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ELIANE CANTANHÊDE
Menininhos do Rio
BRASÍLIA - O Rio de Janeiro caiu nas garras de Rosinha, Garotinho e agora
esse famoso Silveirinha. Mas parece
que eles andam mexendo com coisa
de gente grande.
Se alguém lucrou muito (no bom
sentido) durante a campanha presidencial, foi Anthony Garotinho. Ex-prefeito de Campos, ex-governador
do Rio e recém-chegado aos 40, ele
não tinha expressão partidária nem
uma história política densa ao ponto
de sustentar a candidatura. Mas sustentou com o peso dos evangélicos e
do Rio, um dos três principais Estados do país, apesar de tudo.
Não ganhou a eleição, como dificilmente ganharia, mas ficou em terceiro lugar, se tornou um nome nacional, fez da mulher governadora e, o
que é o mais importante, posicionou-se como um dos potenciais opositores
do governo Lula. É uma aposta. Se
Lula for muito bem, ruim para Garotinho. Se entrar na vala comum de
que todo governo apanha, bom para
o ex-governador.
O tucano José Serra, segundo colocado, está sem mandato e sem alavanca, recolheu os beques e anda cego, surdo e mudo. O quarto, Ciro Gomes, aderiu ao governo, assumiu o
Ministério da Integração Nacional e
anulou, assim, seu potencial de oposição. Por ora, pelo menos. Sobrou
Garotinho, que tem o governo do Rio.
Tudo ia bem, muito melhor do que
a encomenda, como parece sempre
ocorrer com o Garotinho. Até surgir
essa chatice do Rodrigo Silveirinha,
que foi subsecretário de Administração Tributária no governo dele, entre
1999 e abril de 2000, e ressurge agora
flagrado com milhões de dólares na
Suíça. Nem original foi.
Rosinha foi dura com a antecessora
Benedita da Silva, Garotinho faz jogo
de vai-não-vai com Lula. E agora
vem Silveirinha botar lama, quer dizer, lenha na fogueira do casal.
Com "oposição" assim -de partido aliado, de boca para fora e explicando o inexplicável-, o governo
Lula continua tendo que se apoiar na
Heloísa Helena e na Luciana Genro
para fingir que enfrenta alguma oposição. Repita-se: por ora, pelo menos.
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