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TERROR INCONTÍVEL
O terrorismo é a forma mais
bárbara de tentar alcançar objetivos políticos, sejam eles quais forem. O ataque sistemático contra a
vida de pessoas inocentes sem chance de defesa é algo monstruoso e inaceitável. Ontem, pela segunda vez
em menos de uma semana, a Turquia voltou a ser palco de um duplo
atentado terrorista. Desta feita, foram explodidos a sede do consulado
britânico e os escritórios do banco
HSBC, também britânico, ambos
em Istambul. Pelo menos 27 pessoas, entre elas o cônsul-geral britânico, morreram e mais de 400 ficaram feridas. As ações ocorreram enquanto o presidente norte-americano, George W. Bush, visita o Reino
Unido, o mais fiel aliado dos Estados
Unidos na invasão ao Iraque e na
chamada guerra contra o terrorismo.
Sábado passado, duas sinagogas
haviam sido atacadas em Istambul.
Os atentados de ontem, como os anteriores, são atribuídos à rede terrorista Al Qaeda, em colaboração com
um grupo extremista islâmico local.
Certamente o presidente Bush vem
cometendo erros numa série de
questões, mas ele está correto em indignar-se contra a barbárie terrorista. Não é imaginável que a comunidade internacional cruze os braços
diante desse flagelo. Difunde-se, no
entanto, a sensação de que a forma
de enfrentamento escolhida pelos
EUA vem se revelando ineficiente.
Especialistas afirmam que a Al Qaeda se reestrutura, o que os atentados
parecem confirmar, e que o caos no
Iraque tem dado abrigo ao terror.
Frustrar permanentemente os intentos de um terrorista suicida é de
fato uma tarefa próxima ao impossível. Reconhecê-lo não implica renunciar ao combate, mas compreender que ações militares não serão suficientes. Lamentavelmente, os avanços em outras frentes têm sido parcos. Continuam frustrantes as iniciativas para retomar o diálogo entre Israel e palestinos, as ações para sufocar financeiramente as organizações
terroristas e as gestões diplomáticas
para desestimular conflitos e governos que alimentam o caldo de cultura do qual o terror tem se servido.
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