São Paulo, domingo, 22 de fevereiro de 2009

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PAINEL DO LEITOR

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Battisti
"No artigo "Battisti e... Obama!" ("Tendências/Debates", 20/2), o sr. Giuseppe Cocco corta a metade final e conclusiva da minha frase, para poder desvirtuar. Daí, tira ilação que lhe convém, para considerar heroicos os quatro assassinatos de Cesare Battisti.
A pergunta formulada pela Folha, no artigo que escrevi em honroso convite do jornal ("Cabe ao Judiciário resolver o conflito", "Tendências/Debates", 7/2), era sobre o Supremo Tribunal Federal e a possibilidade de rever o refúgio concedido ao assassino Battisti.
Meu texto -cortado por má-fé ou incapacidade daquele que leu, mas não conseguiu compreender-, fala da Justiça italiana, em face da consolidação democrática com a Constituição de 1948. A metade da frase cortada consistia na afirmação: "com uma magistratura independente e a observar as normas constitucionais".
Em 1948, a Itália não adotou a fórmula de Montesquieu de separação de Poderes. A magistratura italiana não é Poder pela Constituição de 1948, mas tem independência e é obrigada a respeitar a Constituição.
Essa é a conclusão "censurada" pelo articulista de nome Cocco.
Com efeito, a magistratura independente foi consolidada pela Carta democrática de 1948. E a magistratura condenou Battisti definitivamente.
Quanto ao resto, de o caso Battisti ser essencial para o futuro da democracia, prefiro não comentar conclusões estúpidas, que muito agradarão os agentes da ditadura brasileira que torturaram e mataram."
WÁLTER FANGANIELLO MAIEROVITCH (São Paulo, SP)

 

"Em tempos de Carnaval, sugiro que o sr. Giuseppe Cocco envie seu artigo sobre o caso Battisti a uma escola de samba. Daria um samba-enredo de fazer inveja ao Stanislaw Ponte Preta e seu "crioulo doido". E o autor ainda poderia escolher entre sair de Obama ou Togliatti à frente da batucada."
PEDRO DEL PICCHIA (São Paulo, SP)

Carnaval
"Com referência à reportagem "Bloco em Salvador usa tatuagem para diferenciar as "lindas" das "feias" (Cotidiano, 20/2), a forma que o empresário escolheu para integrar as "lindas" e excluir as "feias" do seu bloco pode parecer criativa, engraçada e "inovadora", como ele mesmo diz. Mas, por trás dessa "inocente" ideia, não há uma postura tão deletéria quanto aquelas que segregavam pela cor da pele?"
LUÍS VICTORELLI (Bauru, SP)

Embraer
"Tempos atrás tive a oportunidade de ouvir o sr. Ozires Silva, ex-presidente da Embraer, que foi um consolidador da indústria aeronáutica brasileira. Ele é fantástico.
Em sua palestra, ele disse que o Brasil deveria investir em educação e na formação dos seus habitantes focando tecnologias de ponta e demais conhecimentos científicos, pois uma tonelada de avião vale muito mais do que uma tonelada de algodão. Concordei com ele inteiramente. Pois agora vemos, no início da crise, a Embraer se comportando de maneira arrogante, dispensando 4.200 empregados treinados e especializados, sem cogitar a possibilidade de reduzir salários e jornada de trabalho, ou qualquer outra solução possível.
Quando uma empresa pede mais de R$ 6 bilhões a um banco estatal como o BNDES, ela deve ser parceira do país e não somente pensar nos lucros dos acionistas. Onde estão os lucros fantásticos de 2006, 2007 e 2008? Sumiram?"
ANTONIO CARLOS CANO (São Paulo, SP)

Suíça
"Novamente o Brasil nas manchetes policiais internacionais. Não bastasse o acolhimento de terroristas assassinos e a "devolução" sumária para Cuba dos atletas refugiados, promovidos pelo governo federal, da nossa violência e impunidade cotidiana, temos agora o caso dessa advogada brasileira que armou farsa para reforçar seu orçamento pessoal com uns francos a mais por conta do governo suíço.
Só que na Suíça, diferentemente do Brasil, a lei e a Justiça funcionam e a pilantragem foi rapidamente descoberta. A farsante corre, agora, o risco de ir para a cadeia.
Enquanto isso, o ministro Celso Amorim insiste em assegurar que a farsante continuará a receber todo o apoio do governo federal. Com o nosso dinheiro, claro."
PAULO RIBEIRO DE CARVALHO JR. (São Paulo, SP)

 

"Lamentável o desfecho da história da advogada brasileira Paula Oliveira, que inventou ter sofrido um ataque xenófobo na Suíça. A ganância de receber uma indenização mancha a imagem do Brasil na Europa. Pior para os imigrantes que vivem por lá, que passarão a ser olhados com mais desconfiança."
GUILHERME FREITAS (São Paulo, SP)

Educação
"Sobre a reportagem "1 a cada 5 professores brasileiros é temporário" (Cotidiano, 20/2), digo que a situação é bem pior do que a relatada, pois a Folha, ao que parece, não atentou para as redes escolares públicas paralelas às das secretarias estaduais de Educação.
É o caso, por exemplo, da Fundação de Apoio à Escola Técnica do Rio de Janeiro (Faetec), ligada à Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia, que mantém um enorme número de professores temporários no ensino médio/técnico. Somente a última chamada para formação de cadastro de reserva, no mês passado, feita pelo site da Faetec e com seleção apenas por análise de currículo, foi para uma expectativa de 1.900 vagas para cada professor! Em outros Estados deve acontecer algo semelhante. Dessa forma, a educação não avança neste país e quem perde somos todos nós: alunos, pais e trabalhadores."
MARCELO COSTA DA SILVA (Rio de Janeiro, RJ)

 

"A excelente ideia do governo federal de retornar a sociologia às salas de aula, um lugar de onde ela nunca deveria ter se ausentado, tem sido acompanhada pela mesma lógica ruinosa que impede o país de avançar rumo a uma democracia de qualidade. Fiquei ainda mais convencido disso ao tentar retornar à escola pública como professor de sociologia, depois de 15 anos.
Fui informado de que minha graduação em história, meu mestrado e doutorado em sociologia pela PUC-SP e meu pós-doutoramento em história social, em andamento na USP, não me qualificam para lecionar essa disciplina na rede pública. Confesso que fiquei boquiaberto, muito menos por minha formação acadêmica e muito mais por minha experiência de vida, que não é levada em consideração."
VENCESLAU ALVES (São Paulo, SP)

Cinema
"O filme "Quem Quer Ser um Milionário?" foi avaliado pelo crítico Inácio Araujo (Ilustrada, 20/2) de forma superficial, pois o filme traz uma montagem envolvente e uma direção muito bem conduzida. Ele desfaz de certas características do cinema indiano, homenageadas neste filme, como a dança entre os personagens."
THOMAS HOHL (Campinas, SP)

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