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Foco no Afeganistão
O PRESIDENTE americano,
Barack Obama, acaba de
ordenar o envio de mais 17
mil militares para o Afeganistão,
o que elevará o efetivo de tropas
estrangeiras no país asiático para
cerca de 90 mil. Começa a prometida mudança de foco na chamada "guerra ao terror". O Iraque, que ostenta níveis de violência e desagregação cadentes, deixa aos poucos de ser prioridade.
O reforço no Afeganistão, contudo, também tem caráter emergencial. Foi decidido em meio a
sinais de descontrole galopante
no país, com a ressurgência do
extremismo do Taleban, destronado há sete anos pelos EUA.
Relatório divulgado pela ONU
aponta aumento de 40% nas
mortes de civis no ano passado,
em relação a 2007. Foram 2.118
mortes, maior saldo desde a invasão americana, em 2001.
Os números ilustram a deterioração da segurança a seis meses das eleição presidencial afegã. Por falta de contingente no
solo, as forças de EUA e Otan privilegiam ataques aéreos para
atingir o Taleban -mas a tática
amplia as mortes de civis.
O envio de mais tropas imita,
portanto, a decisão estratégica
tomada pelo governo Bush no
início de 2005, que ajudou a mudar o curso dos acontecimentos
no Iraque. A estabilidade afegã,
entretanto, também depende da
capacidade do governo paquistanês de conter o terrorismo islâmico que dá apoio ao Taleban na
fronteira entre os dois países.
Há muitas dúvidas nesse aspecto. O Paquistão concordou
recentemente em estabelecer a
sharia (lei islâmica) em parte da
conflagrada Província da Fronteira Noroeste e suspendeu a
ofensiva militar na região, na
maior concessão já feita, desde
que o país se alinhou aos EUA, a
líderes islâmicos locais, alguns ligados ao Taleban e à Al Qaeda.
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