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São Paulo, sábado, 21 de junho de 2003

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FIM DA SARS?

O surto mundial de Sars (síndrome respiratória aguda grave) parece quase no fim. As cidades mais atingidas já não registram novos casos há dias. A Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou os alertas contra viagens que emitira para as áreas afetadas, exceto Pequim.
Se confirmado, o fim do surto não significa que a doença tenha desaparecido tão misteriosamente como surgiu. É praticamente certo que o coronavírus que a provoca siga existindo em seu reservatório animal e, talvez mesmo, entre humanos, mas endemicamente, sem, por ora, gerar explosões de novos casos.
Desde que ganhou as atenções mundiais, há três meses, a Sars infectou cerca de 8.500 pessoas em várias partes do mundo e matou mais de 800. Devastou ainda o turismo no leste da Ásia, contribuindo para a crise econômica global.
A doença, porém, traz, paradoxalmente, algumas boas notícias. Essa é uma das conclusões de uma conferência promovida pela OMS nesta semana para avaliar a resposta mundial à crise. O primeiro ponto positivo, é que, graças a uma cooperação sem precedentes entre serviços de vigilância sanitária de todo o mundo, uma pandemia global foi evitada. Medidas duras como quarentenas forçadas e alertas contra viagens tiveram de ser tomadas, mas o pior foi aparentemente evitado.
Os feitos científicos em relação à Sars também são dignos de menção. Num período de poucas semanas, o agente causador da moléstia foi identificado e seu genoma sequenciado. Projetos de kits de detecção, vacinas e tratamentos para a Sars estão nos tubos de ensaio, mas os cientistas poderão topar com um obstáculo inesperado: a falta de pacientes humanos para testá-los.
Esperemos que os pesquisadores tenham de contornar essa dificuldade e não outras. É possível que, passado o surto, a Sars permaneça dormente, apenas esperando condições ideais para voltar a atacar humanos, talvez de forma ainda mais devastadora do que agora . É para essa possibilidade que devemos nos precaver.


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