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LULA NO ALVO
Uma das regras da campanha
eleitoral no período mais recente tem sido a de que o candidato
que sobe nas pesquisas se torna o alvo principal dos ataques dos outros
presidenciáveis. Impulsionados por
sondagens internas que indicariam a
possibilidade de vitória de Luiz Inácio Lula da Silva já no primeiro turno,
os outros três principais candidatos
atacam a chapa petista. O governista
José Serra o faz com virulência particularmente acentuada.
Contribuiu decisivamente para a
aceitação generalizada das estratégias ditas negativas a chamada desconstrução da candidatura de Ciro
Gomes levada a termo pela chapa
serrista na fase inicial da propaganda
gratuita de rádio e TV.
Uma das principais questões debatidas pelos analistas eleitorais é acerca da possibilidade de repetição do
fenômeno, desta feita contra Lula. A
favor da possibilidade dessa repetição está o fato de que, como o objetivo imediato dos adversários é o de
evitar uma vitória do PT no primeiro
turno, basta um pequeno desgaste
de Lula ou até mesmo o congelamento de seu atual patamar de intenções de voto para que a estratégia
surta efeito. Como o tempo de propaganda dos adversários, notadamente o de José Serra, é proporcionalmente muito maior do que o de
Lula, é mais difícil para o PT se defender dos ataque múltiplos.
A resistência da candidatura do PT
a ataques, contudo, ainda não foi testada neste pleito. A distribuição dos
eleitores que manifestam voto em
Lula é bastante homogênea nos diversos estratos do eleitorado, com
exceção para a maior resistência que
encontra no público feminino. Tampouco se sabe se ainda resta disposição no telespectador de aceitar campanhas "negativas", que vêm dando
a tônica da campanha governista
desde o início do programa gratuito.
Alvejar Lula tornou-se, para Ciro
Gomes, Anthony Garotinho e, mais
fortemente, para José Serra, a última
estratégia de campanha antes do primeiro turno. Se falhar, dificilmente
poderá ser substituída por outra com
chances de êxito até o 6 de outubro.
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