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EDUCAÇÃO MENOS RUIM
O MEC acaba de divulgar um balanço do impacto do chamado fundão,
em vigência há um ano, sobre a docência no país. Ele é, como se sabe,
um instrumento engenhoso que visa
assegurar condições materiais mínimas para que municípios mantenham redes de ensino fundamental
(antigo primário e ginásio) de padrões aceitáveis. O saldo é positivo.
Segundo o MEC, houve aumento
em 12,9% nos salários dos professores e diminuição em 26% no número
dos chamados professores leigos
-os que têm o 1º grau incompleto.
Resultados de um censo divulgado
no ano passado revelavam que, de 1,6
milhão de professores da 1ª à 8ª série, 48% ganhavam menos de R$
400,00 mensais, e cerca de 100 mil
não recebiam sequer R$ 100,00. São
exemplos desoladores do grau de
precariedade a que chegou o ensino
público básico, colhidos em pesquisa anterior à vigência do fundão.
Houve, desde então, um avanço,
certamente decorrente da possibilidade de que 60% dos recursos do
fundão (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério) se destinem à qualificação e melhor remuneração de professores.
O fundão determina que a União e
os Estados complementem o orçamento dos municípios que não tenham condições de destinar para cada aluno gastos anuais fixados para o
atual ano letivo em R$ 315,00. Dos
5.506 municípios brasileiros, 2.703
puderam aumentar gastos educacionais por meio desse mecanismo.
Mas, como é frequente nas engrenagens da administração pública,
persistem sérios problemas. Há pouco mais de um mês, auditoria do governo federal identificava 148 mil
alunos fantasmas, com os quais prefeituras procuravam se beneficiar de
repasses indevidos. Há ainda o desvio de verbas da educação para outros tipos de despesa municipal.
São comportamentos que não podem ser tolerados. Cabe ao MEC
aprimorar seus mecanismos de controle e fiscalização e racionalizar a
burocracia. Apesar dos inegáveis
avanços obtidos com o fundão, a situação da educação brasileira ainda
continua muito longe do aceitável.
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