São Paulo, quarta-feira, 22 de junho de 2011

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VALDO CRUZ

Recesso à vista!

BRASÍLIA - Comentário semelhante colhido de um assessor e de um líder congressista da presidente Dilma: "Ainda bem que temos pela frente as festas juninas e o recesso parlamentar em julho para dar um refresco ao governo".
Em outras palavras, a atividade do Congresso nesta semana está esvaziada e o recesso está próximo. Pouca coisa será votada neste período e é possível jogar para agosto os temas mais espinhosos.
A ansiedade por certo alívio na seara legislativa revela como o governo ainda está inseguro a respeito do funcionamento do novo modelo de articulação política.
A ministra Ideli Salvatti pegou o bonde andando e está sendo obrigada a descascar, em duas semanas, abacaxis acumulados nos primeiros cinco meses de governo.
Tudo bem que ela, ao contrário do antecessor Luiz Sérgio, tem acesso ao gabinete presidencial. Algo fundamental para quem tem a incumbência de azeitar a base aliada no Congresso, mas não chega a ser garantia de sucesso.
Ideli terá de convencer os famintos aliados a se contentarem com uma dieta restrita. Não faz parte dos planos da presidente Dilma liberar geral e atender a todos os pleitos dos governistas.
A petista está convencida de que o melhor caminho é ir administrando a conta-gotas os desejos dos partidos aliados, distribuir a ração do fisiologismo conforme o calendário do legislativo. Afinal, a fome dessa turma é insaciável.
Uma certa dose de ração, porém, terá de ser servida. Afinal, alguns governistas já apresentavam graves sinais de síndrome de abstinência de cargos e verbas federais, ameaçando interesses imediatos do governo no Congresso.
Daí que, para o Palácio do Planalto, o recesso parlamentar vem em boa hora. Será, na visão de um aliado, o melhor período de Dilma Rousseff nos últimos meses. Sem a obrigação de receber e negociar com seus pretensos aliados. Até agosto chegar.


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