São Paulo, sábado, 20 de setembro de 2008

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PAINEL DO LEITOR

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Mercados
"Eu penso que as intervenções dos Bancos Centrais e dos governos dos Estados Unidos, de países europeus e do Japão derrubam o mito de que o capitalismo e os mercados são capazes de se autocontrolarem.
A injeção de bilhões -talvez trilhões- de dólares feita pelos Bancos Centrais e pelos governos prova que, às vezes, o mercado falha.
Até os mais ortodoxos defensores do mercado estão aceitando como necessária a intervenção estatal."
ROGÉRIO LÚCIO CARDOSO (Belo Horizonte, MG)

Bolívia
"Coisa curiosa: existem dois Estados Unidos da América. Um é o do presente; o outro é o de antes.
Os EUA "de antes" têm uma longa e bem conhecida história de intervenções nos assuntos internos de outros países, particularmente na América Latina. Já os EUA "do presente", pelo contrário, não só respeitam o direito à autodeterminação de todos os povos como periodicamente denunciam os EUA "de antes" por violações desse direito. Tanto é assim que a simples consideração da hipótese de que os EUA "do presente" talvez estejam agindo mal na Bolívia é considerada um "palpite imprudente" (editorial de ontem).
Com certeza descobriremos, no futuro, que a intervenção de fato ocorreu, mas que os culpados foram os EUA "de antes"."
JOSÉ ALBERTO MARCONDES MACHADO (Carapicuíba, SP)

 

"Democracia? O que vem a ser democracia?
Primeiro ato: praticamente confiscar, sob invasão armada, e impor preço vil à refinaria da Petrobras em solo boliviano, sob velado apoio da cúpula brasileira, em vez de zelar pelos direitos e, veementemente, na corte internacional, fazer valer o direito de propriedade -e, no mínimo, o valor justo pelo bem apreendido à força. Segundo ato: num conflito doméstico, interno na Bolívia, em apoio incondicional a Evo Morales, a intromissão de sul-americanos, inclusive o Brasil, sob o pretexto de defender a "democracia".
Da refinaria boliviana ao pré-sal, a Petrobras só leva prejuízo, e a "democracia", para os nossos dirigentes, é uma palavra com significados conflitantes."
HUMBERTO SCHUWARTZ SOARES (Vila Velha, ES)

 

"É impressionante ser chamado de "mal menor" o massacre de pelo menos 15 civis camponeses por parte dos terroristas (chamar de "forças opositoras" é hipócrita e desrespeitoso às vítimas) de Pando ("Massacre em pando evitou "mal maior", diz líder cívica", Mundo, ontem).
É impressionante também esse fato não causar nenhum tipo de revolta na grande mídia.
Isso enquanto os terroristas acusam hipocritamente e descaradamente Morales de ser ele o responsável pelos massacres e pela crise (resta saber se ainda vão repetir o chavão depois de a líder "cívica" de Pando ter admitido o "mal menor').
Imaginemos por um segundo qual seriam a reação local e a mundial caso os atos de terrorismo fossem praticados por Morales, e não pelos governadores e líderes "cívicos" da chamada "meia-lua"."
RAPHAEL GARCIA (São Paulo, SP)

Trabalho doméstico
"Ao tomar conhecimento do decreto assinado por Lula que proíbe o trabalho de doméstica para menores de 18 anos, pensei na minha juventude.
Aos 12 anos trabalhei como atendente em um escritório de advocacia; aos 14 anos, em um escritório de contabilidade; aos 19 anos tornei-me sócio do meu patrão.
Ainda me sobrou tempo para cursar duas faculdades, casar e ter filhos. Se à época houvesse uma lei para me proteger, talvez estivesse hoje nos becos da vida, praticando pequenos furtos ou talvez descansando numa penitenciária."
PAULO SÉRGIO DELABONA (São José do Rio Preto, SP)

 

"Muito oportunas as considerações de Marcos Cintra sobre o futuro das empregadas domésticas.
Se acontecer como a proteção ao trabalhador rural, iremos ter também os "bóias-frias da cidade".
Antes da tal lei protetora, trabalhadores rurais e de usinas tinham casa, lugar para plantar, criar suas galinhas, seus porquinhos etc. Hoje, como bóias-frias, são explorados pelos "gatos", como serão exploradas as domésticas, que passarão a ganhar apenas salário mínimo, enquanto os contratantes ganharão a parte do leão.
Assim, para que tal não aconteça, é preciso que a lei que irá proteger os empregados domésticos seja criteriosa, bem estudada e consultada para, de fato, protegê-los."
WALDEMAR CINTRA (São Paulo, SP)

Lei seca
"Até quando a imprensa e a população vão ignorar que a redução de acidentes nos últimos três meses não tem nada a ver com a lei seca, mas com a intensa fiscalização que se seguiu após sua promulgação?
Os acidentes não são provocados por quem bebeu moderadamente, até o limite do Código de Trânsito Brasileiro original, mas, sim, por quem estava de fato embriagado.
Quem será responsabilizado por não fiscalizar motoristas bêbados todos esses dez anos de vigência do Código de Trânsito Brasileiro, em que milhares de mortes teriam sido evitadas?"
BOB SHARP (São Paulo, SP)

Parto
"Acompanho com preocupação a discussão necessária e pública sobre parto normal e cesariana. Tem sobrado corporativismo e extremismo e faltado bom senso no artigo e nas cartas dos leitores.
A cesárea é salvadora de vidas, quando bem indicada, e acrescenta riscos quando desnecessária. Seu abuso, feito por razões inconfessáveis, aumenta a mortalidade neonatal e a materna criminosamente.
O parto normal pode ser feito por parteiras treinadas sem maiores riscos, evitando cesáreas desnecessárias, e com acompanhamento da família para humanizá-lo. Porém deve ter sempre a supervisão do médico especialista e acesso fácil e imediato a uma maternidade com condições de resolver casos de complexidade e de urgência que podem surgir inesperadamente.
As mortalidades materna e neonatal, altíssimas no nosso pais, só diminuirão se houver atitudes maduras voltadas para o interesse das mães e das crianças e integradas ao conceito Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher."
JOSÉ ARISTODEMO PINOTTI, médico ginecologista e deputado federal DEM-SP (Brasília, DF)

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