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LUZ NA GUERRA BRITÂNICA
O encontro do primeiro-ministro
britânico Tony Blair com o católico
norte-irlandês Gerry Adams, líder do
Sinn Fein -braço político do Exército Republicano Irlandês-, marcou o
fim de iniciativas tímidas do Reino
Unido em relação à Irlanda do Norte.
Havia mais de 70 anos um chefe de
governo do Reino Unido não se reunia com o Sinn Fein. Os conflitos que
pretendem dar fim ao domínio britânico sobre a Irlanda do Norte e à
união com a República da Irlanda já
mataram milhares de pessoas.
Apesar de toda a violência, o problema não se resolve pelo voto, já que
a maioria dos habitantes da Irlanda
do Norte é contra a independência. A
disputa política entre republicanos,
que lutam pela separação do Reino
Unido, e unionistas é permeada por
um debate religioso. Cerca de 58%
da população da Província do Ulster,
a Irlanda do Norte, é formada por
protestantes favoráveis ao domínio
britânico. Os outros 42% são católicos romanos, em geral republicanos,
e consideram-se discriminados na
política e no trabalho.
Com a promessa de que a população da região terá a palavra final,
Blair conseguiu convencer David
Trimble, líder do maior partido unionista, a se encontrar com Gerry
Adams. Mas a possibilidade de Trimble recuar não pode ser excluída,
bem como um retorno do IRA às estratégias violentas.
Em se tratando da Irlanda, porém,
ganha-se a paz a cada dia em que se
prolonga o cessar-fogo. A esperança
britânica é de que com o tempo se
consiga sedimentar a trégua.
Isso, entretanto, não eximirá o governo de Tony Blair de conceder à Irlanda do Norte ao menos uma autonomia maior, sob o risco de fracassar em sua tentativa de resolver um
problema que já desafiou todos os
seus antecessores.
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