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Documento único
"A unificação dos números de
CPF, Carteira de Identidade, Carteira Nacional de Habilitação e passaporte é uma atitude inteligente e
necessária. Não há razão para a
existência de tantos números diferentes. Prega a sabedoria e o bom
senso que um só número é suficiente para identificar uma pessoa, seja
em que situação for. E é muito mais
fácil saber quem é a pessoa e o que
ela está fazendo com uma única
consulta. Unificação numeral já!"
MÁRIO NOGUEIRA NETO (Ponta Grossa, PR)
Heróis
"Desde criança sempre admirei a
frase inspirada do almirante Barroso antes da batalha de Riachuelo,
em 1865: "O Brasil espera que cada
um cumpra o seu dever". Qual não
foi a minha surpresa e decepção ao
ler, abaixo da estátua do almirante
Nelson em Trafalgar Square, Londres: "England expects that every
man will do his duty", dita em 1805.
Está lá para quem quiser ver. Que
pena! Até as frases dos nossos heróis são de segunda mão."
ROBERTO CASTRO (São Paulo, SP)
Reforma agrária
"Sem atualizar os índices de produtividade rural vamos perpetuar o
latifúndio improdutivo. O mundo já
fez a reforma agrária. No Brasil, o
índice de produtividade rural é
quem perpetua os latifúndios e impede a reforma. Precisamos criar
condições para assentar o maior
número de famílias voltadas para
produção de alimentos, transformar o Brasil no maior produtor rural do planeta, abastecendo nossas
mesas e exportando alimentos para
o mundo. Com isso vamos também
criar emprego e renda, evitar o inchaço das metrópoles e contribuir
para diminuir a violência.
Para isso temos de enfrentar lobbies poderosíssimos que querem
manter os latifúndios e a monocultura voltada para exportação. Mudar a face do campo para melhorar a
vida na cidade, essa luta não é só do
MST, mas de todos os brasileiros."
EMANUEL CANCELLA (Rio de Janeiro, RJ)
Deputados
"A reportagem sobre as emendas
clonadas que favorecem as petroleiras (Dinheiro, 18/9) esqueceu de
sugerir que este bom serviço prestado pelos parlamentares poderia
ser remunerado. Todos sabem que
o principal produto que os parlamentares têm a oferecer ao mercado são justamente emendas e leis
feitas nos departamentos jurídicos
das respectivas empresas. Isto explica o paradoxo de que muitos parlamentares gastam muito mais dinheiro em suas campanhas eleitorais do que a soma do salário que
receberão durante o mandato."
ALEXANDRE RUSZCZYK NETO (Porto Alegre, RS)
Poupança
"Não é justo! Quando a poupança
era a lanterninha das aplicações,
muitos poupadores, receosos de
perder suas reservas e chamados
pelos analistas do mercado financeiro de pessoas com "perfil conservador", mantiveram suas economias nessa aplicação, lastreando
programas públicos de habitação e,
provavelmente, ajudando em outros aspectos da política financeira
e de seus indicadores econômicos.
Certamente não eram especuladores, mas pessoas que passaram
boa parte da vida economizando o
que podiam para garantir incertezas futuras. Esse deve ser o perfil da
maioria dos quase um milhão de
poupadores que hoje têm mais de
R$ 50 mil na poupança. Agora serão
taxados e tachados como especuladores! Se o propósito é evitar a migração de outras aplicações para a
poupança, que se estabeleçam regras que não penalizem o poupador
tradicional. Defina-se uma data a
partir da qual os depósitos em poupança que ultrapassarem o valor estabelecido sejam tributados, para
não tratar as economias de toda
uma vida das velhinhas de Taubaté
como especulações de mercado."
EDUARDO GARCIA (São Paulo, SP)
Bingos
"Magnífico o editorial "Jogo Perigoso", de 18/9. Ele reproduz de maneira clara, objetiva e profunda a
verdadeira finalidade da proposta
de reabertura das casas de bingo e
dos caça-níqueis. Fazer acreditar
que a intenção é destinar recursos
para a saúde, a cultura, o esporte e a
segurança, ou mesmo fomentar o
turismo, como já dizem alguns, é
subestimar a inteligência de qualquer cidadão deste nosso pobre
país. Fazer cadastro dos "dependentes do jogo", como diz a proposta,
além de representar uma odiosa
discriminação, demonstra pouca
inteligência, considerando-se que
estes serão os maiores clientes."
EDGARD CRUZ COELHO (São Paulo, SP)
Barragem
"Com relação à carta de Geraldo
Nunes Sebastiani (16/9), esclarecemos que o governo do Estado não
tem menosprezado o valor de Taiaçupeba. O início da operação do reservatório, em 1978, foi impedido
por uma ação movida pela indústria
Manikraft questionando o valor da
desapropriação. O processo tramitou por 30 anos e foi concluído em
fevereiro de 2008. O impasse jurídico favoreceu a invasão de parte da
área do lago. Após a sentença, o Estado iniciou a remoção de 821 ocupações e está licitando a demolição
das instalações da Manikraft. A expectativa é concluir essas ações ainda em 2009. A operação do Taiaçupeba não tem nenhum impacto nas
enchentes do Aricanduva. Toda a
água de reservatório é destinada ao
abastecimento público."
GRÉGORY MARTINS , do Departamento de Águas e
Energia Elétrica (São Paulo, SP)
Judiciário
"No julgamento que livrou da cadeia e do júri popular o autor de grave acidente de trânsito em Brasília,
uma juíza do TJ se queixou da "indevida banalização do dolo eventual". Como assim? Quer dizer que a
banalização da violência no trânsito
é de somenos importância? Enquanto a magistrada proferia sua
decisão, caía em prantos um adolescente, filho de uma das vítimas
mortas no acidente. Cena macabra,
triste retrato de nosso Judiciário."
MARCOS ANTONIO PAULINO DA SILVA (Brasília, DF)
Rondônia
"A falta de transparência dos políticos sobre os gastos por eles efetuados é uma demonstração de despreocupação para com a vontade
pública. O pior, no entanto, se revela no desperdício descarado de recursos. Em Vilhena (RO), a Câmara
Municipal mantém a mesma atitude do Legislativo nacional, exposta
na reportagem "Assembleias ocultam gastos com deputados e contratos" (Brasil, 18/9). Segundo denúncias, os dez edis vilhenenses
consumiram só nos cinco primeiros meses do ano R$ 125 mil com
diárias e quase R$ 80 mil com "manutenção" de softwares. Um dos vereadores teve a coragem de se mostrar indignado: "Não sei por que vocês se preocupam tanto com o valor
das diárias. Tem coisa muito pior
na Câmara envolvendo dinheiro"."
HERBERT WEIL (Vilhena, RO)
Pedágios
"O depoimento do leitor Alberto
Benedito de Souza (13/9) está em
desacordo com os dados referentes
à cobrança de pedágio nos trechos
que ele teria percorrido. Nos EUA,
as rodovias interestaduais não são
federais: são uma sequência de trechos estaduais. Alguns Estados cobram pedágio, outros não. Esta pode ter sido a experiência do leitor.
Nas 432 milhas de distância entre
Boston (Massachussets) e Fredericton (Canadá) só são cobrados pedágios em dois trechos: um de 76
milhas entre York e West Gardiner,
com tarifa de US$ 5, e em 15 milhas
entre Portsmouth e a divisa de New
Hanpshire, cuja tarifa é de US$ 2
-ou seja, US$ 0,083 dólares por
quilômetro. Nos trechos dos outros
Estados não é cobrado pedágio."
IVSON QUEIROZ , assessor de Comunicação da ABCR (São Paulo, SP)
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