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Editoriais
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Recuo no ensino paulista
A tabulação dos resultados da
última rodada de provas do Sistema de Avaliação do Rendimento
Escolar do Estado de São Paulo
(Saresp 2010) revela que a educação pública paulista desceu mais
um degrau -no último ano da administração José Serra (PSDB)-
em sua marcha decadente.
O único nível de ensino em que
houve progresso foi o mais básico
(fundamental 1), e ainda assim
modesto. Alunos do quinto ano registraram ligeira melhora na proficiência em matemática (de 201,4
para 204,6 pontos) e estagnação
em 190,4 pontos na avaliação em
língua portuguesa.
Há bem pouco a comemorar.
Ainda se contam 20% de alunos
com desempenho insuficiente em
português, no ensino fundamental 1, e 29% na mesma situação
em matéria de contas. Nos dois
níveis subsequentes, ao término
do fundamental 2 e do ensino médio, a situação é mais grave e a
piora, inequívoca.
Os resultados do Saresp são
usados para computar o Índice de
Desenvolvimento da Educação de
São Paulo (Idesp), uma espécie de
nota final que agrega também dados de aprovação, reprovação e
abandono. Calculado por escola,
o Idesp serve de base para a fixação de metas e, no caso de seu
cumprimento, para determinar o
valor do bônus variável para os
educadores, que pode ultrapassar
2,4 salários adicionais por ano.
Diante do fraco desempenho,
causa alguma estranheza que a
gratificação vá ser paga para equipes de 3.591 unidades escolares
(71% do total). É fato que se trata
de um número menor que o do
ano passado (90%), mas ainda assim parece difícil de justificar.
O próprio instrumento de avaliação comporta questionamentos. A prova do Saresp é obrigatória, mas não costuma ser levada a
sério por muitos alunos, que não
enxergam vantagem real nela
-nem sequer tomam conhecimento de suas notas individuais.
Nesse sentido, parece boa a
ideia aventada pelo governo
Geraldo Alckmin (PSDB) de incluir tais notas na seleção dos
aprovados para cursar as três universidades estaduais (USP, Unicamp e Unesp).
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