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FERNANDO RODRIGUES
Governo genérico
BRASÍLIA - Lula tem feito um governo genérico até agora. É contra a
guerra, contra a fome. Quer um sistema tributário mais justo e uma Previdência que não cause déficits. É impossível encontrar alguém discordando dessas premissas. Ontem, repetiu a cantilena para os 27 governadores presentes em Brasília.
Talvez não exista mesmo uma forma diferente de começar um governo. Ainda assim, há um excesso de
desencontros no Congresso.
Estava acertado que os dois primeiros projetos a serem votados na Câmara seriam a mudança do artigo
192 da Constituição (que trata do sistema financeiro) e o PL-9 (projeto de
lei que trata de uma nova Previdência para futuros servidores).
Bastou os jornais noticiarem para o
PT recuar. Os petistas estão à deriva
no Congresso. É fácil inferir por que
isso ocorre: Lula ainda não disse, com
clareza, o que deseja ver votado dentro do Congresso.
O presidente apenas dá sinais sobre
suas intenções. Alguns petistas mais
importantes tentam encaminhar as
propostas no Congresso. Recuam ao
primeiro sinal de críticas da ala radical do PT.
Esse tipo de comportamento ainda
não pode ser dado como um padrão.
Tudo dependerá de como o presidente vai agir nas próximas semanas.
Lula telefonou nesta semana para o
presidente da Câmara, João Paulo
Cunha. Decidiram fazer uma reunião com os líderes governistas e definir o que deverá, de fato, ser encaminhado para votação. A data dessa
reunião ainda é incerta.
A rigor, o Congresso só começará a
trabalhar no dia 10 de março, depois
do Carnaval. Lula tem tempo para
decidir o que deseja.
Uma coisa é certa. Enquanto o presidente não disser o que está disposto
a bancar, nada de relevante será votado no Congresso.
Fecha-se o cerco contra ACM.
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