São Paulo, domingo, 22 de março de 2009

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PAINEL DO LEITOR

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Reprovação do Congresso
"Não deve haver quem, no Brasil, se espante com o aumento do índice de rejeição ao Congresso. Nem mesmo os deputados e senadores.
Afinal, em ambas as casas não se produz nada mais do que escândalos. Contudo, me chama a atenção o índice de 16% dos que avaliam como sendo ótimo ou bom o trabalho do nosso Legislativo.
Estatisticamente, esse número é muito maior do que o representado pelos congressistas, seus familiares, assessores e os funcionários da Câmara e do Senado. Para eles, as coisas podem estar andando bem ou otimamente. Portanto, fica claro que ainda temos no Brasil muito "cego que não quer ver". Poderiam ser tema para um novo "Ensaio Sobre a Cegueira".
E um de nossos maiores problemas é quando esses "cegos" votam."
SIMÃO PEDRO MARINHO (Belo Horizonte, MG)

Furto de pequeno valor
"Ontem, no Cotidiano2, alguns defensores do princípio da bagatela chamaram de insensíveis os promotores e juízes que cumprem a lei ("Para STF, furto de pequeno valor não é crime').
Não se ocuparam de oferecer respostas a algumas indagações: caso se solidifique o entendimento de que furtar um violão ou um alicate não é crime, o que deverão fazer o músico ou o operário desfalcados?
Ingressar com ação de indenização cível? Ou deixará de constituir furto apenas se a vítima for rica?
Caso não mais seja crime a subtração de bens de pequeno valor, o policial que prende em flagrante o "ladrão de bagatela" cometerá crime de abuso de autoridade?
Mais. O que farão os donos de um "armarinho" ou de uma "loja de R$1,99" caso seus clientes resolvam levar as mercadorias sem pagar?
Fecham as portas?
Serão desprovidos de significado jurídico os princípios constitucionais da segurança e da propriedade previstos no artigo 5, "caput", da Constituição Federal?
Não. Não é necessário absolver o furtador. A benevolente lei brasileira já aponta soluções para tais casos: regime aberto para cumprimento de pena, substituição da "prisão" por prestação de serviços à comunidade, pena de multa para o "furto privilegiado" (artigo 155 do Código Penal) dentre outras alternativas ao encarceramento. A solução aparentemente mais "sensível" ignora o direito das vítimas de serem defendidas pelo Estado."
CHRISTIANO JORGE SANTOS , professor de direito penal da Faculdade de Direito da PUC-SP (São Paulo, SP)

Justiça Militar
"A argumentação do promotor João Barcelos de Souza Júnior ("Justiça Anacrônica", "Tendências/Debates", pág. A3) quanto à Justiça Militar da forma como ela é, em seu artigo de ontem, apresenta um desfile de sofismas que confundem o leitor.
Mistura a Justiça Militar da União com a Justiça Militar estadual, que julga PMs, existente apenas em alguns Estados, e até parece desconhecer o Código Penal Militar. A Justiça Militar da União não se subordina aos Comandos Militares. O Superior Tribunal Militar é um braço do Judiciário, como os demais tribunais civis. Não se mede a Justiça pelo número de processos, e as injustiças podem ocorrer em qualquer tribunal, pois nenhum é infalível.
Onde o promotor tem visto injustiça no julgamento de crimes militares? Crime de policial militar não é propriamente crime militar. Ótimo que o volume de processos sobre crimes militares seja baixo e, de qualquer forma, a existência de tribunal especializado alivia a Justiça comum, já assoberbada de processos de que não dá vencimento.
Isso sim é injustiça, pois os crimes militares iriam cair na vala comum com grande possibilidade de não haver qualquer punição para os infratores do Código Penal Militar.
Há que cuidar para não mudar a situação para pior."
PAULO MARCOS G. LUSTOZA , capitão-de-mar-e-guerra reformado (Rio de Janeiro, RJ)

 

"Na minúscula Justiça Militar paulista, hoje, condenam-se mais funcionário públicos por "corrupção" (lato sensu) do que em todo o restante do Judiciário de nosso Estado. Só isso, em país que não consegue diminuir o cancro da corrupção, seria suficiente para afastar a ideia de extinguir a Justiça Militar do Estado de São Paulo. Ou desejamos a mesmice da impunidade?"
PEDRO FALABELLA TAVARES DE LIMA , procurador de Justiça (São Paulo, SP)

Lula
"Onde há fumaça, há fogo. O governo federal está querendo tapar o sol com a peneira e anunciou queda na arrecadação. O anúncio tratou também de bloqueio de verba de recursos de infraestrutura e cancelamento de concursos públicos.
Mas isso é conversa para boi dormir. Todo mundo já sabe que, por falta de competência do governo Lula, há uma montanha de recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) que não é usada por falta de gestão competente e por descontrole. O custo da máquina montada pelos petistas já está em outra galáxia. Mas o sinal de fumaça surgiu: pesquisa de avaliação do presidente dá mostra de que o feitiço vai virar contra o feiticeiro."
ARTHUR SOARES (Belo Horizonte, MG)

Armas
"Parabenizo o articulista João Pereira Coutinho por sua coragem de enfrentar tanta hipocrisia no que se refere ao uso de armas ("Adeus às armas?", Ilustrada, 17/3).
Nunca havia lido algo tão sucinto e tão bem colocado sobre o assunto.
O enfoque é exatamente este: independentemente de ter uma arma de fogo, sempre haverá alguém disposto a matar. E a arma pode ser qualquer objeto, pois a intenção existe, ou seja, sempre haverá "um jovem alienado disposto a cometer o impensável".
Ai de nós se não estivermos preparados para nos defender, pois a falácia do poder público com relação à segurança jamais o fará."
AGNALDO LUIZ GONÇALVES (Porto Alegre, RS)

Médicos
"Sobre o artigo "O discurso e a prática", do deputado estadual Adriano Diogo ("Tendências/Debates", pág. A3, 18/3), o Sindicato dos Médicos de São Paulo solidifica sua convicção de que a saúde em São Paulo não se desintegrou totalmente -por conta das ações insensíveis do governo do Estado- graças ao suporte e amparo fornecidos pelo governo federal.
Há que se dar um basta, exigindo, no mínimo, o cumprimento da emenda constitucional 29. O governo estadual deve perder a vergonha e confessar que o salário base inicial do médico é de menos de R$ 500 (20 horas semanais). Não se faz saúde com insensibilidade."
CID CÉLIO JAYME CARVALHAES , presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo (São Paulo, SP)

CARTA REGISTRADA
"É lamentável, mas o Senado virou uma piada de mau gosto contada em cada esquina deste país."
VICTOR GERMANO PEREIRA (São Paulo, SP)

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