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MELCHIADES FILHO
Velha jovem guarda
BRASÍLIA - Os pré-candidatos tucanos fecham o primeiro ano de governo sem ter o que celebrar em público. José Serra não imprimiu uma
marca a sua administração, e Aécio
Neves contentou-se em requentar
o discurso do choque de gestão do
primeiro mandato.
No cenário nacional, os dois só
não repetem por falta porque deixaram digitais em algumas operações subterrâneas, como a sucessão
da Câmara, a CPMF e o trator contra a CPI do Corinthians.
É pouco, frustrante até, podia-se
dizer, não fosse o fato de que essa
cautela toda era mais que previsível. A expectativa em torno do nome do PSDB na cédula é tão grande,
e a disputa interna tão acirrada, que
Aécio e Serra são como elefantes
em uma loja de cristais. Não arriscam um movimento em falso.
A surpresa de 2007 é que governadores da nova safra também tenham optado pelo recolhimento.
Jaques Wagner (PT-BA) alega
que atolou na tarefa de desmontar a
máquina carlista. Mais provável é
que não saiba o que fazer para evitar que o PMDB assuma o espólio.
Montado em naco gordo do PAC,
Eduardo Campos atua de olho em
2014/18. Será que sonha ser colega
de chapa e sucessor de Lula 3º? Ele
só se ausentou de Pernambuco para
cimentar o controle sobre o PSB e
monitorar as ações do correligionário-e-futuro-rival Ciro Gomes.
Aliás, o ano mostrou que, sem antes considerar o impacto sobre os
projetos do irmão, Cid Gomes nada
falará -dentro ou fora do Ceará.
Teotônio Vilela Filho (PSDB) deve demorar mais um tanto para
transpor as ruínas de Alagoas e do
"embaixador" Renan Calheiros.
E Marcelo Déda pareceu satisfeito em representar Sergipe nos fóruns sempre inconclusos do PT.
O carioca Sérgio Cabral (PMDB)
foi o único que abriu o bico e lançou
debates, ainda que por vezes tenha
enfiado o pé na jaca. O resto da jovem guarda passou a vez. Seu silêncio pode ser tático, circunstancial
ou sinal de pura inexpressão.
mfilho@folhasp.com.br
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