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MUNDO À VENDA
O arrefecimento do noticiário sobre a guerra contra o Iraque pode dar a sensação de que o
conflito se tornou muito mais distante ou menos provável. Infelizmente, não há dados objetivos a corroborar essa impressão. O presidente George W. Bush segue com uma
retórica belicosa. A concentração de
soldados no golfo Pérsico continua.
O que há de positivo é que vem
crescendo a oposição da opinião pública à guerra, e Bush parece ter-se
decidido a conceder mais algumas
semanas para que a ONU dê seu aval
ao ataque. Mas tudo indica que, se a
organização não apoiar a empreitada, a Casa Branca seguirá com seus
planos unilateralmente.
Fala-se agora que os EUA apresentarão ao Conselho de Segurança
(CS), na semana que vem, uma nova
proposta de resolução contra o Iraque, que poderá ou não incluir um
ultimato para que Saddam Hussein
se desarme ou enfrente a guerra. Segundo analistas, a Casa Branca já
não espera convencer a França e a
Alemanha, que lideram o bloco das
nações contrárias ao conflito, a
apoiarem essa resolução, mas espera
obter o aval de 9 dos 15 membros do
CS, deixando assim para a França o
ônus de um eventual veto à proposta.
Embora os EUA não contem, ainda, com esses nove votos em favor da
guerra, não deverá ser muito difícil
convencer países como Camarões e
Guiné a seguirem os passos de Washington. Vale lembrar que a Casa
Branca está prestes a fechar um acordo com o governo turco para que o
país franqueie seu território aos exércitos americanos. A questão é encontrar o preço final do apoio.
Muitos apostam que até a Rússia e
a China, que, como Estados Unidos,
França e Reino Unido, têm poder de
veto no CS, podem ser persuadidas a
não obstruir a guerra de George W.
Bush desde que se acerte a contrapartida em vantagens econômicas.
A guerra por certo não é inevitável,
mas continua muito provável.
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