![]() São Paulo, sábado, 21 de fevereiro de 2009 |
![]() |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PAINEL DO LEITOR O "Painel do Leitor" recebe colaborações por e-mail (leitor@uol.com.br), fax (0/xx/11/3223-1644) e correio (al.Barão de Limeira, 425, 4º andar, São Paulo-SP, CEP 01202-900). As mensagens devem ser concisas e conter nome completo, endereço e telefone. A Folha se reserva o direito de publicar trechos. Leia mais cartas na Folha Online www.folha.com.br/paineldoleitor Ditadura "Há anos a linha da Folha tem sido crítica às ditaduras, especialmente à nossa. Fiquei na dúvida se o termo "ditabranda" (editorial "Limites a Chávez", 17/2) foi ato falho ou se é mesmo defesa do regime que foi de Castelo a Figueiredo. Nossos torturadores justificavam a nossa ditadura acusando a dos outros." JOEL RUFINO DOS SANTOS (Rio de Janeiro, RJ)
"Li as diversas manifestações sobre a ditadura no Brasil. Todas têm
alguma validade, mas o que mais
me chamou a atenção foi que a
mensagem mais inteligente, mais
holística, com menor conteúdo de
raiva e de ódio veio exatamente de
um militar (senhor Paulo Lustoza).
Esperava-se que professores catedráticos tivessem um olhar mais
colorido, capaz de reconhecer todas
as matizes de um regime autoritário, e que o militar fosse mais branco e preto. Mas só o senhor Lustoza
foi capaz de reconhecer que a nossa
ditadura foi muito diferente das ditaduras de Fidel, de Stálin, de Hitler
ou de Mao.
Aqui não houve culto a personalidade, embora tenha havido violência e injustiças. Aqui não houve milhões de mortos nem fuga em massa
para o exterior. Todos esses regimes se enquadram na definição de
ditadura, mas as cores e a profundidade da falta de liberdade foram
completamente diferentes."
"Qualificar a ditadura militar de
"ditabranda" é insuportável.
Assassinatos, perseguições, torturas, prisões iníquas, suicídios forjados e execuções sumárias foram
crimes praticados naquela época
por agentes do Estado. A relativização da perversidade desses crimes
produz impacto aterrador.
Os professores Fábio Comparato
e Maria Victoria Benevides merecem o respeito e a gratidão do povo
brasileiro pela luta pertinaz em defesa dos direitos humanos.
Repudiamos com veemência os
termos horríveis da resposta dada a
eles neste "Painel" ontem."
"Ao chamar de "cínica e mentirosa" a "indignação" manifestada pelos
professores Benevides e Comparato, a Folha ("Painel do Leitor", ontem) foi no mínimo deselegante.
Não soube lidar com as críticas.
Concorde-se ou não com os professores, ambos utilizaram artifícios retóricos parecidos aos que a
Folha recorreu para falar de Hugo
Chávez no editorial de 17/2.
Valeria também o cínico e mentiroso para o editorial?"
"Esta Folha entornou de vez o
caldo. No lugar da autocrítica pela
malfadada expressão utilizada no
editorial de 17/2, de evidentes prejuízos para a cultura democrática,
achou por bem agora atacar, de modo presunçoso, intelectuais brasileiros de inestimáveis serviços à
crítica e superação do regime autoritário aberto em 1964."
"A referência do editorial à ditadura brasileira como "ditabranda"
não representou uma defesa ou
tentativa de relativizar o período e,
em seu contexto, deixa claro o caráter negativo de qualquer regime de
exceção.
Mas foi lamentável a forma como
a Folha lidou com os protestos dos
leitores. Em vez de aproveitar a
oportunidade para reiterar o seu
compromisso com as instituições
democráticas e repudiar qualquer
forma de autoritarismo, o jornal
adotou uma posição defensiva, ambígua e evasiva, indigna do maior
jornal do país.
Particularmente inapropriado
foi usar este espaço para atacar em
nível pessoal dois professores universitários, rebaixando-se ao nível
de um tabloide de aluguel e manchando a tradição de imparcialidade e a atitude profissional esperada
pelos leitores.
O que poderia ter sido um episódio menor vai ser lembrado na história da Folha como a semana infeliz em que o jornal usou seu espaço
para hostilizar seus leitores."
"Em relação à "Nota da Redação"
em resposta às cartas do senhor
Comparato e da senhora Benevides,
advirto a Folha de que, apesar de
correta, a referida nota despertará
a fúria da militância esquerdista.
Logo a Redação receberá mais
um exemplar da mais profícua produção intelectual da esquerda brasileira: os abaixo-assinados."
Homeopatia
Demissão
Prêmio sem culpa
Servidores
Leia mais cartas na Folha Online |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |