São Paulo, quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

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PAINEL DO LEITOR

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Violência e maioridade
"Quando o povo de um país reconduz ao poder políticos acusados de envolvimento com quadrilhas que assaltam os cofres públicos, é sinal de que essa nação está mergulhada num estado de barbárie social em que valores morais, princípios éticos e caráter são nulos. Diante disso, somos forçados a presenciar uma rotina de crimes hediondos cuja tendência é agravar-se cada vez mais. Quem sabe seja esse o preço que temos de pagar para que haja um movimento para resgatar um mínimo de valores éticos em todos os setores da sociedade brasileira -tendo como ponto de partida o poder político dominante"
CECILIA MORICOCHI MORATO (Franca, SP)
 

"Não agüento mais o discurso pseudo-esquerdista de que todos nós somos culpados pela violência urbana. Eu pago os meus impostos em dia, trabalho como professor no Colégio Militar do Rio de Janeiro e tornei-me doutor em história sendo deficiente visual. Procuro cumprir com meus deveres de pai e de professor. Não matei ninguém, não estuprei ninguém, não roubei ninguém. Portanto não tenho a menor culpa no caso do menino João Hélio ou do garoto que eliminou a avó na Baixada Fluminense."
VANDERLEI VAZELESK RIBEIRO (Rio de Janeiro, RJ)
 

"Sociedade enlouquecida esta em que nos coube viver. Tantos berros, protestos e ultimatos pela morte cruel do menino João Hélio, mas nenhum pio pela morte infame, morte de fome, dessa criança indígena sem nome. Os índios que se agüentem, pois as cestas de alimento só vão chegar depois do Carnaval. Tanto barulho em torno de uma morte que somos incapazes de redimir e tanta indiferença com as mortes que podemos deter."
HELOISA FERNANDES (São Paulo, SP)
 

"Parabéns ao professor Renato Janine Ribeiro (Mais!, 18/2) pela coragem de mostrar a cara e assumir o que pensa. Chega de demagogia. Chega de imaginar que somos um país civilizado. Chega de fazer ode aos direitos humanos e, covardemente, deixar que os humanos direitos sofram os desatinos de uma sociedade degenerada, que só tem disposição para ver novela, sair atrás do trio elétrico e ver a bola rolar no gramado. Que tristeza."
LEILA DONIZETTI FREITAS SANTOS NUNES (Nova Lima, MG)
 

"O rebaixamento da idade mental do debate sobre idade penal veio de onde menos se esperava: no artigo "Razão e sensibilidade" (Mais! de 18/2). Nele, Renato Janine Ribeiro, professor de ética e filosofia política da USP, parte para a pura e simples ignorância. Na falta de argumentos razoáveis para defender os seus instintos mais primitivos, ele questiona a própria Declaração Universal dos Direitos Humanos: "Todo homem tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa perante a lei" (artigo 6º). Vejamos a "pérola" do professor de ética e filosofia: "É-se humano somente por se nascer com certas características? Ou a humanidade se constrói, se conquista -e também se perde?". O filósofo comete uma desonestidade intelectual ao colocar no mesmo nível os atos dos "criminosos" e os atos do Estado. No Estado republicano de Direito, a lei serve principalmente para impedir os abusos dos governantes. Todo governante é servidor público. Ninguém está acima da lei. Será que é essa a "ética" que o professor ensina a seus alunos (e futuros professores) na maior universidade pública brasileira? Se nem o Estado brasileiro nem seus agentes precisam cumprir as leis, como é que vamos definir quem é o criminoso?"
MAURO ALVES DA SILVA , presidente do Grêmio SER Sudeste - Promoção da Cidadania e Defesa do Consumidor (São Paulo, SP)
 

"O nosso inflamado presidente fica imaginando que até o feto poderia vir a ser punido. Não seria tão estranho nesse seu governo, que, afinal, já pagou indenização até a um feto que alegou ter sido "torturado". Assim, mesmo antes de nascer, já era beneficiado pela profícua e lucrativa indústria dos "heróis" fabricados e indenizados (às nossas custas) na luta contra a ditadura."
ARISTEU T. DE MENDONÇA (São Paulo, SP)
 

"Há um problema sobre a maioridade penal neste país. Se o adolescente com 16 anos não tem condições para se responsabilizar pelos seus atos -e por isso não pode ser preso como adulto-, seria então essa a explicação para haver tantos políticos incompetentes e gatunos neste país? Seria importante rever a idade em que se pode votar. Que a justificativa para a maioridade penal seja a mesma para o voto."
FRANZ JOSEF HILDINGER (Praia Grande, SP)
 

"O caso do assassinato do menino João Hélio trouxe enorme comoção ao país. Foi um ato injustificável, em que se viu a barbárie humana sendo posta em prática. A violência no país chegou a um nível assustador. Penas mais duras devem ser aplicadas, porém dentro da lei e da justiça. Não podemos agir na velha lei da vingança. Sou contra a redução da idade penal, porém acredito que cada crime deva ser julgado de forma diferente, independentemente da idade do infrator. Isso sim poderia ser mais prático do que reduzir a maioridade para os 16 anos."
MILTON FABIANO DA SILVA (Mauá, SP)

Carnaval
"O texto de Marcelo O. Dantas ("O maior espetáculo da Terra", "Tendências/Debates') foi um convite a um despertar como não se via desde muito tempo. Enquanto lemos notícias sobre o Carnaval, deparar com um texto com tamanha riqueza de informações foi um verdadeiro presente para os que não nasceram com "samba no pé", como eu. O autor mostra que, com o Carnaval, damos continuidade a um caos que, ao contrário do que eu pensava, não termina na quarta-feira ao meio-dia. Ele segue ininterruptamente. A proposta dos quatro dias de seriedade é brilhante e necessária. Se, nesse período, fôssemos contemplados com um funcionamento perfeito dos Poderes, um empenho fora de série dos políticos e um firme compromisso de todos os cidadãos com o bom andamento das atividades, teríamos, de fato, motivo para festa e celebração."
GIOVANNA LONGO (São Paulo, SP)

Amazônia
"Parabenizo Helio Jaguaribe pelo brilhante texto "A perda da Amazônia" ("Tendências/Debates", 19/2), que deveria ser divulgado amplamente. Infelizmente, talvez seja tarde para um retrocesso nessa amarga venda da nossa Amazônia, que já vem sendo dilapidada e dilacerada por vários governos -anteriores e atuais. Uma força extrema talvez só surja quando já não mais houver possibilidade de ação. Enquanto isso, vamos olhando à meia-luz essa entrega solene com papéis, títulos honrosos, pesquisas... enfim, todos os meios cruéis pela qual a Amazônia vem sendo rifada e explorada."
MARIA ANTÔNIA CANAVEZI SCARPA (Sorocaba, SP)

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