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São Paulo, sábado, 22 de fevereiro de 2003

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MUNDO À VENDA

O arrefecimento do noticiário sobre a guerra contra o Iraque pode dar a sensação de que o conflito se tornou muito mais distante ou menos provável. Infelizmente, não há dados objetivos a corroborar essa impressão. O presidente George W. Bush segue com uma retórica belicosa. A concentração de soldados no golfo Pérsico continua.
O que há de positivo é que vem crescendo a oposição da opinião pública à guerra, e Bush parece ter-se decidido a conceder mais algumas semanas para que a ONU dê seu aval ao ataque. Mas tudo indica que, se a organização não apoiar a empreitada, a Casa Branca seguirá com seus planos unilateralmente.
Fala-se agora que os EUA apresentarão ao Conselho de Segurança (CS), na semana que vem, uma nova proposta de resolução contra o Iraque, que poderá ou não incluir um ultimato para que Saddam Hussein se desarme ou enfrente a guerra. Segundo analistas, a Casa Branca já não espera convencer a França e a Alemanha, que lideram o bloco das nações contrárias ao conflito, a apoiarem essa resolução, mas espera obter o aval de 9 dos 15 membros do CS, deixando assim para a França o ônus de um eventual veto à proposta.
Embora os EUA não contem, ainda, com esses nove votos em favor da guerra, não deverá ser muito difícil convencer países como Camarões e Guiné a seguirem os passos de Washington. Vale lembrar que a Casa Branca está prestes a fechar um acordo com o governo turco para que o país franqueie seu território aos exércitos americanos. A questão é encontrar o preço final do apoio.
Muitos apostam que até a Rússia e a China, que, como Estados Unidos, França e Reino Unido, têm poder de veto no CS, podem ser persuadidas a não obstruir a guerra de George W. Bush desde que se acerte a contrapartida em vantagens econômicas.
A guerra por certo não é inevitável, mas continua muito provável.


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