar fôlego para continuar."
Cristina Freire (São Paulo, SP)

Prisões
"Quando se fala em "campos de concentração', muita gente só se lembra do governo nazista alemão. Ledo engano. O método de confinar, torturar e exterminar os indesejáveis do sistema ainda existe e aqui no Brasil é praticado em locais chamados presídios.
Todos os dias, neles são despejados dezenas de pobres, inocentes ou não, e muitos de lá só sairão mortos. Mais do que a pena, os presos cumprem ali a triste sina da exclusão. Esse é apenas um exemplo da nossa "civilização'. Temos outros como a fome, o analfabetismo, a prostituição infantil etc."
Suely Lopes Molina (Goiânia, GO)

Voz da periferia
"Em relação ao debate "Justiça social e desemprego', promovido ontem pela Folha e pelo Centro Acadêmico 11 de Agosto, cabe uma pergunta: onde estão os representantes da periferia? Será que jamais conseguiremos ver que sem a participação daqueles que sofrem os problemas no dia-a-dia não acharemos uma solução verdadeira para os problemas sociais?"
Reinaldo dos Santos Lima (São Paulo, SP)



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