São Paulo, sábado, 21 de fevereiro de 2009

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PAINEL DO LEITOR

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Ditadura
"Há anos a linha da Folha tem sido crítica às ditaduras, especialmente à nossa. Fiquei na dúvida se o termo "ditabranda" (editorial "Limites a Chávez", 17/2) foi ato falho ou se é mesmo defesa do regime que foi de Castelo a Figueiredo. Nossos torturadores justificavam a nossa ditadura acusando a dos outros."
JOEL RUFINO DOS SANTOS (Rio de Janeiro, RJ)

"Li as diversas manifestações sobre a ditadura no Brasil. Todas têm alguma validade, mas o que mais me chamou a atenção foi que a mensagem mais inteligente, mais holística, com menor conteúdo de raiva e de ódio veio exatamente de um militar (senhor Paulo Lustoza). Esperava-se que professores catedráticos tivessem um olhar mais colorido, capaz de reconhecer todas as matizes de um regime autoritário, e que o militar fosse mais branco e preto. Mas só o senhor Lustoza foi capaz de reconhecer que a nossa ditadura foi muito diferente das ditaduras de Fidel, de Stálin, de Hitler ou de Mao. Aqui não houve culto a personalidade, embora tenha havido violência e injustiças. Aqui não houve milhões de mortos nem fuga em massa para o exterior. Todos esses regimes se enquadram na definição de ditadura, mas as cores e a profundidade da falta de liberdade foram completamente diferentes."
CARLOS EDUARDO CUNHA (São Paulo, SP)

"Qualificar a ditadura militar de "ditabranda" é insuportável. Assassinatos, perseguições, torturas, prisões iníquas, suicídios forjados e execuções sumárias foram crimes praticados naquela época por agentes do Estado. A relativização da perversidade desses crimes produz impacto aterrador. Os professores Fábio Comparato e Maria Victoria Benevides merecem o respeito e a gratidão do povo brasileiro pela luta pertinaz em defesa dos direitos humanos. Repudiamos com veemência os termos horríveis da resposta dada a eles neste "Painel" ontem."
GOFFREDO DA SILVA TELLES JÚNIOR , professor emérito da USP, e MARIA EUGENIA RAPOSO DA SILVA TELLES, advogada (São paulo, SP)

"Ao chamar de "cínica e mentirosa" a "indignação" manifestada pelos professores Benevides e Comparato, a Folha ("Painel do Leitor", ontem) foi no mínimo deselegante. Não soube lidar com as críticas. Concorde-se ou não com os professores, ambos utilizaram artifícios retóricos parecidos aos que a Folha recorreu para falar de Hugo Chávez no editorial de 17/2. Valeria também o cínico e mentiroso para o editorial?"
NONATO VIEGAS , jornalista (Duque de Caxias, RJ)

"Esta Folha entornou de vez o caldo. No lugar da autocrítica pela malfadada expressão utilizada no editorial de 17/2, de evidentes prejuízos para a cultura democrática, achou por bem agora atacar, de modo presunçoso, intelectuais brasileiros de inestimáveis serviços à crítica e superação do regime autoritário aberto em 1964."
MARCOS AURÉLIO DA SILVA , professor do Departamento de Geociências da UFSC (Florianópolis, SC)

"A referência do editorial à ditadura brasileira como "ditabranda" não representou uma defesa ou tentativa de relativizar o período e, em seu contexto, deixa claro o caráter negativo de qualquer regime de exceção. Mas foi lamentável a forma como a Folha lidou com os protestos dos leitores. Em vez de aproveitar a oportunidade para reiterar o seu compromisso com as instituições democráticas e repudiar qualquer forma de autoritarismo, o jornal adotou uma posição defensiva, ambígua e evasiva, indigna do maior jornal do país. Particularmente inapropriado foi usar este espaço para atacar em nível pessoal dois professores universitários, rebaixando-se ao nível de um tabloide de aluguel e manchando a tradição de imparcialidade e a atitude profissional esperada pelos leitores. O que poderia ter sido um episódio menor vai ser lembrado na história da Folha como a semana infeliz em que o jornal usou seu espaço para hostilizar seus leitores."
FELIPE DE AMORIM (Santo André, SP)

"Em relação à "Nota da Redação" em resposta às cartas do senhor Comparato e da senhora Benevides, advirto a Folha de que, apesar de correta, a referida nota despertará a fúria da militância esquerdista. Logo a Redação receberá mais um exemplar da mais profícua produção intelectual da esquerda brasileira: os abaixo-assinados."
EDMAR DAMASCENO FONSECA (Belo Horizonte, MG)

Homeopatia
"Meu cérebro é surpreendido por muitas coisas, mas ele é realmente incrédulo quando depara com pessoas que, com naturalidade, misturam alhos com bugalhos. Suzana Herculano-Houzel ("Astrologia e autossugestão", Equilíbrio, ontem) deu um jeito de misturar (ou confundir) homeopatia com astrologia. Trata-se de uma mera opinião articulada sob um discurso supostamente científico. Se não fosse pela desinformação que isso sugere à cabeça dos milhões de usuários dessa especialidade médica, a colaboradora deveria poupar os leitores desse tipo de analogia artificial."
PAULO ROSENBAUM , doutor em ciências pela USP (São Paulo, SP)

Demissão
"São impressionantes a hipocrisia e o preconceito de algumas pessoas que cuidam da educação. Demitiram um professor apenas porque ele apresentou a música "I kissed a girl" aos alunos ("Professor é demitido após usar em aula música que cita beijo lésbico", Cotidiano, 18/2). Argumentaram que foi porque a música faz menção a bebida alcoólica. Sinceramente, alguém acredita nisso? Qualquer um que ouça com frequência rádio, MTV ou algum programa musical já ouviu essa música. A última coisa em que alguém vai pensar ao ouvir essa música é em álcool. A direção da escola e a secretaria da Educação tomaram uma atitude hipócrita e preconceituosa."
LUIZ GILBERTO DE OLIVEIRA MESSIAS (Campinas, SP)

Prêmio sem culpa
"Parabéns ao pessoal que editou o caderno DNA Paulistano. O Prêmio Folha foi muito merecido ("Série sobre a cidade de São Paulo ganha o Prêmio Folha de 2008", Brasil, 19/2). E fiquei "aliviado" por saber que os dados sobre as torcidas de futebol eram os que mais causavam curiosidade nos leitores. Eu me sentia meio "culpado" por consultar essa informação antes de outras mais relevantes."
EDUARDO NASSIF (São Paulo, SP)

Servidores
"O governador do Estado aumentou em mais de 12% o salário do empregado doméstico, sendo que o funcionário público não tem aumento há anos. O que acontecerá? Nós, servidores, teremos que despedir nossos domésticos ou fazer acordos que contrariam a lei, pois metade de nosso salário será usado para os domésticos. E aí? Viveremos de quê?"
JOSÉ ADOLFO FONZAR (Andradina, SP)

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