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Editoriais
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Gastos sem critério
O GOVERNO federal decidiu
manter o Orçamento de
2009 sem cortes adicionais, apesar de o montante da arrecadação ter encolhido 7% no
primeiro semestre. A decisão
contrariou indicação do próprio
Ministério do Planejamento, que
acenara com reduções para contrabalançar a queda das receitas.
Uma das "mágicas" foi a alteração na fórmula de estimar os gastos públicos. Excluíram-se do
cálculo do superávit primário (a
economia para pagar juros da dívida) as verbas do Programa de
Aceleração do Crescimento
(PAC). Além disso, avaliou-se
que o declínio das receitas líquidas federais será compensado
por outros fatores, como a redução do déficit da Previdência.
É verdade que a diminuição do
superávit primário se mostra
compatível com o quadro de crise econômica global, que recomenda mais investimentos governamentais. É fato também
que a situação fiscal do Brasil
não chega, neste momento, a ser
alarmante -o déficit e a dívida
pública encontram-se dentro de
parâmetros aceitáveis.
Nada disso entretanto deve
obscurecer a evidência de que o
governo desperdiça recursos e
gasta mal, praticando uma política errada de ampliação de despesas permanentes de custeio em
prejuízo dos investimentos.
Num país em que a sociedade
destina ao Estado quase 40% do
que produz, quase nada se observa no sentido de elevar a eficiência da administração pública. Ao
contrário, assiste-se a uma ampliação da máquina pouco criteriosa, em grande medida ao sabor de interesses políticos.
A proximidade das eleições de
2010 só deverá agravar o problema, mesmo que a esperada recuperação da economia e a consequente elevação de receitas possam contribuir para criar a falsa
percepção de que o governo move-se num ambiente de equilíbrio e racionalidade.
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