São Paulo, domingo, 21 de junho de 2009

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PAINEL DO LEITOR

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Sarney
"Por que o senador José Sarney não deve ser julgado como uma pessoa comum? Até onde sei, o fato de ser eleito não transforma ninguém em Deus. Quem quer ter uma biografia limpa não desvia dinheiro público, não faz negociatas e acordos escusos, não pratica o nepotismo, não concede canais de rádio e TV para os membros da família, não enriquece sem ter trabalhado duro nem se torna "dono" de um dos Estados mais pobres do Brasil.
O senador é uma pessoa comum, sim. A diferença é que tem mandato para representar o povo. Povo para o qual ele está se lixando. E, como o povo de verdade não concorda com esses escândalos, o "nobre senador" deve ser julgado e, se for o caso, condenado.
Chega de reverenciar políticos que, em nome da maioria, agem apenas em benefício próprio. Chega de conceder privilégios a quem deveria dar o exemplo."
HELENA MARIA DE SOUZA (Rio de Janeiro, RJ)

"Numa edição passada, um leitor repreendeu a Folha por dar espaço às sextas-feiras a José Sarney. Discordo. Briguem com o político no Senado, mas deixem esse maravilhoso escritor de fora."
KLEBER DE SANTANA SALES (General Salgado, SP)

Senado
"Tenho 29 anos, curso superior completo e sou bem informado, mas até hoje não sei para que serve o Senado. Imaginemos então o cidadão médio brasileiro, iletrado e desinformado. Ainda assim, somos obrigados a escolher senadores nas eleições. Por que não iniciar uma campanha pelo fechamento do Senado? Parafraseando Barbara Gancia: posso apostar um picolé de limão que ninguém sentiria falta. E convenhamos, não ameaçaria em nada a democracia brasileira."
RODRIGO ENS (Curitiba, PR)

Diploma "Vamos ter um pouco de sensatez. São duas coisas distintas: uma é a não obrigatoriedade de ter diploma para exercer uma profissão, e outra é uma empresa ou o governo exigir que um contratado ou concursado comprove, por meio de títulos, o nível de educação adequado para o que está sendo contratado, como está fazendo o STF. Quanto à lei anterior, que obrigava a ter diploma, nada a ver com ditadura, mas com o corporativismo, e se teve, foi também benéfica, pois obrigou muita gente a estudar."
PAULO MARCOS G. LUSTOZA (Rio de Janeiro, RJ)

"O melhor advogado de que tenho registro da história de São Paulo foi Luiz Gama, que não tinha nenhum curso. Era ex-escravo, autodidata e, com sua ação como rábula, libertou mais de 500 escravos. Então, fica provado que não é necessário o diploma universitário para a prática dessa profissão, que, como outras -no critério de Gilmar Mendes-, se aprende com a prática. E Luiz Gama, ao contrário de gente altamente graduada por aí, libertava pobres. E tinha ética."
MOUZAR BENEDITO (São Paulo, SP)

Transparência
"Em atitude inédita e surpreendente, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, está divulgando na internet os gastos públicos. Os paulistanos agora sabem o quanto é gasto com empresas contratadas e com cada servidor público nas áreas de educação, saúde, transporte etc. Finalmente o Brasil saiu do sistema feudal e entrou no sistema republicano, no qual todos os atos dos governantes devem ser tornados púbicos. Parabéns ao prefeito."
MAURO A. SILVA (São Paulo, SP)

"Seria interessante que o prefeito Kassab também divulgasse a relação de todas as empresas (terceirizadas, construtoras, consultorias etc.) que prestam ou prestaram serviços ao município, especificando o detalhamento do objeto de cada contrato, os valores contratuais/aditamentos e o que efetivamente está ou foi realizado em benefício da cidade de São Paulo."
JAIR ROGÉRIO MALAQUIAS DE OLIVEIRA (Campinas, SP)

USP
"Considero um absurdo o que ocorreu sexta-feira na Universidade de São Paulo: um grupo de estudantes contrários à greve se organizou, indo à sede do sindicato, hostilizando e ameaçando os funcionários. Esses estudantes são os que pregam a democracia em seus discursos, mas são os mesmos que atacam um direito conquistado historicamente, o direito de greve e livre manifestação.
Na realidade, estão mais preocupados com a manutenção de suas aulas e de sua vida "privada" do que qualquer outra coisa. A democracia está com os que hoje estão lutando dentro da universidade pelo seu direito de estar nela, contra a Polícia Militar dentro do campus, com os que sabem que conhecimento não combina e nada tem a ver com a polícia."
FREDERICO RIOS, estudante de filosofia da USP (São Paulo, SP)

ProUni
"Não entendo o alvoroço que está se fazendo a respeito do bom desempenho acadêmico dos universitários beneficiários do ProUni (Programa Universidade para Todos). Por que motivo esperar o contrário? Trata-se de alunos que disputaram o vestibular dessas instituições em igualdade de condições com os demais alunos.
Além do mais, para fazer jus ao ProUni, é necessário, além de ser carente, ter um bom desempenho no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Ou será que se pensava que nas universidades privadas as notas são atribuídas na proporção direta do poder aquisitivo do aluno?"
GERALDO MAGELA DA SILVA XAVIER (Belo Horizonte, MG)

Cultura
"É impressionante a eficiência do Ministério da Cultura na análise do projeto da turnê dos shows de Caetano Veloso. Os dados estão na página do MinC. Basta acessar a página do ministério pelo sistema Salic Web (pesquisa de projetos culturais) e pesquisar o número do projeto, Pronac 091350. É possível saber que em uma semana o projeto foi apresentado, incluído na pauta e apreciado pela Comissão Nacional de Incentivo à Cultura.
Qualquer pessoa que já enviou um projeto ao MinC aguarda, na melhor das hipóteses, três ou quatro meses. Isso se telefonar insistente e regularmente ao ministério e tiver a sorte de ser atendido. Parabéns ao ministro pela agilidade e presteza. Agora com a revisão da decisão, já anunciada, teremos um novo recorde de análise, recurso e resposta ao recurso. Nós, que não temos amigos, ficamos mais uma vez na companhia da lei, mesmo."
SERGIO ESCAMILLA (São Paulo, SP)

Ingratidão
"Um absurdo, mais uma vez, a diretoria de um clube brasileiro julgar culpado apenas o técnico. Muricy Ramalho tinha crédito de sobra no São Paulo Futebol Clube, mas no futebol brasileiro é assim, se alguém tem que pagar pelos erros, que seja o treinador!"
LEONARDO ARAUJO DA SILVA DIAS (São Paulo, SP)



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