|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CLÓVIS ROSSI
Nem no Brasil
LISBOA - Jogaram, no sábado, Benfica e Porto, no maior clássico do futebol português. Deu Porto, 1 a 0.
"Não foi o Porto que ganhou, foi o
juiz", reclama o segurança do Palácio das Necessidades, sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros de
Portugal, enquanto espera o término
da reunião entre ministros do Mercosul e da União Européia.
Frase típica de torcedor fanático,
que remete às queixas contra o juiz,
que teria deixado de marcar um gol
para o Benfica (a bola teria entrado,
coisa que o teipe não deixa claro) e
dois pênaltis a favor da equipe lisboeta (ou equipa, como preferem os
portugueses).
Foi um escândalo maiúsculo, tanto
que o zagueiro Luisão (brasileiro que
joga no Benfica) soltou uma frase
que virou manchete no jornal esportivo "A Bola".
"Nunca vi uma coisa dessas. Nem
no Brasil!", explodiu.
Nem no Brasil. Que coisa, hein? É o
mesmo que dizer que, no Brasil, a
gente vê coisas de que até Deus duvida. Toda e qualquer esculhambação
é perfeitamente possível.
Depois, ainda tem gente que reclama da imagem que o Brasil tem no
exterior, que culpa jornais britânicos, por exemplo, por traçarem retratos supostamente injustos da pátria
amada.
Luisão não é propriamente um filósofo ou um antropólogo. Apenas
vive a vida, joga o jogo, é um profissional, enfim, com vivência daquém
e dalém-mar.
Por isso mesmo é capaz de uma definição tão definitiva.
Texto Anterior: Editoriais: BOLSA-DESVIO Próximo Texto: Brasília - Eliane Cantanhêde: Ameaça ou trapalhada? Índice
|