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São Paulo, sábado, 22 de fevereiro de 2003

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FERNANDO RODRIGUES

Governo genérico

BRASÍLIA - Lula tem feito um governo genérico até agora. É contra a guerra, contra a fome. Quer um sistema tributário mais justo e uma Previdência que não cause déficits. É impossível encontrar alguém discordando dessas premissas. Ontem, repetiu a cantilena para os 27 governadores presentes em Brasília.
Talvez não exista mesmo uma forma diferente de começar um governo. Ainda assim, há um excesso de desencontros no Congresso.
Estava acertado que os dois primeiros projetos a serem votados na Câmara seriam a mudança do artigo 192 da Constituição (que trata do sistema financeiro) e o PL-9 (projeto de lei que trata de uma nova Previdência para futuros servidores).
Bastou os jornais noticiarem para o PT recuar. Os petistas estão à deriva no Congresso. É fácil inferir por que isso ocorre: Lula ainda não disse, com clareza, o que deseja ver votado dentro do Congresso.
O presidente apenas dá sinais sobre suas intenções. Alguns petistas mais importantes tentam encaminhar as propostas no Congresso. Recuam ao primeiro sinal de críticas da ala radical do PT.
Esse tipo de comportamento ainda não pode ser dado como um padrão. Tudo dependerá de como o presidente vai agir nas próximas semanas.
Lula telefonou nesta semana para o presidente da Câmara, João Paulo Cunha. Decidiram fazer uma reunião com os líderes governistas e definir o que deverá, de fato, ser encaminhado para votação. A data dessa reunião ainda é incerta.
A rigor, o Congresso só começará a trabalhar no dia 10 de março, depois do Carnaval. Lula tem tempo para decidir o que deseja.
Uma coisa é certa. Enquanto o presidente não disser o que está disposto a bancar, nada de relevante será votado no Congresso.
 
Fecha-se o cerco contra ACM.


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