São Paulo, quarta-feira, 22 de março de 2006

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PAINEL DO LEITOR @ - leitor@uol.com.br


Crimes hediondos
"A melhor estampa do ex-governador da época do massacre, Luiz Antonio Fleury Filho, é a que foi omitida em sua qualificação: promotor ("Liberdade para a lei", "Tendências/Debates", 20/3). Advogado não, embora possa sê-lo. Fala ele de votação apertada e em iminentes aposentadorias que poderiam causar inversão do apertado placar sobre a progressão da pena para crimes hediondos. Não entendi a conta, pois, ao que me parece, os que provavelmente se aposentarão são do grupo minoritário no julgamento. Além disso, com emenda constitucional em matéria própria da lei ordinária, quer fazer nossa Carta Magna virar uma leizinha descida a filigranas que não lhe são próprias. A questão é de princípios, e nada impediria que ele, como deputado, propusesse lei com critérios objetivos diferenciados, diante do tipo de crime e do agente delituoso, para a progressão de regime de pena."
Adenor Ferreira da Silva, defensor público (Osasco, SP)

 

"Em artigo publicado no dia 20/3, o ex-governador Luiz Antonio Fleury Filho, ao defender a manutenção da lei dos crimes hediondos, diz que, hoje, a sociedade tem a sensação de impunidade cada vez maior. Será que o ex-governador chegou a essa conclusão após a absolvição do coronel Ubiratan, comandante da operação militar que culminou com o assassinato de 111 detentos no complexo penitenciário do Carandiru, quando o próprio Fleury era governador?"
Guilherme Accioly Domingues (São Paulo, SP)

 

"O artigo do ex-governador Fleury -sem demagogia ou hipocrisia, o que é raro hoje em dia- vai ao encontro dos anseios da população de bem, que trabalha, paga impostos e ajuda este país a crescer. Fleury teria o meu voto para governador de São Paulo."
Adalberto Aloisio Gonçalves (Potirendaba, SP)

Zona azul
"A Folha de ontem publicou notícia sobre a criação de zona azul na praça Charles Miller, em frente ao estádio do Pacaembu. A zona azul irá funcionar das 7h às 24h nos dias de semana. O motivo? Evitar que alunos da vizinha Faap ocupem a ampla praça gratuitamente. A zona azul foi criada para permitir o estacionamento rotativo de automóveis, limitando-o a uma ou duas horas. A prefeitura está desvirtuando isso ao criar uma zona azul com finalidade arrecadadora. E como será em dias de jogos? De fato, hoje, as administrações públicas visam apenas a arrecadação, sem pensar na população. É, o Brasil vai muito mal."
José Roberto Costa Lima, arquiteto (São Paulo, SP)

Iraque
"Parece inacreditável que já se passaram três anos desde que as tropas norte-americanas e britânicas invadiram o território iraquiano. Aquilo que desde o seu início já se mostrava como um absurdo e de uma ilegalidade gritante, hoje aprofunda-se no caos e na tragédia. Leio o jornal e vejo que o país está à beira de uma guerra civil, que sua população sofre com a falta de saneamento, de hospitais, de escolas e de energia e que sua resistência, tachada massivamente de terrorista, vem sendo presa arbitrariamente e torturada. Quero aproveitar a data para manifestar minha solidariedade ao povo iraquiano e a todos aqueles que sofrem as conseqüências dessas guerras estúpidas, travadas em nome de interesses mesquinhos de um grupo muito particular de pessoas e empresas que emprestam a legitimidade de mandatos governamentais conferidos por populações desinformadas ou alheias aos fatos." Hoje é o Iraque. Amanhã poderá ser qualquer um que não atenda aos caprichos dessas "superpotências"."
André de Souza Vieira (Curitiba, PR)

Escolas em São Paulo
"Lamentável a reportagem "Serra improvisa escola em cima de mercado" (Cotidiano, 21/3). O prefeito não tem nenhuma responsabilidade sobre o fato, que é totalmente desta pasta e não pode ser colocado isoladamente, pois está involucrado na questão das 51 escolas de lata, que permaneceram, por oito anos, com 32 mil crianças. Todas elas foram construídas em regiões sem área física, e foi quase sempre preciso remover provisoriamente os alunos para construir alvenaria no local. Em um ano, demos solução definitiva para 46 delas. No caso em pauta, no terreno onde estava a lata, está sendo construído um CEU. Os alunos vivem próximos, e a melhor alternativa para continuar ensinando as crianças foi alugar e adaptar, até setembro deste ano, esse espaço, que, obviamente, não é o ideal, mas está em boas condições -bem melhores do que as anteriores. Os pais foram consultados e concordaram com a solução. As crianças, hoje, afirmaram que estão contentes com a escola. As críticas e a ênfase da reportagem são injustas, pois se trata de um processo de solução para melhor, encarado pela reportagem como algo definitivo e fora do contexto, pois, na realidade, estamos substituindo um definitivo indigno, que durou oito anos, por um novo CEU. Assim não dá. A reportagem ouve preclaros especialistas, que se limitam a dizer que o local não é o ideal. Seria bom perguntar a eles: era ideal a escola de lata onde as crianças estudavam? O que os senhores opinaram durante os oito anos em que as crianças estiveram lá? É incorreto substituí-la por um CEU? Os senhores têm outra alternativa para propor aos sete meses de provisoriedade? Visitaram o bairro? Falaram com os pais? É muito fácil criticar levianamente e montar reportagens fictícias. O difícil é solucionar. Não queremos elogios, porém críticas desfocadas e injustas são um desserviço à reconstrução da educação na cidade."
José Aristodemo Pinotti , secretário municipal de Educação da Prefeitura de São Paulo (São Paulo, SP)

McLanche Infeliz
"O Ministério Público Federal, em uma intervenção desnecessária nas relações de consumo, resolveu obrigar o McDonald's a vender os brinquedos da promoção McLanche Feliz desacompanhados do sanduíche ("Pressionado, McDonald's aceita vender brinquedo sem McLanche Feliz", Folha Online, 20/3). E qual será o próximo passo do Ministério Público? Obrigar o McDonald's a vender sanduíche sem pão para quem não pode comer pão? Ou, quem sabe, obrigar a pizzaria da esquina a vender só a calabresa desacompanhada da pizza?"
Leonardo Scauri (Vinhedo, SP)


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